quinta-feira, 5 de maio de 2016

Rui de Vitória em Vitória



É complicado falar da chegada de Rui Vitória sem primeiro abordar a saída do treinador que por cá andou durante 6 anos.

Não sou fã de Jorge Jesus. Acompanhei com entusiasmo o seu início no Benfica mas perdi-lhe o encanto logo em Anfield.

Fazia muito tempo que desejava a sua saída e coincidência das coincidências saiu na única altura em que a sua permanência me pareceu a decisão mais acertada – um Bicampeonato e 6 anos de trabalho garantiam a estabilidade que pensei ser essencial nesta época.

Jorge Jesus saiu. Saiu como saiu e saiu para onde saiu. Desejei o Marco Silva, chegou o Rui Vitória e aplaudi a sua vinda.

Sempre achei que o treinador Rui Vitória merecia voos mais gloriosos. Fez um excelente trabalho tanto no Paços como no Vitória, é um treinador jovem com potencial de aprendizagem e teve sempre uma conduta respeitadora e um discurso futebolístico.

Após vários anos a contradizer as suas palavras com as suas acções, Luis Filipe Vieira finalmente contratou um treinador que fazia sentido com o projecto tão anunciado.

A grande incógnita à sua volta era sobre a sua capacidade de implementar um futebol diferente daquele que optara por trabalhar nos seus anteriores clubes. Eu acreditava que sim.

Recebi o RV com entusiasmo, apelei à paciência e à justiça dos adeptos e tentei partilhar a minha ideia de não o avaliarmos nesta época pelos títulos conquistados mas sim olhando detalhadamente para toda a narrativa e evolução do seu trabalho de Julho a Junho.

Chegados a Maio o que posso dizer sobre o seu trabalho ao longo da época?
Correspondeu? Desiludiu? Excedeu as expectativas?

Um ziguezague desorientador.

Inicialmente foi uma enorme desilusão. Esperava mais pulso, mais liderança e acima de tudo esperava mais futebol.

Os primeiros meses de Rui Vitória no Benfica foram marcados por uma submissão e passividade perante as ordens/exigências da estrutura. Era um treinador sem expressão e sem balneário. As consequências viam-se no relvado

Resultados desapontadores e exibições ainda mais. Equipa sem fio de jogo e um treinador sem força para se impor. Não encaixou.

Derrotas com o Sporting, humilhação na Luz, adeus Taça, empate com o União, 8 pontos de atraso e um futebol pobre.
Nesta altura anunciei neste espaço a minha desilusão e o fim do benefício da dúvida.

Rui Vitória bateu no fundo mas quando o tentaram esmagar encontrou-se.

A arrogância e mesquinhez de JJ foram o último serviço que nos prestou. Uma desesperada tentativa de conseguir o mês de salário que tem em atraso.
RV ganhou novo fôlego e fez-se ouvir tanto entre os adeptos como entre os rivais, tanto no balneário como em pleno relvado.

“A mim ninguém me come de cebolada.”

Este novo Vitória tem conquistado o meu respeito semana após semana. Penso que já conquistou o de todos os benfiquistas.

Numa época de transição assombrada por constantes lesões, Rui Vitória lutou por todas as competições com a coragem de olhar a nossa Formação, acreditar nos nossos jovens e apostar também neles.

Muitas vitórias consecutivas transformaram 8pts de desvantagem em 2pts de vantagem. Alcançámos os Quartos da Champions onde lutámos até ao último segundo pelo nosso orgulho frente ao Bayern. Estamos agora a 2 passos de sermos tricampeões.

Este Benfica deixou para trás aquele de Dezembro mas nem tudo são rosas.
O Rui Vitória é muito melhor do que mostrou em 2015 mas acaba por não corresponder às minhas expectativas na sua chegada.

Tecnicamente é um treinador bom mas curto para o Benfica.

Curto, é esta a palavra. Curto.

A grande vitória do Rui foi a de se encontrar como um líder de eleição. O seu grande mérito foi o de conseguir motivar todo o plantel num sonho único.

A nossa liderança nasceu da união deste grupo, da motivação para o sonho de sucesso. Consolidou-se no relvado mágico onde pisam os génios de Jonas e Nico Gaitán.

A coesão, cumplicidade e confiança do grupo proporcionou as condições necessárias para que todos os outros, no apoio à fantasia do duo sul-americano, também brilhassem.
A máquina carburou, o suor honrou as camisolas e assistimos enormes jogos do Pizzi e Mitroglou, um Jardel mais determinante, um Fejsa (qual fénix) a encher o campo e ainda à afirmação de dois miúdos – Lindelof e Renato – como grandes entre os maiores.

O mais impressionante é ver os titulares, suplentes e reservas todos entregues à paixão benfiquista. Não há egoísmos mas sim uma dedicação máxima ao Benfica. São todos adeptos, tanto o puto titular como o mexicano que vai entrando ou o grego que cria no banco um mini Estádio da Luz.

Destaco a justa gestão que o Vitória faz do 11. Não sobem ao relvado nomes mas sim méritos. O Rui Vitória não só abriu alas à Formação como também a qualquer jogador que fizesse por merecer.
Perante a lesão de um titular, quantos treinadores o manteriam recuperado no banco porque o seu substituto está a corresponder?

Aplausos para o líder Rui. Vénia para o manager Vitória.

A sua vertente de treinador é que está aquém do que é como manager e líder.

Jogo após jogo percebemos que este é um Benfica de crença e com um colectivo tecnicamente limitado.

O treinador RV não se excede nem no treino nem na sua ideia de jogo.

Este é um Benfica de entusiasmo com um futebol que não entusiasma.

Defendemos muito recuados, somos passivos e demasiado expectantes no nosso meio-campo e fechamos os espaços pela sobrelotação da área.
Ofensivamente dependemos da garra, força e velocidade de um miúdo de 18 anos no transporte da bola para os espaços. Aí ou há inspiração dos craques ou remetemo-nos para um futebol previsível de cruzamentos cegos.

Com a equipa fresca corre-se mais e melhor, criando-se uma maior proximidade das linhas e proporcionando um futebol apoiado onde o Nico, Pizzi, Jonas e Mitroglou nos elevam a patamares divinos.
Com uma menor capacidade para correr e pensar afastam-se os sectores, o elo de ligação, o motor Renato, fica limitado no transporte e os criativos caiem em desapoio na procura da bola e do espaço.

É no momento mais empolgante da época que apresentamos um futebol mais triste.

Boavista, Tondela, Académica, Setúbal, Rio Ave e Guimarães. Vencemos pela vontade. Vencemos pela capacidade de sofrer. Excepção feita à recepção do lanterna vermelha.

Rui Vitória tem mérito na nossa capacidade de vencer sofrendo mas o só vencermos com sofrimento é também espelho das suas limitações.

Como chegámos a este momento de forma?
 – Esvaziamento emocional com a eliminação da Champions.
– Constante futebol de esforço.
– Insistência no mesmo 11 jogo após jogo.
– Lesões. Apesar do mérito na forma como se venceu este obstáculo, estará a equipa técnica isenta de culpa? Foi só azar ou o trabalho de prevenção e recuperação teve falhas?

Encarar todos os jogos como finais passa uma mensagem de força e concentração aos jogadores. Contudo, não é por o fazermos que todos os jogos passam a ser finais. Uma final implica não haver jogo seguinte. Além disso, uma equipa com a nossa ambição não pode ter só 11 titulares.

No início da época apelei a que o trabalho de RV não fosse exclusivamente avaliado pelos seus resultados.
Por isso resolvi apresentar o meu “veredicto” nesta altura.

O Rui Vitória deu tudo e conseguiu aquilo que parecia impossível. Agarrou o leme e soube conquistar o respeito de todos.

É um bom treinador, fez um grande trabalho mas é curto para o Benfica. É homem para o leme mas não treinador para a máquina de sonhos.

Terá todo o mérito no Tricampeonato. Contornou as suas limitações e fez explodir de benfiquismo todos com quem trabalhou.

Se esta época se viveu muito Benfica devemo-lo ao Vitória.

 “Se fosse fácil não era para nós”

A frase da época 2015-16. O espelho deste Benfica que teima em sobrevoar todas as dificuldades que encontra.

Rui Vitória foi do 80 ao 8. Ouviu-se e afirmou-se num 45 do qual se atirou ao 35 para se tornar um 80 de benfiquismo entre nós.


17 comentários:

jorgen80 disse...

Rui Vitória é um estratega ao nível do Mourinho. Adequa-se ao perfil de treinador para jogos Champions de um clube como o Benfica. Para a Liga Portuguesa, falta-lhe a qualidade técnica de Jesus. Mas não há treinadores perfeitos. Um e outro são a respetiva contra-parte.

Arrenka disse...

Rwvejo-me muito nas tuas palavras.
Rui vitória é um bom treinador. Dará alguma estabilidade, mas nunca dará algo transcendente à equipa, pois a motivação e garra não conseguem substituir, de todo, a excelência táctica. Um misto de RV com trabalho tático de JJ seria um treinador superior. Provavelmente fora das capacidades financeiras do clube.
Na próxima temporada não haverá grande aumento qualitativo em termos de jogo por parte do Benfica, pelo que a tal garra e motivação poderão não ser suficientes.

RV grande benfiquista, mas não será o técnico ideal para o nosso Benfica (se continuar oxalá demonstre o cobtrario,), embora seja uma pessoa inteligente e que pode certamente a evoluir na sua concepção do jogo. Contudo, acho que teremos de manter muito acerto nas contratações.
Abraço

troza disse...

Grande post.

Mas como pediste paciência com ele, o Benfica de RV fez o que tinha a fazer: ganhar a maioria dos jogos aos clubes pequenos (nomeadamente na Luz) e ainda fez um pouco mais que isso. Quando é assim estamos no bom caminho. Acho que continua a merecer um mínimo de dois anos à frente do clube (que sempre achei que ele devia ter).

Ele fez algo melhor que o JJ (para além do que tu apontaste): foi aprender mais depressa. Ele este ano mostrou capacidade para aprender. Do outro lado, faz lembrar o JJ no início do Benfica no medo em mudar e em apostar noutros jogadores.

Independentemente de ele ganhar o título ou não, parece que RV é um treinador como Vitor Pereira foi no porto... não é espectacular mas é competente... todos sabemos que o o outro tinha muita ajuda extra e um plantel incrível e este só tem o plantel incrível mas parece-me que não é tão descabida a comparação.

Por fim, RV na relação com a CS costuma estar muito bem. Se ganhar o título, pode ser que ganhe a almofada para começar a estar mais à vontade e continue a evoluir.

Ricardo Fernandes disse...

Boas Daniel!

Gostei muito do teu texto. Acho que o que relatas aqui "Defendemos muito recuados, somos passivos e demasiado expectantes no nosso meio-campo e fechamos os espaços pela sobrelotação da área.
Ofensivamente dependemos da garra, força e velocidade de um miúdo de 18 anos no transporte da bola para os espaços. Aí ou há inspiração dos craques ou remetemo-nos para um futebol previsível de cruzamentos cegos."

É uma mistura de dois Benficas ou de três para ser mais correcto. Um, como já tive oportunidade de referir no texto anterior, que é o dos médios de contenção ao jogarem lado a lado surgiu no pós Bayern e um até esse fatídico encontro.

Na verdade esse Benfica de contenção existia também antes do primeiro jogo com o Braga. Mas tal como referiste não tinha chama, nem paixão.

Se na altura creio que era porque Rui Vitória ainda não sabia mais, agora acho que é por medo de perder pontos que o faz. Se reparares temos iniciado todos os jogos com os dois médios de cobertura e com os alas abertos. A meu ver, isto provoca três problemas ao Benfica. 1- Renato não sabe defender nem ocupar espaços. E desgasta-se com isso tanto física como mentalmente. 2 - Pizzi não sabe jogar na linha (isto é o modelo Guimarães. Médios de contenção a bombearem bolas para a frente na esperança de um dos alas apanhar a defesa com a marcha inversa. Se é isso Pizzi não pode jogar, pois não sabe faze-lo colocado à linha. 3 - Exige a descida de Jonas no campo, perdendo-se toda a clarividência na frente do ataque pois é ele que vem distribuir e colocar a bola em jogo mais abaixo.

Ainda assim, nestes últimos 4 jogos, 5 com a taça da liga, ele emenda a mão na segunda parte. Faz o que JJ sempre fez que é subir o Renato, ou no ultimo jogo colocar o Talisca como 8. Aqui são os defesas que transportam a bola até ao meio campo adversário e Renato ou o 8 quando pega na bola já tem 4 ou 5 linhas de passe já bastante perto da área adversária.

Portanto se emenda a mão, pode faze-lo logo de inicio. Se não o faz é porque baseia-se muito na fé que tem nos jogadores... E acho que é mesmo isso. Fezada. Como eram as substituições e gestão de plantel no inicio do campeonato.

Concordo contigo. Esta época, mesmo que não ganhemos (e é um cenário que eu não admito), tem todo o mérito. Conforme começou, conforme foi pressionado, fazer o que fez é obra. Mas é demasiado curto para o Benfica. Marco Silva também o seria. Mas isso são outros 500.

Abraço

Rui disse...

O apenas bom treinador arrisca-se a ganhar o campeonato com um record de pontuação. È excelente a representar os valores do Benfica, em todas as circunstâncias. Na Champions, atreve-se a competir e foi aos quartos na primeira tentativa, enquanto o outro só o conseguiu uma vez em 6 anos.

O apenas bom treinador, aproveita a formação como nunca o outro fez.

Entre o bom e o "outro", desculpa, prefiro o bom. Inteligente como provou que é, com mais um par de anos de experiência a este nível, vai mostrar o "outro" em toda a sua mediocridade.

Podemos até perder este campeonato que, mesmo assim, Rui Vitória já mostrou que mereceu treinar o Benfica. Assim possa continuar.

paulojcduarte disse...

a duas vitorias de bater o recorde de pontos da liga portuguesa (86pts Porto 02/03), e conseguindo as duas vitorias, sagrar-se campeão nacional, contra provavelmente o melhor trabalho de Jesus (na minha opinião tem crescido tambem como treinador nos ultimos anos) mantendo-se a alto nívels na "Champs" quando o SCP apenas se focalizou na liga, depois de em Agosto olhar-mos para o novo paradigma e ausências e achar que ia-mos apontar para não descer do 4 lugar, com uma equipa que já na altura não tinha suplentes à altura de miudos de 18 anos, depois ainda perder Luisão, Julio César, Gaitan... vamos chegar ao fim e foi sorte?

Alguém ainda se lembra do jogo do ano passado em alvalade? ou de quantos jogos ganhámos sem Gaitán na época passada?

gostava de ver RV com a equipa do SLB de 2009

Anónimo disse...

Já agora meu caro faça uma analise às vitórias dos sapos e quantos golos foram "mérito" da equipa. Desde golpadas das equipas amigas, golos irregulares, antigos jogadores a dar a "mãozinha, arbitragens vergonhosamente condescendentes com as entradas violentas e penalties não assinalados na fase final de pelo menos 2 jogos (Arouca e VFC- Guimarães), etc...
Quanto ao SLB vemos as equipas derrotadas tangencialmente a defender todas de igual forma ( 5 em linha como recomenda o jj) e a rebentar dentro de campo. Até há choro pelo falhanço; nunca me recordo de ter visto tal, excluindo claro está eliminações e derrotas em finais!!!
Pelo menos o RV não "reforçou" a equipa em janeiro com 6 novas esplendorosas contratações... devemos-lhe esse mérito!!!
Saúdações gloriosas

Unknown disse...

Dum sportinguista, concordo com a hipótese de que a liderança de Rui Vitória foi o grande factor para a curva ascendente do desempenho da equipa depois de estar 8 pontos atrás, excluindo todas as polémicas dos jogos de secretaria e à parte de julgamento se merecem ou não. Acho de facto injustas as acusações do JJ ao colega de profissão RV.

Anónimo disse...

jorgen80,

Acho a comparação com Mourinho um pouco ou tanto exagerada.

No que toca a ser "estratega" o Mourinho é bastante superior.

Percebo mais a semelhança no perfil do que no nível.

Rui Vitória bate Mourinho na postura pró-futebol com que vive o Futebol.

Estes meses de férias podem fazer bem ao Mourinho. Está a precisar limpar a cabeça e principalmente reinventar-se.

Anónimo disse...

Arrenka,

Mais do que as contratações precisa de uma pré-época calma e sem politiquices.

Um mês onde ele, a equipa técnica dele e o Rui Costa possam juntos só se preocupar em treinar os jogadores e os observar nos relvados.

As limitações técnicas do Rui Vitória podem ser compensadas com um trabalho conjunto entre ele e o seu staff. Este é um ponto crucial. Ter no seu staff alguém com uma visão diferente e com voz.

Anónimo disse...

Ricardo Fernandes,

Fezada, exactamente isso.

Anónimo disse...

Paulo Duarte,

Quem falou em sorte?

Anónimo disse...

Caro Anónimo,

O que não entendo é porque quando a conversa é sobre o trabalho do Rui Vitória você vem aqui só para pedir que eu faça "uma análise às vitórias dos sapos".

Estou aqui a falar de Benfica e do treinador do Benfica.

paulojcduarte disse...

Daniel, já estava mais a deambular pelo que se diz por aí por jornais e comentadeiros do que propriamente o teu texto. Como por exemplo o SCP ganha um jogo aos 92" e é a garra e espirito de vitoria que o JJ treina e o Benfica marca aos 92" onde o Jonas na linha de meio campo tira um adversário da frente, passa para o Renato/Eliseu que faz um passe longo, para uma excelente assistência de cabeça do Carcela para um golo magnifico do Jonas que já está na área nesse momento a rematar de primeira com pé não dominante, e tudo isto foi obra da sorte.

O Rui Lança faz uma comparação muito interessante no Record acerca dos dois estilos de treino.

Acho que não devemos comparar modelos de jogo especialmente vendo os perfis dos jogadores que temos, como seria o Benfica se no meio campo tivesse Adrien e João Mário?

Na minha opinião a grande diferença é que o JJ desenha no papel o que quer que todos os jogadores façam, qual o modelo, e exige aos clubes jogadores com aquelas competências, deixando buracos orçamentais por onde passa, o RV chegou "que ovos tenho" arregaçou as mangas e fez o impossivel

João Gaspar disse...

Também me revejo no texto Daniel. Bom post.
Ricardo Fernandes, porque é que o Marco Silva também seria curto na tua opinião? E já agora, gostarias mais do Vítor Pereira? Eu, por exemplo, sim.

Força!

Ricardo Fernandes disse...

Olá João,

João,

É curto, porque o sistema no Sporting não diferia muito de bola na ala e centro para a área. É pensamento de clube pequeno e não de clube com posse. Atenção que estamos a falar naquela fase da época onde ele ainda não tinha passado pela experiência da Grécia.

Gosto de VP, é muito bom técnica e tacticamente. Não sei se seria uma boa opção para o Benfica, devido ao seu historial.

A minha aposta teria passado ou por Kloop (e se impossível) ou português o Paulo Sousa.

Radagast disse...


É legítimo escrever mas um desconsolo para mim ler que Rui Vitória é um treinador curto para o Benfica, que está uma equipa de "crença e com um colectivo tecnicamente limitado."

Sem pré-época, com os benfiquistas e os comentaristas a caírem sobre ele como aves de rapina desde o início (o "Rui Derrota" é invenção nossa), com o Luisão lesionado, com o Lizandro a lesionar-se logo a seguir, com o Sálvio encostado, com o Fejsa em fanicos boa parte da época, com a pior temporada do Gaitan desde que está no Benfica, com a prometedora invenção Nelson Semedo a cair também e, apesar de isto tudo, lutar na Liga dos Campeões como raramente tem acontecido (o JJ chegou aos 4os uma vez e para isso teve de fazer apenas 69 pontos na Liga), o trabalho do RV é digno de nota.

Ainda para mais quando eu vejo uma equipa coordenada em campo, em que os jogadores seguem uma ideia e não uma ordem pré-determinada. Apenas no jogo com o scp vi essa linha defensiva tão atrás (jogo que ganhamos...). Noutros jogos também a tivemos ocasionalmente, como é necessário.

Depois de uma temporada (2014-2015) em que fomos campeões a jogar muito pobremente e às costas do Gaitan (aquele que este ano pouco contribuiu) falarmos do RV dizendo que "o só vencermos com sofrimento é também espelho das suas limitações." pode ser opinião, mas é também revisionismo.

O RV é treinador para o Benfica. Até porque não conheço nenhum treinador melhor do que ele que queira vir para o Benfica. (e não me venham outra vez com a ladainha de que o MS é que é)