sábado, 3 de setembro de 2011

A importância da opinião antecipatória, o verdadeiro apoio ao Benfica (e um texto do Lateral-Esquerdo que os reforça)

Não há um limite para as vezes que queremos dizer e avisar, já de antemão, os benfiquistas da borrada que foi deixar Capdevila de fora. Fazemo-lo de forma veemente para que, primeiro, não restem dúvidas de qual a posição deste escriba sobre a absurda opção de Jesus e para que, como aqui gostamos de fazer, fique expressa, a priori, a nossa opinião. 

Pedimos desculpa aos que usam os blogues para irem escrevendo consoante as marés, elogiando se os resultados são bons, criticando se não são satisfatórios. Aqui, cremos na importância da qualidade de antevisão dos acontecimentos. É que é esse o filtro que nos permite dar credibilidade ao que as pessoas escrevem e, mais importante, pensam. Analisar a posteriori, criticando ou elogiando, consoante os resultados obtidos, também é giro. Mas não chega. 

Esse tipo de análise, muito recorrente na blogosfera, que passa pelo pedido acéfalo para que não critiquemos nada nem ninguém deixando a esperança e a ilusão tomarem conta das nossas vontades, pode servir para muita gente. Para mim, não chega. Prefiro dizer o que acho quando as opções são tomadas, ficando, para o bem e para o mal, umbilicalmente ligado às minhas opiniões. Parece-me mais digno, mais justo e menos hipócrita. 

 Claro que também é muito mais difícil porque para antecipar alguma coisa - e para antecipar, com razão, a maior parte das vezes - é preciso mais do que saber juntar umas palavras e "apoiar" o Benfica. É que esta coisa do "apoio" tem muita graça: eu farto-me de apoiar o Benfica. Seja no Estádio, em casa ou criticando uma opção. Veja-se o apoio que dei o ano passado, quando, após 2 jogos de pré-época, disse que Roberto não podia ser o guarda-redes do Benfica. Se alguém me tivesse ouvido na altura, talvez as coisas pudessem ter sido diferentes. Mas não. Andei uma época inteira a ter de ler uns imbecis a insultarem-me porque não apoiava o nosso guardião. No entanto, enganam-se redondamente: no Estádio, aplaudi sempre Roberto, cheguei a zangar-me com quem, ao meu lado, assobiava o espanhol sempre que a bola lhe chegava aos pés e às mãos. O que não faço, nem nunca farei, é deixar o Benfica entregue a um sentido acrítico, em que são apoiadas todas as decisões, mesmo que estando à vista de todas que irão ser-nos prejudiciais. Isso não farei nunca. E por gente como eu é que o Benfica teve de admitir que se enganou (desde Vieira a Jesus, todos engoliram o sapo) e foi ao mercado buscar um guarda-redes a sério. Por gente como eu mas podia ter sido só pela realidade. O grande problema é que a realidade às vezes não chega - precisa que alguns apontem logo à partida o que a realidade demonstrará.

Os outros, os que acham que ser do Benfica é "apoiar" estúpida e cegamente todas as decisões de quem o gere, andaram um ano a dizer disparates para agora se deliciarem com a liderança do campeonato, muito por culpa de um guarda-redes chegado a custo zero. É assim a vida. As opiniões têm o peso e a importância que cada um quer que tenham. E nem todos se acomodam à facilidade da análise vulgar e banal dos acontecimentos passados. Há quem veja mais longe, quem antecipe problemas e isso nada tem que ver com ausência de apoio. Pelo contrário: o apontar de falhas só fará com que o Benfica cresça e evolua para um nível superior na sua organização. 

E é por isso que eu quero deixar bem claro a minha opinião: a não inscrição de Capdevila para a Champions League é uma decisão que pode manchar toda a época. Por aquilo que enfraquece, desportivamente, o Benfica numa prova altamente exigente e em que é fundamental ter jogadores da experiência e qualidade do espanhol, mas também, e talvez ainda mais importante, pela forma como prova a péssima noção de gestão de balneário que Jesus tem. 

 
Os sinais, para quem quer ver, existem no passado e no presente. Claro que se pode sempre agarrar a esperança numa mão e esperar que ela nos carregue até ao fim. É uma opção. A outra é perceber sinais de destruição antes dela acontecer. Não é para todos e é por isso que muitos, não o podendo fazer, limitam-se ao insulto fácil e à hipocrisia do "apoio" ao Benfica. Não sabem mais, ensinaram-lhes o uso da trela e é com isso que vivem diariamente, odiando de morte quem se insurge contra os erros óbvios que maltratam e prejudicam os interesses do Sport Lisboa e Benfica. Repito: a não inscrição de Capdevila é um erro tremendo. Um erro tremendo. Que pode estragar uma época.

Como reforço da minha ideia, deixo-vos com o texto do PB, do Lateral Esquerdo, que é uma pessoa lúcida e inteligente e que sabe mais disto do que a cambada de imbecis toda junta que aqui vem debitar alarvidades. Aconselho-vos a voltarem aos vossos blogues de merda e a dizerem 100 vezes por dia "precisamos de apoiar o Benfica" ou como aquele outro, que debitava na televisão: "eu vou dizer todas as semanas que o Roberto é um grande guarda-redes, dos que dá pontos!". Pena o Artur ter chegado. Nós, abutres, nos confessamos:

 

 «Gestão de recursos humanos. Onde se fala de Aimar e da exclusão de Capdevila.


"Estou impressionado com ele. É um número 10 com uma classe enorme. Entre mim e ele tudo é perfeito dentro do campo" Witsel sobre Aimar;

"No Corinthians tinha duas referências, que eram o Ronaldo e o Roberto Carlos. Aqui tenho o Aimar, que está ao mesmo nível" Bruno César;

"Até impressiona. É um jogador de um nível diferente. O toque na bola, a inteligência e a maneira como se movimenta impressionam". Ramires sobre Aimar;

"É um jogador de muita técnica, agilidade e inteligência. Não é à toa que foi considerado um dos melhores 10 da Argentina depois de Maradona. Por causa das lesões tem um tratamento diferente no Benfica, mas sempre que ficava no banco mantinha a postura profissional, sem qualquer estrelismo. Tornou-se numa referência para mim enquanto estive em Portugal". Felipe Menezes sobre Aimar;

"Benfica considera a hipótese de renovar contrato a Aimar, que termina na próxima época." in Jornal A Bola.

“Estou absolutamente surpreendido, não esperávamos uma coisa assim. Se não foi inscrito, o treinador já sabia que não o ia fazer, então porque não nos disse nada? Se nos tivesse dito alguma coisa antes de dia 31, então tínhamos procurado sair para outro lado. Não lhe faltavam equipas. Fazer uma coisa destas a um rapaz como este é terrível, ele está completamente desmotivado. Decidimos escolher o Benfica porque jogavam para a Champions e isso interessava-nos.” Empresário de Capdevilla.

Qualquer indivíduo com um mínimo de bom senso e um pouco de massa crítica percebe que é risível a forma como se gerem os recursos humanos no SL Benfica. O Benfica 2011/2012 tem, muito possivelmente o melhor plantel do futebol português. Porventura, será até bem superior ao que conquistou Portugal e deslumbrou a Europa (recorde as transferências para Chelsea e Real Madrid) e tem também, possivelmente capacidade para formar o melhor onze da Liga Sagres. Todavia, a forma amadora como se gere tudo o que se passa no futebol do Benfica, é assustadora. Se porventura os jogadores do Benfica voltarem a tornar o clube campeão nacional, serão merecedores de uma estátua. Mesmo tendo a qualidade que têm, será preciso serem verdadeiros heróis para resistirem como grupo às atrocidades a que vão sendo submetidos dia-a-dia.

P.S.- Não está em causa a qualidade, ou falta dela de Capdevilla. Numa lista extensa, deixar de fora um jogador de currículo importante, é procurar, sem necessidade, uma situação de conflito. O caso do espanhol, é apenas mais um que revela a fraca capacidade de Jesus enquanto treinador, para além das quatro linhas dos campos de treinos ou de jogos onde as suas equipas se apresentam.»

27 comentários:

André disse...

Tenho quase a certeza que o Jesus não queria o Capdevilla. Tenho a mesma sensação sobre o Nolito. Deverão ter sido contratações feitas por vontade do Rui Costa.

Rui disse...

Ricardo,

Sou leitor recente, mas concordo em absoluto com o que tens escrito sobre o Benfica e, em particular, sobre a gestão ruinosa dos recursos humanos feita pelo treinador.
O seguidismo acéfalo não serve para coisa nenhuma, seja em que circunstância for. É lamentável que muitos o façam e, os que o fazem, negam até, desse modo, o passado democrático ímpar do nosso clube, mesmo numa altura onde era mais fácil andar de braço dado com o regime ditatorial.

Quem contribui para mudar alguma coisa é quem recusa o unanimismo estúpido e desertificante. Com o blog e a postura que adoptas podes, no mínimo, contribuir para que sócios e adeptos sejam mais exigentes para aquilo que se faz no Benfica e que, do ponto de vista desportivo, resultou naquilo que todos sabemos.

Força aí, Ricardo. Que a carneirada seguidista nunca te impeça de partilhares a forma como vês o Benfica.

Diego Armés disse...

Assim, estamos a falar a mesma língua. Sublinho uma passagem no texto citado, acerca de Capdevilla: "é procurar uma situação de conflito". Precisamente. É Jesus com a sua postura habitual: fazer a mijadinha territorial só porque sim. Continuo sem me conformar. É uma opção demasiado absurda. E já nem falo da "maldade" para o jogador. É incrível. É uma traição. Que não lhe dê a titularidade mão beijada, é uma coisa; agora, isto é uma afronta - mesmo ao nível pessoal.

MF disse...

Ricardo, louvo e admiro a sua postura relativamente ao Benfica.

Às análises muito próprias - e obviamente discutíveis e passíveis de oposição e crítica - junta o que eu mais admiro no nosso clube: a pluralidade de opinião, a abertura e liberdade de opinião sobre o Benfica sem "palas nos olhos" e sobretudo, o apoio indiscutível e o querer mudar o status-quo permanentemente.

Não quer com isto bajular, até porque não concordaremos em tudo.

O que acho admirável nos dias que correm é, independentemente da opinião e crítica, haver ainda quem queira doutrinar os demais, com a sua opinião. Acontece em alguns bloggers, tal é a certeza com que falam.

Eu cá, assistindo de longe percebo o vosso ponto de vista, mas não estando no balneário e sem conseguir avaliar totalmente todos os pormenores, temo precipitar-me em qualquer opinião que dê.

Normalmente aceito, analiso e opino sobre o Benfica, mas nunca irei deixar de procurar sempre " o outro lado" da discussão e outras maneiras de pensar. Talvez seja defeito de profissão, talvez queira conhecer todos os argumentos e com isso fundamentar melhor as minhas opiniões e crenças.

Sou de uma terra de carneiristas e fanáticos - Porto - relativamente ao maior clube cá da terra. E esse comportamento sempre me fez muita confusão.

Admiro mais quem contrarie a opinião geral - mesmo que depois, como referes e bem, tenha as "consequências" futuras dessas opiniões (ninguém acerta sempre) - do que aqueles que não tendo opinião própria resolvem aceitar a doutrina que "lhes vendem" com fé abnegada.

Nós os bloggers benfiquistas, sofremos todos com o Benfica e todos temos a nossa opinião. Colocarmo-nos no papel de Jesus é aceitar que vamos ter que tomar decisões difíceis de tomar.

"Proteger" Capdevilla, seria proteger o balneário? Escolher um recém-chegado, não colocaria em causa os que já cá estão e necessitam de mais confiança? Privilegiar a prata da casa é mau?

Jesus não é coerente eu sei. Mas temos que confiar nas suas decisões. É o que nos resta.

Mas não nos prive da sua opinião, que muito prezo.

Gloriosas saudações,
http://oexpressodavitoria.blogspot.com

trainmaniac disse...

Revejo-me brutalmente neste post fantástico (mais um!).
O seguidismo e a acefalia não é uma característica dos Benfiquistas, é infelizmente um mal que se vê em tudo no nosso país. Seja na política, no futebol, na economia, etc... É a melhor maneira dos incompetentes que tomaram conta da nossa sociedade se protegerem, porque no dia em que generalizadamente as pessoas começarem a ter espírito crítico e a questionarem as opções quando elas são tomadas e não quando produzem resultados (tarde demais!), talvez muita coisa mude...

Anónimo disse...

Concordo absolutamente que o Jorge Jesus é péssimo gestor de recursos humanos.

Aimar, Urreta, o Cap (O JJ não o queria e parece-me agora forma de se impor. (estupidamente, por teimosia e orgulho, q tem muito como ja o demonstrou!)

Esperar para ver.. volta a reza.. rezar para o emerson não se lesionar ou não ser castigado.

Luis Martins? No campeonato não vai ter lugar e vamos mandá-lo para um jogo de Liga dos Campeões?

John Billy #37 disse...

"É Jesus com a sua postura habitual: fazer a mijadinha territorial só porque sim."

Acho que o Diego disse tudo.
Mais que razões técnicas, tácticas ou físicas o verdadeiro motivo da dispensa do Capdeville é mesmo essa: mostrar ao Rui Costa que ele e apenas ele é que manda no Benfica.
Nem que para isso tenho que prejudicar o clube e acabar com a carreira de um jogador.
Puta que o pariu.

Anónimo disse...

Mas por alma de quem é que o Aimar é chamado aqui ao assunto??Ele não joga sempre??

Anónimo disse...

O mesmo de sempre: "nós" e "eles". Somos TODOS Benfica. Havendo respeito de opiniões, todos seremos Benfica. Pelos vistos há quem não queira e apenas sobreviva chafurdando na pocilga que lhe dá de comer.

Miguel Nunes disse...

Boas anónimo, sobre o Aimar, e porque se refere À parte do texto que escrevi no meu blog.

Não lhe parece inadmissivel que o jogador mais reconhecido e apreciado pelos colegas de equipa (e isto é substancialmente mais importante e interessante que se-lo pelos adeptos), de que há memória que tenha havido em Portugal (n me refiro somente ao Benfica) esteja em fim de contrato?

Tanta coisa com o N.Gomes, que é um tipo q nc ng passou cartão. Nc se viu um único colega de equipa a dizer o q quer q seja sobre, se n fossem os jornalistas a pressionar com a pergunta, e agora com a maior referencia do Benfica das últimas 2 décadas, a terminar contrato n se ouve escabeche (se é assim q se escreve...e se a palavra existe...)

MF disse...

PB, nesse aspecto - renovação de Aimar - em concreto, acredito que o jogador já tenha uma ideia clara do futuro. Não se se não quererá aproveitar os últimos anos na sua terra-natal.

Já alguém ouviu o Aimar pronunciar-se sobre a renovação? É este tipo de receios e medos que sinceramente acredito estarmos a estimular, quando não existe razão.

Anónimo disse...

Caro PB, santa ingenuidade. O Aimar continuará a jogar pelo Benfica se o próprio Aimar assim o entender.
Aimar já terá decidido o futuro e disso já deu conta ao seu actual clube.
Não queiram fazer agora escabeche com a renovação do Aimar.

Miguel Nunes disse...

Caro anónimo, por mim tanto se dá se ele continua no Benfica ou não. É para o lado que durmo melhor.

Mas, se calhar se o Benfica tivesse pegado no Milhão que deu pelo Leo Kanu, mais nos 500mil que deu pelo André Almeida, mais... (é só ir ao post anterior deste blog) e os desse como prémio de assinatura, se calhar o Aimar faria o esforço de ficar mais 2 ou 3 anos em Portugal...

Gestão, caro anónimo. Gestão...

Anónimo disse...

O caro PB (será Paulo Bento?) pensa como um mercenário.
Pode até o caríssimo pensar que não mas há coisas que o dinheiro não pode comprar. Assim de repente lembrei-me da inteligência.

zigofrigo disse...

"Prefiro dizer o que acho quando as opções são tomadas, ficando, para o bem e para o mal, umbilicalmente ligado às minhas opiniões. Parece-me mais digno, mais justo e menos hipócrita."

Depreendo que as tuas acções vão de encontro aos teus pensamentos. Nesse caso gostava de te perguntar o que farias estando no lugar de JJ e tivesses de escolher 17 jogadores e deixar dois de fora? Que critérios usavas para seres justo e menos hipócrita?

Será que mesmo consciente que Capdevila não ia estar capaz de corresponder ao que tu esperas para o lugar de defesa esquerdo e mesmo na ausência de Emerson dificilmente lhe darias a titularidade, mesmo assim, e por uma questão de currículo, ias ocupar uma vaga tirando com isso outro jogador que de outra forma não o farias? É esta a tua a justiça?!

Gerir recursos humanos é também tomar decisões e por vezes bem difíceis de aceitar pela maioria. Que pode nem ser esse o caso. É que ao contrário também seria complicado: imagino o que seria a maioria dos jogadores sentirem que Capdevila valia pelo seu currículo e não pelo seu real valor e pelo o trabalho desenvolvido!

Sem querer criticar ninguém, acho ridículo o argumento em favor da inclusão de Capdevila só por uma questão de recursos humanos. Para o incluir a ele JJ teria de tirar outro, o que seria fácil, para o exterior, dada a diferença de currículos, mas isso também podia se devastador para o jogador e afectar o plantel.

Se fosse eu a decidir procurava ser o mais justo possível, sendo certo que não olhava a nomes. Seria sempre difícil para quem ficasse de fora, mas eu fazia-o com convicção e dignidade, podia estar errado mas convicto da minha justiça! Se o fizesse olhando a outras condicionantes considerar-me-ia um hipócrita e teria dificuldade em olhar olhos as pessoas que dependiam das minhas decisões.

Os currículos valem pelo passado e não pelo presente. Capdevila é (deveria ser) apenas mais um entre muitos e, como eles, sujeito à arbitrariedade de uma decisão porque não depende dele. Para quem decide é que não pode ser arbitrária, tem de seguir critérios individuais e colectivos sempre em prol do rendimento da equipa.

Anónimo disse...

Se é de opinião antecipatória que se trata, gostaria de saber quem o autor do texto gostaria de ver treinar o Benfica porque outra coisa não posso depreender senão que Jesus está a mais e não nos conseguirá conduzir aos títulos.

Unknown disse...

Ricardo ,
Acho que este é um tema já mais ou menos esgotado, pois todos já deram a sua opinião. Bem sei que é difícil conformarmo-nos com as más decisões do jesus, mas já estão tomadas e nada há a fazer. Ambos pensamos que nos vai custar este tipo de decisões e de gestão de recursos humanos sempre baseada no conflito e na prepotência. Mais interessante seria analisar o porquê da inclusão na lista da champions de jogadores que não contam, ou até agora não contaram para o campeonato, casos de césar peixoto e de luis martins, o porquê da dispensa do urreta e da manutenção do gaitán à direita, o porquê da insistência com o bruno césar à esquerda, ou de manter o aimar em jogo já muito depois de ele estar completamente estourado.

Unknown disse...

Mas se não formos "anti-benfiquistas" e não atacarmos o grande líder, os seus acólitos lagartos e tripeiros e o mestre da táctica - o catedrático do futebol, e as suas opções, queria propôr a seguinte discussão: Limitação dos estrangeiros não-comunitários no futebol português - em espanha só podem ser 3, porque não pensar em adoptar essa medida em Portugal, mesmo que numa fase transitória se permitam 5 ou 6. Falam dos jogadores portugueses permanentemente como se fossem lixo enquanto se aposta em toda a murraça que vem do estrangeiro. Em espanha, a limitação de estrangeiros obriga a uma maior aposta nos nacionais e consequentemente a espanha tem vindo a melhorar o desempenho das suas selecções. Não nos esqueçamos que espanha antes de 2008 poucos ou nenhuns resultados tinha em seniores. Ao invés a Inglaterra, a pátria do futebol mostra que quando se previlegiam os interesses dos clubes em detrimento das selecções, progressivamente iremos ficando com selecções menos competitivas dependentes de aparecerem alguns talentos que potenciem resultados. Brasil, Argentina, Alemanha são países em que a maioria dos seus jogadores são nacionais e não estrangeiros.
Não ponho em causa que seja necessária uma reformulação dos quadros competitivos das camadas jovens, em especial nos juvenis, iniciados e infantis, pois o modelo adoptado pelos juniores embora mais dispendioso já permite que mais jogadores possam durante largos períodos de tempo ter jogos mais competitivos. A questão essencial é que se não existir suporte financeiro para essas competições e a fpf dificilmente o poderá fazer na escala necessária, em especial com os rios de dinheiro gastos com a selecção principal e com as faraónicas comitivas que normalmente a acompanham, não serão os pequenos clubes que o irão fazer. Em vez de se adoptarem modelos tipo terceira divisão, menos dispendiosos, mas que limitam o aparecimento de talentos apenas às fases finais (nem sempre lá conseguem chegar e mesmo que cheguem não têm andamento competitivo para jogar com os 3 grandes), devemos procurar ter duas divisões, mesmo que separadas em norte e sul com 12 a 14 clubes, embora preferisse o modelo de 1 divisão principal com 16 e uma 2.ª dividida em norte e sul com 12 ou 14 clubes.
Onde é que isto entronca com o Benfica ? Olhem para os resultados da nossa formação nos últimos 20 anos. Bem sei que a chegada do Sornas ao Benfica e a adopção da política de uma equipa por escalão destruíu muito do existente, mas mesmo assim quantos jogadores potenciámos da nossa formação ? E porque não os potenciámos ? Se calhar porque quando transitam para seniores vão jogar para clubes da 2.ª liga, da 2.ª divisão B ou mesmo da 3.ª divisão. No Benfica aposta-se na prospecção de jovens talentos seniores, em especial na américa do sul, porque não apostar-se na formação já que se gasta tanto dinheiro no Seixal ?
E se nós não apostamos e quem apostava desistiu, porque não a Federação ou o Governo introduzem incentivos à re-aposta, como seja a limitação de não-comunitários ?

Unknown disse...

É verdade, impõe-se uma palavra de apreço para a gloriosa vitória sobre a lagartada em futsal. É bom ganhar, e aos lagartos ainda sabe melhor. Parabéns à secção de futsal do Benfica

Ricardo disse...

André, durante a época passada, aquando das primeiras notícias sobre o Nolito, lembro-me de ter ficado com a ideia de que o Jesus apreciava, e muito, o espanhol. Depois das coisas que tem dito dele neste princípio de época - especialmente a forma como falou no Barcelona B e no seu "individualismo" - começo a ter sérias dúvidas. Mas não falta muito para vermos o que vai fazer.

Rui, dá-me satisfação ler comentários como o teu. Não propriamente por concordares com o texto mas porque segues a ideologia que este blogue sempre defendeu: o da discussão e não o do seguidismo cego. Obrigado pelas palavras.

Nem mais, Diego. E é sempre bom irmos concordando aqui e ali. Já temos algumas "divergências" para ir acompanhado... :)

MF, o Capdevila, pela qualidade que tem, forma como foi apresentado, pelo estatuto que tem e pelo ordenado que veio receber, não é propriamente um jogador para desprezar. Pelo menos, para mim. E é só isso que diz o post. Privilegiar a prata da casa, depende. Se tiver qualidade, claro que sim. Mas não me parece, olhando para o plantel do Benfica, que a ideia seja privilegiar a prata da casa. De tal forma não é essa a ideia que chegámos ao cúmulo de ter de escolher estrangeiros para meter fora, acabando por abdicar de um jogador de qualidade inegável. Começa por aí o problema: estratégia. Não existe.

Ora, é isso tudo, train. E nem mais um ponto.

Quando a coisa transborda para as rezas, começo a ficar nervoso, encarnado88...

Sim, o Diego disse tudo, John. Mijadinha territorial - expressão certeira para caracterizar Jesus e o seu lado labrego.

Anónimo (19:19), ler. Ler. Ler. E reler. Depois diz qualquer coisa.

Anónimo (20:20), os "outros" de que falo não me interessam minimamente. Sejam benfiquistas, portistas ou boavisteiros. Eu não gosto de todos os benfiquistas. Era só o que faltava! Não há amor para tanta gente.

Ricardo disse...

Zigofrigo, começava por não ter de deixar nenhum dos jogadores-chave (e Capdevila é, para mim, um deles) fora da lista. Como? Sabendo quantos jogadores se estavam a comprar e ir moldando o plantel consoante as necessidades. Não ter de abdicar de nenhum dos principais não seria assim tão complexo: bastaria que um dos estrangeiros de menor qualidade não estivesse lá e na vez dele estivesse um português. Simples.

Mas chegados aqui, a esta desorganização latente: havia várias hipóteses, todas muito mais lógicas. Podia deixar o Jardel de fora - teria o Miguel Victor para o caso de um dos titulares não poder jogar. Podia deixar o Matic de fora - temos Amorim. Podia deixar o Rodrigo - temos Cardozo, Saviola, Nelson e até Nolito e Gaitán podem fazer, num 4132, de segundo avançado. Todas soluções mais inteligentes e mais facilmente colmatáveis no caso do titular estar indisponível. E aqui há dois problemas: Capdevila não ser titular (porque é, de longe, melhor que o Emerson) e nem sequer ser chamado para constituir uma alternativa ao brasileiro. Ou seja: se Emerson não puder jogar (e repito: nem sequer devia; devia jogar o espanhol, de caras), tens de fazer uma adaptação. Na Champions! Percebes o problema?

O Capdevila, independentemente do currículo único, da experiência internacional única no plantel do Benfica, vale acima de tudo pela qualidade que tem. Fazer dele um velho que tem percurso de valor mas inexistente na actualidade é desconhecer por completo o jogador. Tem sido vendida essa ideia. Eu compreendo: há que vender alguma coisa, para que se justifique o que não tem justificação. Mas a verdade é só uma: Jesus fez birra. Pura e simplesmente, fez birra. E isso é um atentado ao Benfica.

Anónimo (00:33), considero o Jesus um bom treinador, dos melhores (top-3) portugueses e muito capaz, do ponto de vista técnico, de ser campeão com o plantel que tem. O que não considero, e cada vez essa ideia se agudiza mais, é a sua capacidade para gerir os recursos que tem ao nível emocional. É um labrego, comoe screvi atrás. Um prepotente, alguém que vive da busca pelo protagonismo e não pelo interesse maior que é o do clube que serve. E isso é extremamente perigoso. E é por isso que, com um treinador como ele, tem de aparecer em força os responsáveis pela gestão do clube, limitando-lhe as competências ao espaço próprio e não deixando que ele se intrometa em assuntos que lhe não dizem respeito. Uma direcção forte, inteligente e organizada teria de explicar a Jesus que os bons jogadores que chegam são para serem aproveitados, independentemente de ele gostar do cabelo deles ou não. E aqui Rui Costa não sei bem o que anda a fazer. Se isto é um jogo de forças, então há que toma ruma posição: ou faz ver ao treinador que, em vez de olhar par ao próprio umbigo, deve solucionar e potenciar os recursos que tem à disposição, ou então sai por achar que o treinador tem, dentro do Benfica, mais força que ele próprio.

Respondendo directamente à pergunta que me faz: a continuar desta forma (e os sinais de que não vai no caminho certo, tanto ao nível da gestão de balneário quanto da incapacidade de admitir os erros tácticos e corrigilos são cada vez mais evidentes), penso que a saída de Jesus será uma inevitabilidade. Não agora, claro; seria estúpido não deixar a época correr e ver se o homem decide atinar - até porque, mesmo desatinando, tem um plantel recheado de qualidade que permite ultrapassar muita coisa. Mas, caso se confirmem definitivamente todos estes defeitos de Jesus (e penso que mais um, dois meses servirão bem para o compreender), sim, acho que deve sair.

Ricardo disse...

Que fique claro que acho o Jesus um bom treinador. Só que um treinador é mais do que a qualidade com que vê o jogo, a competência técnica e a ideologia positiva que tem para a sua equipa. É um gestor de homens, de sensibilidades, de momentos. E isso Jesus não tem nem terá. Pelo contrário: não sabe comunicar com os outros, não sabe gerir de forma inteligente um grupo de trabalho e é, como já se sabe, um teimoso que se for preciso leva a ideia que tem até ao fim, mesmo que o passado recente e o presente lhe andem a avisar de que deve rever certos princípios de jogo. Vem daí o "labrego", da falta de inteligência para a adaptação; e não, como vi estupidamente escrito em algum sítio, pela sua condição social.

Mas, lá está, ler é mais do que juntar palavras.

Bcool, o que é que eu posso dizer disso? Olha, concordo a 100 por cento. É tudo isso.

Ricardo disse...

*corrigi-los

jacc disse...

E porque não, alguém dizer ao JJ, que também os seus títulos passados não contam, que o que conta é o presente e o futuro!

Anónimo disse...

"Assim, tal qual está mentalmente o nosso técnico, por aquilo que diz, por aquilo que pensa, pelo que nos quer vender e pelas opções que faz e as que se antevêem, o Benfica não será campeão."

"Anónimo (00:33), considero o Jesus um bom treinador, dos melhores (top-3) portugueses e muito capaz, do ponto de vista técnico, de ser campeão com o plantel que tem."

Meu Caro, confesso que estou confuso. O anónimo (00:33) gostaria de lhe dizer que, por mais divagações que possa fazer, distinguindo entre planos técnicos e mentais, a quem dirige o Benfica só resta responder à seguinte questão: É Jesus capaz de fazer o clube campeão?
O Ricardo, perdoe-me a franqueza, não se quis comprometer.
Talvez não seja do seu tempo mas ficou célebre uma frase de Vasco Gonçalves, em pleno período revolucionário, onde o mesmo afirmava que "ou se estava com a revolução ou se estava contra a revolução". Não havia meios termos.
O Ricardo deu uma no cravo e outra na ferradura.
Nem vou comentar o facto de estar convicto que Jesus vai pelo mau caminho e, no entanto, estar disposto a esperar mais alguns meses, para ver se ele "atina".
Por deformação profissional terei que lhe dizer que o Ricardo comete, estrategicamente, um erro crasso.
Não é essa a resposta que se espera de quem tem o poder de decidir. Ou confia e continua até ao fim ou, duvidando, demite enquanto vai a tempo de minorar os danos.
Termino com outra frase célebre do período revolucionário. O Ricardo só faz fumaça...

Saudações benfiquistas.

Ary Agostinho disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Coach disse...

Adoro este blog.

Em toda a blogosfera benfiquista este é o unico blog em que eu concordo a 100% com os pontos de vista defendidos.

O meu tempo livre dedico-o ao benfica. Tiro sempre pelo menos hora e meia por dia para ler toda a blogosfera benfiquista.

Já gostei muito do vedeta da bola mas desde que o lF passou a escrever no jornal do benfica e a aparecer na benfica tv deixou de criticar abertamente o que de mal se faz no benfica por estar comprometido e como tal perdeu muito valor para mim. Gosto do red pass. Acho que o JG percebe de futebol é uma pessoa muito sensata nas suas análises. Aprecio e concordo com os textos do misterD do ndrangueta,Divirto-me com o sentido de humor e inteligencia do constantino de A mão de vata, irrito-me com os textos da tertulia benfiquista, enervo-me e entro em debate constante com o coluna das aguias gloriosas, um grande benfiquista que só peca por fanatismo a mais, e destaco também o pedro do mágico slb, que apesar de me ter eliminado o ultimo post em que mandei pro crlh todos os benfiquistas sportinguizados que se acomodam ao amadorismo e falta de exigencia que tem pautado o trabalho de vieira no benfica.

Muitos parabens pelo excelente blog