segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Liga dos Campeões



Quando tomei conhecimento do sorteio da fase de grupos da Liga dos campeões, confesso, fiquei apreensivo. Os nomes causaram-me um certo calafrio. O grupo, acontecesse o que acontecesse, seria sempre equilibrado. Naquela altura parecia-me tão natural que qualquer das 4 equipas fosse 1º ou 4º no final dos 6 jogos.

Como é óbvio, aquela primeira sensação de dificuldade decorria de factores essencialmente teóricos, ainda não tinha visto qualquer jogo daquelas equipas durante esta época. Procurei arranjar tempo para ver algo, mas só este fim-de-semana me foi possível faze-lo e só vi o Mónaco e o Leverkusen. Vistos o jogos, cheguei ao final de ambos com melhores perspectivas do que antes.

Mónaco: Organiza-se no 4x3x3 habitual de Leonardo Jardim, procurando apresentar uma ideia de jogo positiva, baseada na qualidade de posse de bola e de ataque organizado. Porém, no plano ofensivo, falta-lhe um verdadeiro organizador de jogo e condutor de bola no sector intermédio. Nenhum dos seus médios habitualmente titulares tem essas características, diria até que os 3 (Moutinho, Kondogbia e Toulalan) são jogadores com características muito similares entre si, ou seja, todos são os designados jogadores da posição 8 e nenhum deles me parece ser o 10 ou sequer o 6 que um meio-campo a 3 necessita. Neste sector é Toulalan quem assume o papel mais defensivo e posicional, estando os restantes 2 mais libertos para tarefas ofensivas e mais responsáveis por uma linha de pressão mais alta. O problema é que Toulalan – que já se encontra na fase descendente da sua carreira – não demonstra capacidade para assumir o papel de médio de equilíbrio de forma segura e capaz, pelo contrário. Este parece-me ser o grande calcanhar de Aquiles da equipa. Toulalan não assegura um posicionamento defensivo capaz (algo que me parece decorrer de alguma incapacidade física) abrindo um espaço muito grande entre ele e a dupla formada por Moutinho e Kondogbia. Sem qualidade táctica neste espaço do terreno o Mónaco expõe os seus centrais às entradas dos médios adversários que aparecem desde trás em posse ou em desmarcação, sendo por aqui que a equipa Monegasca mais sofre. O seu sector mais recuado também não parece ser de extrema qualidade. Aqui há a destacar Ricardo Carvalho e o seu lateral esquerdo Kurzawa como elementos de melhor qualidade. Qualquer que seja o parceiro do central Português (Raggi e Abdennour têm sido os mais utilizados), parece ficar aquém do nível que se seria de esperar. Na lateral direita o mais utilizado é Fabinho, que penso ter um potencial interessante, mas por impossibilidade deste, foi Dirar o utilizado e não acho que seja melhor que o Brasileiro. O tridente ofensivo é, normalmente, formado por Berbatov (ao centro), Ocampos e Ferreira Carrasco (nas alas). Os dois jovens extremos parecem-me muito semelhantes, ou seja, bons tecnicamente, rápidos e irreverentes, mas com um fraco entendimento colectivo do jogo e má capacidade de decisão. Quando são pressionados e obrigados a decidir rapidamente, normalmente falham. Ainda assim, ambos revelam boa capacidade para chegarem a zonas de finalização, normalmente quando a bola parte do flanco oposto ao seu.

Em suma, neste o memento, o Benfica é claramente superior a este Mónaco. Aliás, a equipa francesa parece-me ser a equipa mais fraca do grupo e qualquer outro resultado que não passe pelo 4º lugar, deixar-me-á surpreendido.

Leverkusen: Organiza-se no 4x2x3x1 habitualmente utilizado pelas equipas Alemãs e apresenta uma ideia de jogo muito sustentada na sua capacidade ofensiva. Do meio-campo para a frente são temíveis, mas também são débeis na capacidade defensiva. Fazem lembrar o Benfica de Jorge Jesus dos primeiros 4 anos, ou seja, podem golear com a mesma facilidade com que podem ser goleados. Conseguem momentos de avalanche ofensiva absolutamente impressionantes, mas ao mesmo tempo abrem buracos, não menos admiráveis, na sua defensiva. O guarda-redes (Leno) parece-me ser o melhor elemento do sector mais recuado, sendo que a dupla de centrais (Toprak e Spahic) não parecem “casar” bem um com o outro e são muito débeis a guardar o muito espaço que deixam livre nas suas costas. Curiosamente o melhor central parece-me ser Tim Jedvaj que tem sido adaptado à lateral direita. Mas não se pense que o jovem Croata não ataca, porque é um erro. Ataca e fá-lo com qualidade, ainda que o não faça com extrema quantidade. Na esquerda surge Boenish que, confesso, não consegui avaliar com a profundidade necessária. No sector intermédio surgem as melhores unidades. Um duplo pivô composto por Castro e Bender, dois médios de alta intensidade e boa capacidade de construção, sendo que é Castro quem tem mais liberdade para se chegar a zonas de finalização. Na posição 10 aparece o dono de todos os lances de bola parada (e fá-lo com qualidade) de nome Hakan Calhanoglu. É por este jovem Turco que passam os lances de maior perigo da formação Alemã. Dono de uma boa meia-distancia e de uma capacidade de progressão com bola e bom entendimento do espaço e do tempo. Não me parece que seja possível estancar o ataque Alemão sem controlar eficazmente este jogador. Nas alas surgem Oztunali e Bellarabi, dois jogadores com uma rapidez assinalável e boa capacidade para chegarem a zonas de finalização com qualidade. Para as alas há ainda a considerara o Sul-Coreano Heung-Min Son que me parece ser o melhor destes 3. Rápido, remate fácil, excelente capacidade técnica e, como é habitual nos jogadores asiáticos, grande capacidade de sacrifício para o trabalho colectivo. Na frente surge o mortífero Kiessling. Um ponta-de-lança, literalmente, da cabeça aos pés. Um avançado que respira como ninguém entre os centrais, seja no choque, seja na velocidade e no espaço.

Em suma, será sempre um adversário complicado, mas parece-me ao nosso alcance. Sem ver o Zenit e tomando-os como principais favoritos ao apuramento, penso que o Leverkusen poderá ser o nosso principal adversário na luta pela outra vaga de apuramento.

Se quisermos ter hipóteses de apuramento para a próxima fase é essencial que consigamos vencer os dois jogos com o Mónaco (algo que me parece perfeitamente alcançável) e vencer o jogo que temos em casa com os alemães. Frente ao Zenit em casa e ao Leverkusen fora é imperioso, pelo menos, não perder. Se não formos capazes de fazer isto, então não somos mesmo equipa de Liga dos Campeões.

7 comentários:

Parem lá com isso! disse...

Do que eu tenho visto do Zenit, parece-me uma equipa com algumas dificuldades no posicionamento defensivo (dos jogadores da frente, poucos são os que participam na fase defensiva) e são algo frágeis nas bolas paradas. Podemos aproveitar o mau posicionamento com a subida dos nossos laterais (mantendo sempre o equilíbrio lá atrás, claro) e aproveitando o espaço central também, visto que o Javi e o Witsel são obrigados demasiadas vezes a compensar nas laterais (Gaitán, Talsica e Enzo vão ser a chave aqui).

No ataque, o Zenit vive muito das individualidades, porque tem individualidades para isso. Não há muitos passes e combinações, mas há muita qualidade.

Do resto das equipas, concordo com o que escreveste, mas estou mais preocupado com o Bayer do que com o Zenit, sinceramente.

José Moreira disse...

O que me preocupa no Bayer é que parecem ser uma equipa de "engate". Se a coisa "engata" fica preta. São muito dinãmicos e rápidos. Frente ao Bremen podiam estar a dar uns 4/5 ao intervalo.

Anónimo disse...

4x2x3x1 sistema habitualmente utilizado pelas equipas Alemãs!!!!!!!

UUUUUUUUiiiiiiiiiiiiiiiigrande calinada.

Assina a Sportv e vê mais futebol Alemão.

Um gajo que começa por dizer que não acompanha o futebol Alemão(Leverkusen)e depois mais á frente,escreve que as equipas Alemãs habitualmente jogam naquele sistema só pode estar sob efeito de qualquer coisa marada.

José Moreira disse...

1 - Gostava que me explicasses onde digo que não acompanho o futebol alemão.

2 - A esmagadora maioria das equipas Alemãs joga em 4x2x3x1

3 - Sugiro que vejas mais futebol, seja alemão ou outro qualquer, antes de achares que sabes algo.

Anónimo disse...

Acabas por me dar razão,o que eu já sabia.

Se não acompanhas o futebol Alemão como é que dizes que a maioria das equipas joga em 4x2x3x1??

Fico feliz por não saber nada de bola,é que assim não dou calinadas como a que acabaste de dar.

José Moreira disse...

Foda-se! tudo não deves saber ler, só pode.

Repito, diz-me onde é que eu digo que não vejo o futebol Alemão? Onde?

José Moreira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.