quarta-feira, 7 de setembro de 2011

De Abrantes à Barquinha, com camisolas do Benfica

Há muitos anos atrás, ainda o chato do José Nicolau de Melo - que no Facebook pede abraços, ainda que mudos - tinha orgasmos em directo com os passes do Bobó para o Ricky Owubokiri, a equipa de infantis do Benfica de Abrantes saiu do famigerado Campo do Bairro Vermelho para aquele que seria um dia épico, provavelmente o mais épico de todos os dias que o clube viveu. 

Para minha fortuna, eu presenciei este episódio de perto, visto que era um dos 10 putos que ia na carrinha do clube, de estofos rotos, vidro partido, motorista – que era simultaneamente Director-Desportivo, enfermeiro, empregado de limpeza e churrasqueiro - e algumas letras do nome do clube desaparecidas, metamorfoseando-nos nos jogadores do “Sor Arates e enica”. Os outros 8 foram no carro dos pais, recebendo quilómetros a fio os conhecimentos futebolísticos da família – “Zé, tu agarra bem o gajo, não o largues”; “Paulo, quando chegares à zona da grande área, rematas, não passas a bola a ninguém!”; “Ouve o teu Pai, Toninho, não oiças o que o treinador diz, começas a correr, vais à linha e cruzas”, conselhos que o Mister Bragança detestava ouvir durante o jogo, quando os pais dos atletas, propositada e arrogantemente, cantavam, encostados à estrutura de ferro e banco de madeira e que os aprendizes atiravam fora como atiravam a Gorila de Laranja quando começava a azedar.  

O caminho levar-nos-ia ao campo pelado do Vila Nova da Barquinha, terreno mítico - já na zona exterior da vila, apenas circundado por um recinto onde se assavam frangos, se bebiam toneladas de vinho e onde as velhas levavam o bigode a molhar os beiços na aguardente medronheira que sempre acompanhava as festarolas de Verão - por ter assistido “in loco” ao homicídio de um árbitro mais avesso às vontades do povo indígena, acabando pendurado por uma corda numa das balizas. Felizmente que esta história só veio à baila muitos anos depois, em conversa no Tonho Paulos – café abrantino onde a democracia junta degenerados, alcoólicos, drogados, pais de família e padres; caso contrário, ter-me-ia dado longos e trágicos pesadelos nas noites anteriores ao jogo. 

A viagem tinha tudo para correr bem. O motorista surpreendentemente não estava bêbado; o mister, talvez por ter discutido com a mulher no dia anterior, não debitava prelecções sobre o jogo; os jogadores encontravam-se todos de boa saúde, sem lesões, embora o Coutinho aparentasse uma ligeira mazela no joelho esquerdo, provavelmente resultado da queda que dera na noite anterior no pavilhão do Pego e que, por motivos óbvios, não podia revelar, não fosse o Mister abdicar dos seus serviços por comportamento pouco profissional. 

A este respeito, o Coutinho e outros (não me acuso), tínhamos (acuso-me) uma desculpa quase impossível de contrariar: Chalana, ele próprio, rei dos relvados e rei dos bigodes, fartava-se de jogar em pavilhões sempre que ia a Abrantes passar férias com a família da mulher Anabela, abrantinos de gema. No entanto, o Bragança, que era sportinguista, mostrava-se pouco solidário com as histórias de lendas benfiquistas, recusando comportamentos desviantes à boa prática da modalidade. Fosse o exemplo um Manuel Fernandes ou um Jordão e talvez a sensibilidade do Mister se potenciasse a um ponto de compreensão, mas isso são suposições que, a esta distância nos anos, abdicamos de fazer. 

De modo que, tirando a suposta lesão do Coutinho, o plantel estava de boas saúdes e o ambiente na carrinha corria de feição. É verdade que o sistema de amortecedores da carrinha gemia de velho, e que as conversas eram entrecortadas por rápidos saltos no asfalto, o que até sabia bem porque dava aquela vertigem na barriga. “Vá mais rápido, Senhor Antunes”, gritávamos de trás, na esperança de mais uma lomba. 

Se fosse possível voltar no tempo para dentro daquela viagem, talvez fosse difícil admitir que aquela gente ia para um jogo de futebol, tais eram os assuntos díspares que percorriam o ar por dentro da carrinha. Desde as invenções de uns em relação a supostos feitos sublimes com mulheres – havia quem jurasse a pés juntos, sem figas, que dois dias antes tinha dado um beijo à Carolina, diva do 5ºB, rapariga de faces rosáceas e aquilo que parecia ser o princípio de mamas, embora ninguém tivesse a certeza – à efabulação de corajosas aventuras, entre as quais, a melhor de todas, a que o Pires contava sobre ter comido, ao mesmo tempo!, amendoins, tremoços e um pastel de nata. Quando esta história foi contada, toda a gente se calou, até o treinador e o motorista. Era, de facto, um feito extraordinário, só ao alcance dos duros e todos os outros (confesso-me) sentiram aquela pontinha de inveja que se nos agarra e da qual não nos conseguimos libertar. Bem que eu queria ter sido o herói desta junção de sabores mas a sinceridade obrigava-me a admitir a mim próprio que o máximo que conseguia fazer era comer 5 carcaças seguidas com manteiga e tulicreme. 

Se isto fosse um filme, o realizador traria ao público, em plano apertado, a cara do Rocha quando ouviu a história do Pires mas como isto não foi e não é um filme ninguém notou o movimento gástrico que fez o nosso avançado pedir para parar a carrinha 10 minutos depois. Continuámos no fingimento infantil de sermos adultos enquanto na rádio passavam anúncios de ourivesarias, mini-mercados e músicas do José Malhoa. 

Foi só quando, a 5 quilómetros da Barquinha, o Rocha começou a meter as mãos à cabeça que alguém gritou para o mister: “Shôr Bragança, acho que temos de parar!”. A carrinha, que a esta altura ia a alta velocidade, uns 60 quilómetros/hora, começou a travar, a traseira guinou toda para o meio da outra faixa, e lá embicou para o meio do mato, entre um poste de electricidade e um pinheiro tronchudo. O ponta-de-lança abriu a porta corrida com as duas mãos, começou a correr, fintou dois arbustos e acabou a vomitar numa ponte que dava para uma horta. Escusado será dizer que as folhas dos pimenteiros levaram rega para dois anos. E abstenho-me de contar aqui os impropérios que a velha, dona do terreno, vociferou porque há coisas que devem manter uma certa discrição de palavreado. 

O mister, responsável pelo jovem imberbe – ainda que goleador nato -, aproximou-se do Rocha, preocupado com a saúde do mesmo (mas também com a possibilidade de perder um activo de grande importância!) e perguntou-lhe: “Ó que caralho, Rocha, mas o que é que tu comeste hoje?”, ao que o avançado-centro, ainda esbranquiçado de cal e temeroso da reacção do treinador, respondeu: “ó shôr Bragança, desculpe-me, comi 3 pratos de feijoada”. Estávamos arruinados. O mesmo é dizer: estávamos fodidos.

Sem o nosso abono de família, melhor seria projectar uma táctica que nos permitisse empatar ou, vá – na melhor das hipóteses –, ganhar por um ou dois. “Goleadas, esqueçam”, gritava o mister, já esquecido das quezílias pessoais da noite anterior – em que, diriam os relatos posteriores, teria levado duas chapadas da mulher por ter sido visto no Tiagu´s Bar a apalpar duas venezuelanas com filhos – e totalmente focado nos objectivos da equipa.

O Rocha por esta altura mantinha-se calado, entregue aos suspiros, aos ais, aos gemidos semi-surdos, procurando convencer o estômago de que estava bem. Bocejava, e a cada bocejo tínhamos medo de que em vez de pimentos pintasse de feijões os nossos pés. Felizmente que o Rocha tinha gasto a tinta toda na horta da velha e já estávamos a chegar com a nossa carrinha ao terreno de jogo. 

Parado o veículo, saídos os adultos, saímos todos com a nossa bolsinha das chuteiras debaixo do braço e, para não dar alento aos atletas do Barquinha que nos recebiam com olhares entre o medo e a raiva, metemos o nosso ponta-de-lança no meio de nós, e ninguém chegou a ver o ar de vómito com que ele entrou no balneário. Sentámo-nos nos banquinhos de madeira, pusemos os casacos pendurados em cima de nós e olhámos o mister com ar de preocupação. O Shôr Bragança sacou do seu papelinho das tácticas, cofiou a bigodaça, olhou o motorista (que era também Director-desportivo, empregado de limpeza, enfermeiro e churrasqueiro) e disse: “Ó Antunes, dá uma aspirina ao gajo!”. 

De repente, levantou-se uma esperança naquele balneário com cheiro a suor, lixívia e roupa encardida: o Rocha afinal ia jogar. O Bragança leu os nomes dos titulares, enquanto ia entregando as belas camisolas vermelhas, uma a uma, e, quando o “9” voou para as mãos do nosso ponta-de-lança com hálito a couves e morcela, sabíamos que o dia estava ganho – a não ser que alguém acabasse com uma corda no pescoço. O Rocha ainda protestou: “mas a minha barriga, Mister…”, só que o técnico, avalizado nestas matérias, ignorou a frase e enviou-o para o terreno de jogo. Os misters sabem o que fazem. Levantámo-nos, abraçámo-nos em jeito solidário e paneleiro, gritámos “Benfica” e fomos para dentro de campo, onde fomos recebidos em apupos pelos bêbados e mães locais e com uns aplausos das famílias abrantinas que tinham levado os filhos. 

O jogo correu de feição, ganhámos. Quando chegámos ao balneário, ao intervalo, todos bebemos chá verde quente menos o Rocha, que não merecia por ter sido pouco profissional. No fim, com as pernas presas de lama, frio e toneladas de cãibras, ouvimos, desinteressados, o shôr Bragança, que continuava chateado – não sabemos se com a mulher, se com o Rocha. Mas sorriu levemente. Afinal, tínhamos brindado o Barquinha com um 17-0, sem espinhas.


O Rocha? Pena ter comido aquela feijoada. Só marcou 14 golos.


29 comentários:

pessoa disse...

fodasse, genial.

Anónimo disse...

Das melhores estórias que alguma vez li na vida.

Épico!

Manuel disse...

Fantástico. Nunca tinha lido uma coisa assim. Merece ir para livro!

Anónimo disse...

: )

Diego Armés disse...

Muito bom, muito bom.

MM disse...

Estás a ver que quando tu queres és capaz de coisas fantásticas, Ricardo. Deixa a maior potência desportiva Nacional sossegada, e sê mais vezes verdadeiro contigo próprio: alimenta e cultiva o valor, o tipo de valor admiravelmente expresso na mensagem que acabei de ler. Pensa mais vezes na tua condição de benfiquista, e aprende a respeitar a ordem das coisas. O Benfica de Abrantes, ou de Castelo Branco, ou lá de onde for, terá provavelmente 0 títulos Nacionais na sua sala de honra. Que lugar ocupa tal clube na tua hierarquia de afectos? 1º, a julgar pelas belas palavras que escreveste. Compreendo, agora, o porquê de seres benfiquista. Quanto te encontravas pelos teus 8, 9, 10, 11 ou 12 anos, vestiste a camisola do Benfica local. A partir dela, ganhaste amor pelo Benfica da capital. É normal. Alimenta esse amor, e separa-o do benfiquismo típico, labrego e pequenino que por vezes te atrai: um tipo de benfiquismo presentes nas mensagens anteriores, como exemplo.

Viva o Benfica de Castelo Branco.
Viva o Rocha. E vivam os 14 golos de Rocha.

Fosse o teu clube imitador da capacidade da maior potência desportiva Nacional - o Sporting Clube de Portugal - "dono" do maior número de filiais e núcleos espalhados pelo mundo, tenho a certeza de que o desporto seria um bocadinho melhor do que aquilo que é.

Quanto ao técnico, lamento informar-te mas não era nada que se aconselhasse: "quando estiveres na área chuta com força e não passes a ninguém", "fecha os olhos e remata, não passes a ninguém!", "não sejas estúpido Ricardo!, passa a bola ao Rocha porque ele é que é!!!". Isto não são conselhos que se dê a miudos inocentes à procura dos futebolistas dentro de si. Exceptuando isto, tudo o resto está perfeito.

PS,
Acabei de ler os comentários em mensagem anterior, e se não o fazes, eu faço-o por ti: "Obrigado Pedro Oliveira, por me teres educado (a mim, Ricardo) sobre o facto do grande Cosme Damião, fundador de nós todos, ter equipado e jogado com a mítica camisola Stromp do Sporting Clube de Portugal".
Agora que o sabes, Ricardo, estás em condições de passar para o nível seguinte: educar-te-ei, daqui por uns tempos, sobre uma das personalidades que em 1908 fundou o teu clube. Sportinguista de afectos, que não Cosme Damião. Um dia.

Cumprimentos, abraços, e saudações desportivas a ti e ao Benfica de Castelo Branco.

M.C. disse...

Estou sem palavras..
Que delicia, O Millor Fernandes era homem para surripiar este fantástico texto !
You're on fire ...

Carlos disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Carlos Carvalho disse...

Assim sim, Ricardo.
Por isto vale a pena vir aqui ao tasco. Os post anteriores são isco para trolls.

Esse álbum, neste momento, está a rodar no CD de mp3 do carro. Esse e o "Quanta gente veio ouvir ao vivo" do Gilberto Gil. O baixista Arthur Maia é genial.

Ando colado nas músicas "A Paz" e "Palco".

http://www.youtube.com/watch?v=9vzWkaU9jnU

Anónimo disse...

Então e o Pirata Virgílio Presidente não ía?

Sérgio disse...

Grande texto Ricardo!
Ponto alto do dia :)

Sérgio disse...

MM,

Que maneira idiota de falar/escrever...

Educar? A única coisa que podes ensinar é a ser arrogante...

Mas será realmente relevante essa conversa de fundadores e de camisolas? Devo ficar eternamente envergonhado com a estória da camisola?

WTF...

jose garcia disse...

Ganda Rocha!!! :)

Anónimo disse...

LOOOOOOOOOOL caralho!!!! Grande texto, escreve mas é um livro de contos caraças!!! Pareceu-me que estava lá no dia desse jogo, e viva o rocha!!!
E quanto a essa merda dos títulos do Sbording, foda-se, caguei nisso, mais vale 1 campeonato de futebol do que 3000 medalhas no tiro com peidos; mais vale uma taça dos campeões europeus do que 10000 medalhas no enrabamento de coelhos sem pelos de marte!!! Viva o GLORIOSO!!!!!!!!

JK

Fred disse...

Delicioso.

Sem exageros: do melhor que já li na blogosfera. Senti-me na carrinha contigo, com o Rocha e com todos os outros. Obrigado pela boa prosa. Faz mais disto e menos textos polémicos; foi por estes "contos" que fiquei fã do blog.

rogerAjacto disse...

Cheguei a fazer de Rocha em deslocações distrito de Portalegre adentro, precedidas de cozidos à portuguesa... Quanto à quantidade de golos marcada sempre fui mais modesto.

Grande viagem no tempo, maravilhoso texto.

Abraço

Unknown disse...

curti o texto

MM disse...

Sérgio,
É a conversa dirigida a quem - de forma nada arrogante ou fantasiosa - pede no post imediatamente abaixo "que se acabe de vez com o Sporting", falando, o autor, sobre o Sporting.
Mas como alguém em comentário disse, falar no Sporting "é isco para trolls". Já o autor das últimas mensagens, Ricardo, não é claramente "troll", ainda que lhe tenha dedicado (ao Sporting) tanta prosa. Antes, lançou isco a trolls. Quem o afirmou, não chamou o autor de "troll".
Claramente, também.

Sobre o fundador temo que sim Sérgio. Quer dizer tu não sei, mas eu envergonhar-me-ia, claro que sim, caso o fundador do meu clube, José Alvalade, tivesse equipado nalgum tempo ou momento com a camisola do Benfica. Ou, caso um dos fundadores do meu clube fosse benfiquista.
Envergonhar-me-ia. Mas admito que contigo seja diferente. Normal até, diria.

Ricardo disse...

Muito obrigado a todos pelas palavras bonitas. Estou atento ao que me dizem e prometo dedicar-me mais ao tipo de texto que foi o ideal por que nasceu este blogue. Confesso-me cansado deste futebolzinho, destas quezílias, destes jogos de bastidores. Destes Soares Francos, personagens que vendem o cu em troca de oito tostões. Já se entendem agora os 2ºos lugares pelos quais os sportinguistas tanto clamaram (como se fosse algo digno de orgulho, mas enfim...). O Pintinho atelou o Soares a uma trela gigante e agora prepara-se para o atirar para a Presidência da Federação para mexer os cordelinhos como quer e entende. É assim: há demasiados invertebrados neste mundo.

A minha questão é: será que é desta que o Sporting se torna homem ou vai continuar rato? Vejamos se o Sporting abdica do amor ao Benfica e mete primeiro os seus próprios interesses. Muito dos próximos 10 anos se decide nestas eleições. Caso ganhem os corruptos, esqueçam. Comecemos a ir ver ópera.

Peço ao MM e aos outros ilustres e dignos sportinguistas que aqui vêm que arranjem forma de justificar os 3 milhões de títulos que dizem ter nos museus. Só naquela, de serem sérios.

Aos outros, meus irmãos benfiquistas, peço que continuem a apoiar o Benfica, mas com sentido crítico.

Agora vou ali e já venho. Shankly, Roger, Americano, Sérgio e Armando, tomem conta do tasco até final do mês. Se precisarem de mim, liguem para Roma, costa da Toscânia, Verona, Veneza ou o centro da Umbria. Depois hei-de contar histórias giras do benfiquismo por terras transalpinas.

Beijinho a todos.

Ricardo disse...

E Florença, claro. Como esquecer Florença? Muita preparação de última hora: roupas, escova de dentes, papelada e coisas, coisas, coisas. E Siena, também. E Pisa. E Livorno. E Perugia. O Low está onde? Pode ser que encontre o Low. Ah não, Bergamo. Bergamo, não.

Aproveito ainda para deixar as minhas impressões sobre os erros feitos no plantel, para que fique escrito em acta estupidifical:

- Não temos alternativas credíveis nem para a lateral-direita nem para central.

- Se o sistema se mantiver este 433, é impossível de compreender a dispensa de Urreta. Temos Nolito, Gaitán e Pérez. Faria todo o sentido ter 2 gajos para cada ala.

- Bruno César é 10, não é extremo. Digo isto porque me parece que o Jesus prepara-se para atirar o Nolito para o banco e meter lá o gordo (de que gosto muito, ressalve-se).

- O Jesus terá de abdicar das duas ideias teimosas e optar pela melhor forma de jogar: 433, Javi, Witsel e Aimar, Nolito e Gaitán (às vezes Perez para meter o argentino a comer a relva) e na frente, dependendo dos jogos, Saviola ou Cardozo. Só admito o 4132 suicida em jogos em casa contra equipas muito fracas. Ou seja: raramente. Não é por jogarmos só com atacantes que atacamos mais e, muito menos, mais. Ó Jesus, deixa-te de merdas.

- Falta renovar com o Maxi e Aimar. Para ontem!


Como pontos positivos, destaco, apesar das duas falhas apontadas em cima, um plantel de grande qualidade. Mesmo contra os Benquerenças da vida, se houver competência, limpamos estes próximos jogos e iremos ao Dragão em boa posição de assumir a liderança.

- O apoio dos benfiquistas. Não há como esta gente. Vão ao estádio. Mesmo naqueles dias em que têm a mulher nua em casa, com um presunto em cima das mamas e a sporttv ligada. Não sejam George Constanza. Não dá jeito nenhum comer, ver tv e foder ao mesmo tempo.

Vá, beijinhos.

Viva o Glorioso!

Mentiroso disse...

Génio! Grande texto.

MM disse...

" Já se entendem agora os 2ºos lugares pelos quais os sportinguistas tanto clamaram (como se fosse algo digno de orgulho, mas enfim...) "

Só se foi o Cosme Damião, porque de resto não conheço nenhum Sportinguista que tenha clamado por 2ºs lugares.

A explicação para os 2ºs lugares é simples Ricardo: houve um clube de merda que ficou uma data de vezes em 3º e 4º. 2 vezes fora da Europa, inclusive.
Se pensasses um bocadinho antes de desenrolar lugares-comuns perceberias algo muito simples: 1º lugar, significa 1º lugar. 2º lugar, significa 2º lugar. 3º lugar, significa 3º lugar. E por aí fora. Se os 2ºs lugares do Sporting significam "concluio" com o FCP, o que significarão 3ºs e 4ºs? Devem ser uma casa qualquer do FCP em Lisboa, certamente. Ou um núcleo, o que até nem seria de estranhar, uma vez que o vosso presidente é sócio do FCP.

Boas férias, vai e volta seguro.

Mr. Shankly disse...

Lindo, adoro estas histórias. E tens razão, isto é muito mais interessante que o futebolzinho que temos. Isto é futebol a sério, daquele que nos viciou.

MM, o Ricardo escreveu:
"Os outros 8 foram no carro dos pais, recebendo quilómetros a fio os conhecimentos futebolísticos da família – “Zé, tu agarra bem o gajo, não o largues”; “Paulo, quando chegares à zona da grande área, rematas, não passas a bola a ninguém!”; “Ouve o teu Pai, Toninho, não oiças o que o treinador diz, começas a correr, vais à linha e cruzas”,

Tu escreveste isto:
"Quanto ao técnico, lamento informar-te mas não era nada que se aconselhasse: "quando estiveres na área chuta com força e não passes a ninguém", "fecha os olhos e remata, não passes a ninguém!", "não sejas estúpido Ricardo!, passa a bola ao Rocha porque ele é que é!!!". Isto não são conselhos que se dê a miudos inocentes à procura dos futebolistas dentro de si. "

Acho que explica muita coisa.

Quanto ao clube de merda que ficou muitas vezes em 3º e 4º, acho feio que digas isso do teu clube, por muito grande que seja a desilusão depois deste arranque.

Tsubasa disse...

GE-NI-AL !!!!

O Rocha era a vedeta, que cometeu a proeza de "ganhar forças" com feijoada, ainda que depois de absorvidos os nutrientes, tenha que aliviar peso de forma mais rápida!!

Deu jogador que se conheça?

Magnifico texto!

Éter disse...

Soberbo!

Anónimo disse...

Amigo não te reconheço, mas tiveste o condão de relembrar algumas velhas memórias, que saudades desse tempo! Relembro ainda o velho Pirata a presidente e o já falecido Chico da Luz com a sua carrinha da fruta onde a malta matava a fome depois da escola e antes de mais um treino!

Alguém perguntou pelo Rocha, se é o Rocha de que me lembro, não foi jogador por aí além, depois dos infantis já aquecia o banco!

Edgar disse...

O Rocha pode n ter sido um grande jogador dp dos infatis mas lembro-me bem q n altura era um craque q fazia mtos golos mas q infelizmente n teve a sorte de continuar com a sua performance dp, mas os inúmeros golos q ele fazia ficaram bem presentes e de biqueira q era o forte dele :)

E desde ja digo q o velhinho Pirata ainda dava mto jeito ao futebol de formação dos dias de hoje pq foi um homem q fez mto por todos nós e faria com certeza por todos os q jogam agora.
Um Abraço a todos e Parabens pelo texto.

PS: Por acaso nesse jogo marquei 2 golos mas o Rocha era o verdadeiro goleador :)

Vitto Vendetta disse...

Ainda moras em Abrantes ,pá?

Vitto Vendetta disse...
Este comentário foi removido pelo autor.