terça-feira, 18 de julho de 2017

As primeiras notas do Benfica 2017/2018



Nos dois jogos já efectuados, para lá dos resultados que valem o que valem nesta fase, foi possível encontrar na equipa os problemas colectivos já conhecidos, nomeadamente, a fraca qualidade dos movimentos ofensivos colectivos, a que se juntam as ausências de alguns jogadores-chave, factores que concorreram, na minha opinião, para uma prestação pífia.

No entanto há aspectos positivos e notas individuais que merecem o seu destaque:

Seferovic – O avançado suíço é, claramente, reforço. Boa mobilidade (muito superior à de Mitroglou, mas não tão exagerada quanto a de Jiménez), a que alia uma boa capacidade para ligar com os colegas, pese embora o pouco tempo de trabalho em conjunto. Acho que ainda lhe falta entender melhor quando deve aproximar-se do portador da bola para uma linha de passe segura e quando deve provocar a linha mais recuada adversária. Acho que escolhe demasiadas vezes a segunda e que, em certos momentos, seria preferível optar pela primeira;

Rafa – Apareceu em excelente momento nestes dois primeiros jogos, mostrando agora as verdadeiras razões da sua contratação. Rápido, assertivo no passe e na decisão foi, quanto a mim, o melhor destes primeiros dois jogos;

André Horta – Pese embora os poucos minutos que teve (em relação a outros elementos), o que deixa antever que pode não entrar nas contas do plantel deste ano, sempre que esteve em campo mostrou a qualidade que tem, quer no passe quer na condução e sucessivas decisões. Apesar de achar que estará mais próximo de não ficar, gostaria de estar enganado. Gosto particularmente do miúdo Horta e, para além da qualidade que tem, é um de nós que anda lá dentro e isso enche sempre as medidas de qualquer adepto;

Kalaica – Claramente central do plantel que mais qualidade com bola demonstra. Nenhum passe é feito ao acaso, podendo, não há bolas entregues em más condições aos colegas. Um pouco na linha de Lindelof (num exemplo recente) ou de Garay (num exemplo mais distante). Numa equipa como o Benfica, que passa a maioria do tempo em organização ofensiva e que encontra equipas muito fechadas em si mesmas, ter um central com esta qualidade é importante, já que, se consegue começar a desequilibrar o adversário desde o primeiro passe. O jovem Croata, deixou, claramente, água na boca.

Fejsa – É preciso dizer alguma coisa? É o dono daquilo tudo, ponto final.

Agora os aspectos individuais menos positivos:

Hermes – O Brasileiro apresentou muitas dificuldades nestes dois primeiros jogos, sendo fácil e repetidamente surpreendido com bolas na profundidade, muito por culpa dos sistemáticos momentos em que era apanhado com os apoios mal colocados, face aos diferentes momentos do jogo. Por outro lado, em termos ofensivos, nunca mostrou ser especialmente desiquilibrador, ainda que o factor físico nesta fase da época deva ser considerado. Não sou pela continuidade de Eliseu, mas o Brasileiro também não parece ser solução fiável, sobretudo para quem será a sombra de um genial, mas susceptível a lesões, Grimaldo;

Jardel – Talvez pela escassa competição que teve durante a época passada, Jardel apareceu pouco confiante e muito errático. Com bola mostrou-se na sua pior versão, complicativo e pouco expedito a soltar a bola, sendo por demais evidentes e conhecidas as suas dificuldades técnicas. No posicionamento também apareceu muito perdido, o que é deveras preocupante, já que, com a saída de Lindelof e as dúvidas sobre Luisão, seria de esperar de Jardel outra fiabilidade, para assim dar o passo em frente no comando da defensiva do Benfica;

Lisandro – Pela enésima vez demonstrou não ter qualidade para o nível que se pretende no Benfica. Completamente desastrado nos posicionamentos e na leitura das diversas situações de jogo, vai compensando com a excelente disponibilidade física que tem, mas é pouco, muito pouco para um central do Benfica. Para mim, e não é de hoje, não tem lugar no nosso plantel;

Bruno Varela – Como tinha dito aqui antes de se iniciarem os jogos, com a saída de Ederson abriu-se um problema grave na baliza do Benfica. E a solução para esse problema não pode passar pelo jovem Português. Se passar, em caso de impedimento de Júlio César, estaremos em sérias dificuldades. Naturalmente que os golos que sofreu não foram de responsabilidade exclusivamente sua, mas a sua abordagem aos lances do segundo e terceiro golos do Young Boys são preocupantes e aflitivas. Mas, repito, não é por aqui que aponto este como um problema, mas sim pelo que lhe conheço das Selecções, Juniores e Vit. Setúbal.

Agora o ponto em que discordo da maioria, para não dizer de toda a gente:

Pedro Pereira – Eu desconheço por completo o jogador, sendo que, o que deu para ver nestes dois jogos, seja bom ou mau, é insuficiente (90min no total) perante o que alguns que apontam o jovem Português como (ainda) impreparado para o Benfica, conhecem. No entanto, esses tais 90min somados nestes dois jogos e que eu vi, deixou-me satisfeito, já que, ainda que a oposição tenha sido fraca, me pareceu ser um jogador interessante no 1x1 defensivo e não me pareceu comprometer no alinhamento defensivo com os restantes colegas. Do ponto de vista ofensivo, mostrou uma apetência interessante para não ir em busca da solução trivial do corre/cruza, mostrando capacidade para, fosse em passe ou desmarcação, ir em busca do espaço interior e de um futebol combinativo em vez de correrias sem grande nexo ou resultados práticos. Não é Nélson Semedo, como é óbvio, sobretudo na velocidade, mas não me pareceu que houvesse aqui um problema, desde que, claro, o Rui Vitória esteja disposto a mudar a forma como encaixaria o lateral no colectivo, sabendo que não lhe poderia pedir as mesmas coisas que pedia ao agora jogador do Barcelona.

6 comentários:

Miguel costa disse...

Esta é a parte boa do defeso, a especulação sobre o plantel e a expectativa com as contratações! Globalmente, concordo com as notas.
Também já tinha pensado que o Seferovic é uma espécie de meio caminho entre o Mitro e o Raúl. Acho que se vai adaptar bem.

Em relação aos lugares que têm sido mais questionados, GR, DD e DC, penso o seguinte:
GR - Precisamos de um, excelente, para entrar na ausência do JC e encher a baliza.
DD - Tenho de ver mais do Pereira. Mais e melhor. Dou-lhe os 4 jogos que faltam para ver se me convence.
DC - Acredito no pleno restabelecimento do Jardel e se tivermos o Capitão ao nível da última época, estamos fortes. Já tive mais certezas sobre o Lisandro (e o terceiro central vai ter de jogar várias vezes) mas acho que temos no plantel uma excelente solução, de seu nome Samaris, precisamente pelas características que referes do Kalaica, a qualidade de saída.

Daí para a frente, eles que lutem pelos lugares, que estamos muita fortes!

Ah, e gostei do Chrien. Muito boa técnica e agressividade. Se for inteligente tacticamente, temos ali jogador.

É Rumo ao PENTA!

joão carlos disse...

é verdade que de rafa só vi o primeiro jogo.
mas nesse jogo o que se viu de rafa foi mais do mesmo decide mal, remata mal e é inconsequente.

Anónimo disse...

lamento o off topic. quando pensei que nao podia detestar mais figuras que falam como benfiquistas nos media, andre ventura mostrou-me que estava enganado. lixo.

mas o porto aproveitar o assunto, é lixo do mesmo nível.

Anónimo disse...

André Horta, nos 25 minutos que esteve em campo contra o Young Boys, esteve simplesmente horrível em quase tudo.

R.B. NorTør disse...

Lisandro despachado não, acho que está ali um óptimo reforço para a secção de velocistas da equipa de atletismo. Pelo menos a julgar pelos elogios que ele merece de ser muito rápido.

Benfiquista Primário disse...

Ora aí está. Subscrevo tudo e congratulo a efeméride de ler alguém que sabe ver futebol a escrever sobre futebol, num blog de futebol. Devia ser o habitual, mas não é: quase tudo o que se lê por aí ou é sobre futebol não jogado ou é uma tragicómica confusão entre futebol e atletismo...

Urgente mesmo é um guarda-redes titular de caras.

Só descanso com o hexa de 2019.

Carregaaaaaaa!!!