Na antecâmara de mais um derby dos derbies, o Benfica vem deixando sinais desencorajadores relativamente ao momento de forma e ao futebol praticado em campo. De cinco pontos de vantagem sobre o eterno rival, arrisca-se a terminar a próxima jornada atrás do Sporting. E este Nostradamus que vos escreve acredita que tal acontecerá.
O principal motivo para tal crença prende-se com a forma como Benfica encara e joga os grandes jogos, contra equipas de valia desportiva semelhante, como Napoli, Besiktas e Porto. Se nos jogos com os italianos até se admite a superioridade transalpina, fruto não só da qualidade individual dos seus jogadores mas também pelos princípios de jogo, com privilégio pela posse de bola, maioritariamente a circular pelo corredor central, impostos por um dos melhores e mais sedutores treinadores europeus, tal não se compreende com equipas como Besiktas e Porto. Consentir e aceitar o domínio do Porto de Nuno Espírito Santo é um péssimo sinal. Especialmente quando, nos escassos momentos em que o Benfica tinha posse de bola, conseguia colocar em sentido a equipa azul-e-branca. Com o Besiktas, na Turquia, sinais diferentes de um mesmo problema: a forma como a equipa abdicou da posse de bola, voluntariamente, após o terceiro golo, despoletou a sólida recuperação dos turcos, potenciada por 15 minutos de descontrolo emocional à semelhança do que se vira em Napoli. Por outro lado, o Sporting, nos jogos que teve esta temporada com equipas de valia semelhante ou superior à sua (Porto, Dortmund e Real Madrid), conseguiu produzir exibições sólidas em todos os jogos, sem se encolher, com excepção na recepção aos alemães. Falhou em momentos chave, é certo, o mais flagrante esta quarta-feira passada com o Legia, mas é uma equipa que nos jogos grandes não se amedronta, não recua, não despreza a posse de bola e põe os adversários em sentido. Deste modo, não me admiraria se o Sporting entrasse na Luz sem medo, com vontade e capacidade para mandar no jogo, tal como no ano passado com o resultado que se conhece.
E tal situação é um espelho, mais do que o que valem as equipas, do que são os seus treinadores. Já aqui explanei o que penso de Jesus e de Vitória em escritos anteriores e o que faz de cada um deles, à sua maneira, com as suas características, treinadores com sucesso a nível nacional. Enquanto Jesus vale o que vale pelo que sabe e conhece do jogo, no plano táctico, peca no lado humano, na condução de homens, na forma como lida com a adversidade, onde Rui Vitória leva vantagem. Contudo, é nesta dualidade Jesus x Vitória que reside a força e a potencial da vantagem do Sporting e do seu treinador para o jogo de domingo. Pese embora o facto de o Benfica se ter sagrado campeão nacional, o ascendente psicológico de Jesus sobre Vitória é uma realidade que neste momento me parece indesmentível. Da mesma forma que Mourinho tem um ascendente sobre Wenger ou o Barça continua a conseguir dominar o Real Madrid, Jesus continua por cima nestes duelos com Rui Vitória, contribuindo para tal as três vitórias conseguidas nos primeiros quatro meses da época passada, com especial destaque para aquele derby que, por muito que tentem, os jogadores e adeptos do Benfica não esquecerão quando entrarem na Catedral no próximo domingo.
Por fim, a qualidade colectiva e individual. Acredito que do ponto de vista colectivo as equipas estão significativamente mais próximas uma da outra por esta altura do que há doze meses e que as diferenças que se poderão sentir no domingo serão fruto do que foi escrito nos parágrafos anteriores, isto é, da forma como jogadores e treinadores encaram os grandes jogos, nomeadamente o encontro com o maior rival. Já no campo das individualidades, estou longe de estar tranquilo. André Almeida não oferece a mesma qualidade que Eliseu (sim, leu bem, Eliseu); Luisão e Lindelof estão num momento de forma medonho (falaremos disso noutras núpcias) e Pizzi quando é obrigado a tarefas defensivas no corredor central contra equipas de alguma valia vê-se dominado pelas circunstâncias. Por tudo isto, não me chocaria se o Sporting saísse da Luz com os três pontos e a liderança.
11 comentários:
concordo que a forma como a equipa do Benfica entrou em campo na maioria dos jogos com adversários de maior nomeada não tem sido a melhor, mas temos que analisar que o jogo em Napoles a equipa no seu todo ão esteve mal, o que aconteceu foram erros individuais (Júlio César) que permitiram ao napoles marcar golos que normalmente não aconteceriam, no jogo com o Besiktas foram 60 minutos soberbos da equipa do Benfica, e depois mais uma vez o erro individual de Lindelof no golo sofrido, e Mitroglou que após o 1-3 poderia ter feito o 1-4 e matado defenitivamento o jogo, depois a equipa do Benfica não conseguiu reagir e foi recuando, enquanto que o Besiktas se foi empolgando e chegou ao empate.
no jogo com o napoles na Luz o que condicionou a equipa foi o saberem do resultado em Kiev, mas na minha opinião foi a pior exibição da época.
o jogo com o porto, devo confessar que fui surpreendido com a formo como o porto jogou e também terão sido Rui Vitória e os jogadores do Benfica.
para o jogo de domingo espero e estou confiante numa vitória do Benfica, mas isto sou eu que sou um eterno otimista.
http://benficanascidosparavencer.blogspot.pt
Todas essas equipas (talvez com excepção do Napoli, que é uma equipa muito boa com um treinador excepcional) jogaram o que jogaram porque o Benfica assim o permitiu.
Estou com 100% de confiança que vamos ganhar. até arrisco o 1-0
Já se sabe que JJ vai meter o Bruno César a fazer superioridade no meio-campo, o Benfica tem de fazer o mesmo com Samaris ou Danilo (este sem ritmo jogo quase...)
Podia ser 4-4-2 com Fejsa e Samaris no meio e Pizzi na direita e Rafa 2 avançado.
Ou 4-1-4-1 com trio no meio (Fejsa-Pizzi-Danilo/Samaris), Rafa na esquerda/direita (única duvida era entre Cervi e Salvio), e Jimenez na frente.
Se o RV volta apresentar o mesmo 4-4-2 de sempre, só a trocar Rafa pelo Guedes e perder tem de ser demitido, tou farto de ver o Benfica a borrar-se nos jogos grandes, temos qualidade individual para muito mais!
Espero bem que o LFV tenha o Vítor Pereira preparado para qualquer eventualidade, treinador com provas dadas, sem medo e fiel a sua ideia de jogo, isso é o que quero ver no Benfica, não borrados.
Paulo Fonseca está a evoluir muito bem, acho que neste momento é melhor que o Marco Silva que não gosto muito da sua postura de estar à espera de um grande, podia descer de nível como o PF fez, ao ir para o Braga por exemplo.
Ai quem me dera não concordar tanto com este post...
Isto é que é Benfiquismo em estado puro. Optimismo, crença, garra, acreditar nos nossos.
Assim é que é!
Viva o Benfica.
"treinadores com sucesso a nível nacional"
Rui vitória é um treinador de sucesso? Já é um treinador de sucesso? Ok, posso até concordar com a afirmação. E Jaime Pacheco é um treinador de sucesso? Quem ganhou um campeonato pode considerar-se um treinador de sucesso?
O que me faz confusão e que para defender uma individualidade, que mais parece um coitadinho (Rui Vitoria) se aceite que ao fim de um ano as coisas continuem assim.
Rui Vitória não é treinador para o Benfica. O clube e o potencial do plantel merecem melhor.
Ou Domingo finalmente da uma resposta a altura ou pode começar a fazer as malinhas para o final da época. O seu pecúlio neste tipo de jogos e vergonhoso!!!
Daniel
Os primeiros 60 minutos do jogo contra o Besiktas devem ser o exemplo a seguir.
E reconhecer que Salvio, neste momento, não está ao nível tactico exigido para estes jogos.
chakra,
nada do que tu ou do que eu escrevermos aqui vai mudar a atitude, o comportamento, a exibição ou o resultado da equipa no jogo de domingo. Por isso, escrevo o que penso, justificando-o.
JotaPê,
Rui Vitória ganhou tudo o que havia para ganhar em Portugal, incluindo uma Taça de Portugal ao serviço do Vitória. Chegou ainda à final de uma Taça da Liga com o Paços. Campeão nacional com o maior número de pontos de sempre com o Benfica. Algum valor tem de ter.
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