segunda-feira, 10 de março de 2014

A evolução do Benfica



Desde o jogo em casa frente ao FCP a contar para o presente campeonato que temos assistido a uma transformação táctica do nosso Benfica, ou melhor dito, uma clara evolução táctica da equipa.

O comando técnico de Jorge Jesus da equipa tem sido marcado por um futebol avassalador, cheio da tal “nota artística”, mas também com sérios e graves desequilíbrios defensivos que, nos jogos de maior exigência, já nos custaram inúmeros dissabores.

O jogo com o Porto em casa marcou uma fronteira entre esse Benfica e o actual Benfica. Nesse jogo, Jorge Jesus apresentou uma equipa organizada no seu tradicional 4x4x2, sendo a dupla atacante constituída por Lima e Rodrigo. E nesta dupla reside, na minha opinião, a chave para esta evolução táctica de que falo.

O Benfica de hoje, já não é aquele Benfica que assume o jogo e parte para cima dos adversários de forma tão empolgante e vistosa quanto desequilibrante defensivamente. Este Benfica junta linhas e dá iniciativa de jogo ao adversário, seja ele qual for, procurando lançar ataques rápidos conduzidos pela dupla atacante ou Gaitan, mas preferencialmente por Markovic – jogador portentoso na condução de bola em velocidade.

O jogo de ontem frente ao Estoril é a prova provada do que falo. Confesso que não sei a estatística final da posse de bola, mas algures durante o jogo a equipa da linha detinha quase 60% de posse de bola em pleno Estádio da Luz (59% para ser mais preciso). Seria isto possível com o “primeiro” Benfica de Jorge Jesus? Eu penso que não, mais, eu afirmo que não.

Esta evolução está intimamente ligada à titularidade da dupla Lima/Rodrigo. Esta dupla atacante, como já aqui o tinha referido, permite uma aproximação de linhas muito superior e mais eficaz do que qualquer outra que tenha Cardozo como um dos interpretes. A equipa fica mais curta – leia-se distancia entre centrais e avançados – permitindo um equilíbrio efectivo a meio-campo, apesar da inferioridade numérica que apresentamos no plano teórico, permitindo uma maior proximidade entre sectores e entre jogadores do mesmo sector, elevando assim a capacidade de entreajuda defensiva – reparem que hoje em dia, são raras as movimentações bem-sucedidas entre as nossas linhas por parte do adversário, potenciando uma circulação mais circular e muito menos vertical.

Com esta evolução jogamos muito mais em ataque rápido que ataque organizado, jogamos mais com o erro do adversário, provocado pela nossa solidez, do que com o ataque posicional que Jorge Jesus tanto falava. É uma evolução que saúdo, ainda que não seja propícia a um futebol tão espectacular, pois será esta evolução que nos poderá permitir uma maior e melhor constância de resultados.

Outra forma de atestar esta evolução é o número de oportunidades de golo e remate concedidas aos adversários. Antes atacávamos muito, mas também deixávamos que nos causassem bastantes calafrios, por via do desposicionamento defensivo que o ataque constante provocava. Hoje atacamos menos, mas com mais espaço, e também concedemos menos – ou nenhuma - oportunidades de golo ao adversário.

Nesse sentido discordo de quem diz que o Benfica controla melhor o jogo, já que abdica de ter toda a iniciativa do mesmo, e afirmo que o Benfica está mais cínico e mais controlador do adversário.

Em resumo, controlamos menos a bola, mas mais o adversário.

10 comentários:

Hélder disse...

E o Gaitan e o Markovic que estão a defender mesmo muito! Isso ajuda muito porque temos sempre superioridade no meio. Se um extremo ajudar o lateral o outro fecha sempre no meio.

Gosto muito deste benfica e ainda bem que não despedimos o jesus :D

Mats Magnusson disse...

parece-me mais elementar do que isso. Agora quando o Benfica perde a bola já não estão 6 jogadores à frente da linha da bola. simples mas demorou 4 anos. Abraço!

Anónimo disse...

Finalmente o 442 também ganha jogos e lidera campeonatos!!

Afinal não sou tão burro como pensava.

Anónimo disse...

Há um ano atrás, onze semelhante e esta táctica não serviam...
Jesus sabe o que faz. Nós só atiramos umas postas de pescada.


Grande Ricardinho!
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joão carlos disse...

essa teoria só tem dois problemas um é quando esses dois não jogam o resultado é o mesmo, e veja quantos jogos com essa dupla e quantas sem essa dupla e vai ficar surpreendido, e não conte só os jogos do campeonato os outros também contam.
o outro é que nesta época, e na anterior também já aconteceu, esta dupla já jogava e os resultados não eram estes alias não eram diferentes daquilo que acontecia com outras duplas.

Anónimo disse...

Os próximos dois jogos são decisivos para a época do Benfica; Londres e Madeira, fazendo bons resultados em ambos os jogos podemos concretizar os sonhos.

Pedro disse...

Tretas.

Achar que a diferença está em Lima e Rodrigo é um disparate pegado. Tal como o jogo do Estoril demonstrou o adversário não para no meio campo, o adversário continua a chegar ao nosso meio campo e, imagine-se, continua a chegar muitas vezes à nossa área. A grande diferença está aqui, na nossa área. Estamos num momento de forma bestial em que o quarteto defensivo corta quase tudo o que lhe aparece á frente. E continua a aparecer muito. E quando a bola passa, Oblak agarra-a.

Lima e Rodrigo terão, no máximo, papel activo na primeira pressão à saída da área adversária mas isso tb Cardozo faz e bem. O adversário passa e continua a atacar.

E, como já alguém disse, quando a dupla atacante não joga o cenário tem sido igual portanto não são eles a diferença mas sim a estrutura táctica/colectiva.

pininfarina disse...

A distancia entre defesa e ataque nada tem a ver com a dupla de avançados. Não é o facto de estar lá Cardozo, em vez de um dos outros, que obriga a defesa a jogar mais recuada, aumentando a distancia entre os sectores.
Não acho que a chave esteja na dupla de avançados, mas sim no processo defensivo dos extremos. E nesse aspecto Gaitan evoluiu bastante (ou ganhou vontade, se preferirem pensar assim).
Outro aspecto muito importante foi a entrada de Oblak que, mesmo sem ter muito trabalho, deu uma maior tranquilidade à defesa/meio campo defensivo, que já não tem tendência para entrar tanto em panico quando o adversário tem a bola.
Aproximam-se os grandes testes a esta solidez defensiva. Esperemos que seja a confirmação da evolução.

A Toalha do Eusébio disse...

Mais cínico,mais controlador e muitíssimo mais inteligente na forma de jogar!
Quando os extremos e os avançados são os primeiros defesas da equipa, as coisas funcionam. Penso que foi essa cultura táctica que o Jesus conseguiu imprimir nos atacantes do Benfica.

Há que reconhecer que o JJ aprendeu com os erros.

luis disse...

Capitulo VII

Sete;

7:

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///////ámen....... B T T :)