segunda-feira, 16 de abril de 2018

Mas qual foi a novidade?

Após a derrota de ontem, muitas têm sido as criticas a Rui Vitória, sendo que, valha a verdade, poucas delas são realmente justas.

Escuso-me a referir o que penso da (in)competência de Rui Vitória, já o fiz por enumeras vezes, não vou falar no mesmo. Este é um assunto mais do que debatido e esmiuçado.

De ontem sobram críticas à forma como procedeu às mexidas de nomes durante o jogo e até à atitude passiva da equipa na segunda parte.

Sobre as substituições, lamento, mas o Benfica não perde o jogo por ter entrado quem entrou, nem por ter saído quem saiu. Das substituições, retiro apenas uma mensagem de desnorte completo traduzido na colocação de um médio de maior contenção aos 70 minutos de jogo para, volvidos 15 minutos, trocar um médio por um avançado, sem que o resultado tivesse sofrido qualquer alteração sequer. A incoerência de pensamento subjacente a este par de substituições chega a ser ridícula.

Quanto ao que se jogou na segunda parte, pergunto: Qual foi a novidade daquilo? Desafio, seja quem for, a dar-me um jogo em que a nossa primeira fase de construção tenha sido pressionada e que, mesmo assim, tenhamos conseguido sair com qualidade de forma colectiva. A minha resposta é imediata: NENHUM!

O Benfica de Rui Vitória é assim, joga o que o adversário deixa. O que realmente me surpreende é a quantidade de adversários que ainda não perceberam que a melhor possibilidade de vitória sobre o Benfica reside na pressão que podem ou não fazer à construção do Benfica.

A esmagadora maioria dos adversários internos opta, tal como o Porto na 1ª parte de ontem, por não o fazer. E quando isso acontece, facilmente a bola entra em Pizzi, Zivkovic (ou Krovinovic enquanto jogou) ou Jonas que criam jogo como poucos no nosso campeonato. Uma vez a bola nestas unidades, haja ou não espaço, com a qualidade que têm, fazem sempre fluir o nosso jogo e com isso criam oportunidades de finalização.

Sempre que o adversário não deixa que a bola entre “limpa” nas nossas unidades criativas, a solução é do mais básico que há: Bola na frente! Foi, é e será sempre assim. É aflitivo, patético e revelador do que vale Rui Vitória e os seus processos (pausa para rir) colectivos.

Não obstante, o lance do golo em si, pouco revela sobre a culpa de Rui Vitória no resultado de ontem. Uma serie de ressaltos, um corte defeituoso e um remate espantoso nunca podem dizer o que quer que seja de um treinador, seja sobre o que perde, seja sobre o que ganha.

O problema de Rui Vitória não é o resultado, nem tão pouco o jogo de ontem. É muito mais vasto e profundo que isso mas, valha a verdade, sempre foi e não deixou de ser campeão, logo, fazem pouco sentido as críticas que agora lhe lançam. O que é dito hoje, poderia ter sido dito no dia em que foi apresentado, no final da primeira época, no final da segunda época ou no final da inenarrável fase de grupos da Liga dos Campeões da presente temporada.

P.S. O que melhor define Rui Vitória é a forma como fez o melhor plantel do nosso campeonato parecer equivalente ao plantel do FC Porto, nisso foi brilhante e está de parabéns!

3 comentários:

joão carlos disse...

não perdemos pelas substituições mas as substituições só vieram reforçar aquilo que foi a estratégia para a segunda parte e sobretudo não vieram alterar o rumo do jogo, por terem vários equívocos, como deveriam ser.

sobre a tua afirmação final eles não tem um grande plantel porque é curto mas ao nível dos dezoito a diferença não é assim tão grande como nós achamos, e mal porque desvalorizamos, mas mesmo assim o nosso plantel era melhor em teoria porque depois na pratica tivemos muitos jogadores muito abaixo do que se esperava, douglas, sferovic, gabi, joão carvalho diogo gonçalves etc e isso nem tudo foi culpa do treinador.

ChakraIndigo disse...

O problema está enraizado no clube, não tem a ver com Rui Vitória ou seja quem for.

Desde a inauguração da nova Luz

Benfica-Porto
Benfica 3 vitórias
Porto 7 vitórias
Empate 6 vezes

Constrangedor e pior do que outras equipas ditas pequenas. Apesar de arbitragens habilidosos como as de ontem e outras a lembrar o saudoso(para o Porto) Pedro Proença.

Joaquim Rato disse...

Não perdemos por causa das substituições?! Começámos a perder o jogo praticamente desde o início da 2º parte, quando a equipa já dava indícios de desgaste, e o nosso incompetente treinador, que só faz substituições a partir dos 60 min., continuava impávido e sereno, a ver uma nulidade chamada pizzi e um Cervi já muito roto. Para agravar a situação, substituiu Rafa que era o jogador que mais problemas estava a causar ao adversário, além de ser fisicamente resistente.