terça-feira, 11 de outubro de 2011

João Vieira Pinto, o Deus-menino de Ouro

Foi desta forma





que João Vieira Pinto marcou o golo mais fabuloso alguma vez defendido por um guarda-redes. Daqueles momentos em que a História, em vez de continuar em frente, decidiu parar num tasco e embezanar-se a torto e a direito, mudando o destino de uma bola que, desde o princípio, estava prometida às redes da baliza do topo Sul do Estádio da Luz. Aliás, curiosa a circunstância de ter sido no velho templo que o destino de João Vieira Pinto não ficou indelevelmente marcado a um golo extraordinário - aquele Benfica de 97, aquele Estádio do Benfica de 97, aquela escumalha do Benfica de 97 não mereciam tão grandioso génio e o golo afinal deu em canto.

Custa-me sempre falar em João Vieira Pinto, herói e mártir nas mãos dos benfiquistas mais desavisados. Do menino de ouro a um renegado, assobiado no Estádio, foi um trajecto de vergonha mesclado com a confusão que deriva da escassez de neurónios na parte superior do cérebro.

Alguém poderá dizer, em consciência, que João Pinto foi algum dia um traidor? Para uns, sim, demasiadamente ocupados a limpar os esgotos de onde lhes sobressaem as ideias, pouco dados à ternura das emoções e à simplicidade da contemplação do que é belo. 

João Vieira Pinto foi um génio, um tornado que passou pelo futebol português e deixou cicatrizes e tatuagens profundas nos que o viram jogar: uns, despeitados, choram dores de feridas imaginárias; outros, agradecidos, olham os braços e vêem tatuados os momentos eternos em que o pequeno João deliciou as plateias com o seu talento instintivo.

Às vezes parecia que não via mais nada senão bola, baliza e golo. Mas era mentira. No último momento, soltava a redonda em frente a um colega e ele só tinha de empurrar para a baliza vazia; no último passe, centrava milimetricamente para as cabeçadas certeiras de avançados que, fossem bons ou maus, sentiam a vergonha de falharem golos tão fáceis. Às vezes, fintava de primeira, em recepção, e rematava forte para um dos cantos da baliza; outras, aparecia em peixinho a 20 centímetros do chão, rodava, torneava o pescoço e o pequeno corpo de mira microscópica, enquanto a bola, fiel, ia devagar aninhar-se nas redes laterais da baliza, junto ao poste mais distante.

No espaço, sempre no espaço, João jogava nos anos 90 como muitos treinadores ainda hoje pedem aos seus atletas que o façam: entre-linhas, no espaço, sempre no espaço, em diagonais, naquele lugar da relva onde ninguém imagina que a bola vai ter. Mais pequeno, mais fraco, menos intenso, João dilacerava defesas de postes de electricidade e bisontes altivos com a beleza das coisas simples: um toque, uma desmarcação, golo. 

Se Guardiola entrasse numa máquina do tempo e fosse hoje ao campo de treinos do Boavista ver jogar um João Vieira Pinto de 16 anos, ter-lhe-ia acenado com um contrato ultra-milionário e a promessa de vir a fazer história na melhor equipa do mundo. E estaria correcto, Guardiola. João Vieira Pinto foi aquele que nasceu antes do tempo de poder vir a ser, na melhor equipa do planeta, o melhor jogador da Via Láctea. Por anacronismo, mas também porque, no seu tempo, João Vieira Pinto teve medos, medos lusitanos, medos dos que preferem o conforto da cama, comida e roupa lavada à aventura da diáspora por terras desconhecidas. 

Uns dirão que, ainda assim, foi suficiente; outros que podia ter chegado mais longe, ao lugar dos deuses. Para mim, que o amo, só tenho pena de o ter visto desperdiçar talento num Benfica moribundo e decrépito e num Sporting, que sendo razoável na altura, nunca foi clube suficiente para tanta grandiosidade.

João Vieira Pinto merecia mais, merecia os grandes clubes e as grandes equipas. Teve-os unicamente nos primeiros anos de águia ao peito mas depois a águia morreu e com ela a oportunidade do menino de ouro se imortalizar em coisa etérea e mirífica.

Ficam, no entanto, os lugares que a História, mesmo bezana, não conseguiu apagar. Aqueles instantes em que, provavelmente imaginando a futura traição do destino, João decidiu levar com ele e dar aos outros de forma simples e solidária: momentos de genialidade pura. Como aquele, numa tarde/noite em Alvalade, em que, apoiado por grandes jogadores, destroçou completamente a melhor equipa do Sporting desde os 5 violinos. Marcou três, deu dois, podia ter marcado mais, deu outros a marcar, mas o que sobressaiu nesse glorioso dia foi a voz de um menino franzino gritando aos céus a entrada no panteão dos imortais:



Por mim, aceito o pedido. Por mim, és Deus, João.

49 comentários:

Constantino disse...

Ricardo,

Para mim o melhor golo que nunca foi pertence também ao JVP num jogo na Luz (ela, sempre ela) contra o Katowice em que o puto saca de um espectacular e não menos espampanante pontapé de bicicleta (daqueles em que primeiro se chuta o ar com o pé esquerdo e depois se chuta abola com o direito) e o redes polaco faz uma grande defesa. Noutra dinâmica, há também o maior falhanço que deu golo e esse é da inteira responsabilidade de Marcelo Santos Cipriano himself, na Luz (olha quem voltou) num jogo para a Taça, penso que com o Leiria (ou tera sido o guimarães?) em que o Helder lhe mete a bola a 1,5m da linha de golo, sem redes nem defesa num raio de 700m (estavam todos no karting do colombo) e ele consegue acertar com a bola na barra antes de esta beijar a rede. Diga-se que são momentos como estes que fazem a vida de um médico legista.

Ainda de volta ao JVP (como é miudo aceitas a chamada a cobrar no destinatario do JVA?) foi o tipico grande craque que foi vitima da sua equipa. Há quem diga que os grandes jogadores disfarçam as defeciencias das suas equipas, mas porra, ate o Jardel teve que esperar pela saida do Butorovic do fcp para fazer a sua melhor epoca la no antro, portanto... De qualquer forma é justo referir que naqueles anos das trevas, houve 1 epoca em que o SLB teve 4 jogadores que seriam titulares na equipa deste ano (ou pelo menos no plantel estavam): Michel, Ricardo (não es tu pah, fodasse) que mesmo a correr sem dobrar os joelhos (vamos la sokota) tinha mais classe que qualquer outro jogador que tenha passado pelo SLB, Valdo que foi o primeiro Aimar do SLB e, claro, JVP. O problema é que tudo o resto eram marinhos, pauloes, paredoes, mardeclos etc etc.

Só para terminar, nos 3-6 há um grande momento: 2 minutos de jogo, scp troca a bola e alvalade em massa a gritar ole....oooole....ooooole... mais ou menos o que aocnteceu a 2 minutos do fim...mas ao contrario.

PS - curioso como na lista de trofeus dos lagartos não aparece 1º lugar na lista das goleadas sofridas em casa por um rival...

Abraço.

Pedro disse...

Por mim não é.

João Vieira Pinto foi o mais perto de um idolo que eu tive. Adorava o gajo. Sempre o defendi até à exaustão pq considerava (e não mudei essa opinião) q ele levava o SLB às costas, pq ele dava o litro em campo, em todos os jogos. E jogava muito.

Sempre achei que tinha capacidade para suplantar Figo e até Rui Costa se tivesse apostado numa carreira internacional no momento em que eles o fizeram. Era mais jogador q qqr um deles, tinha visão de jogo, inteligência, capacidade técnica,táctica, jogava bem de cabeça, bom remate, era quase um jogador perfeito. Lembro-me de acesas discussões q tive no extinto Forum do SLB no site do clube a defender JVP.

Depois aconteceu a ida para o sporting e toda uma série de mentiras e atitudes que me fizeram mudar completamente a idolatração que lhe fazia. Como jogador não lhe aponto nada, como homem deixei de o defender. E foi com enorme alegria q uma vez vi e ouvi 80 mil na Luz a assobiarem-no.

Um jogador q foi um simbolo na Luz, o verdadeiro menino querido de clube, um idolo para milhões não pode, NUNCA, confundir pessoas com a instituição e adeptos. Os adeptos nunca lhe faltaram com nada. Saltar e cantar ao som do "SLB ...SLB" dos lagartos é algo q nunca esquecerei. Eu vi, ninguem me contou. E aquela conferência de imprensa a chorar pq estava "desempregado". Muito triste para quem tanto admirei.

Deus? Nem pensar.

Ricardo disse...

Não me lembro desse lance, Constantino. E não o encontro - cabrão do youtube que não tem tudo!

Já desse outro, do "maior falhanço que deu golo" do Marcelo lembro-me bem. Andávamos bem servidinhos de avançados, não há dúvidas nenhumas.

Não te esqueças que, nessa equipa, Michel, Ricardo e Valdo já tinham 90 anos. Sim, ainda tinham muita classe mas, por outro lado, já não podiam conduzir.

E o Paredão, mais tarde chamado "Thome", a central no Chelsea? Um dos mais fantásticos cepos que passou em autocarro pela Luz...

Esses ooooooles aos dois minutos de jogo tiveram uma razão de ser: os sportinguistas comemoravam mais 50 títulos no palmarés: os 50 toques que os seus jogadores deram na bola. Não há quem os pare. Quer dizer... há. Há relatos de gajos que, nesse dia, saíram do estádio e meteram-se enfiados em casa durante 5 anos.

Ainda não pesquisei mas de certeza que estará no palmarés sportinguista: o número extraordinário de vezes em que saíram de jogos contra o Benfica vergados a goleadas. Acho que é recorde mundial. Mais um para o mais titulado clube do Universo.

Ricardo disse...

Pedro,

"Depois aconteceu a ida para o sporting e toda uma série de mentiras e atitudes que me fizeram mudar completamente a idolatração que lhe fazia."

Que série de mentiras e atitudes?

Essa do "SLB... SLB" não me lembro. Mas, eh pá, o homem andava fulo com a forma vergonhosa como foi tratado. Quero lá saber disso. Sei que foi um gajo que ficou, quando outros deram à sola - naquela altura em que o Sporting revelou mais uma vez toda a sua elevada idiossincrasia e quis roubar à dúzia jogadores ao Benfica - e que sempre, até sair, defendeu o clube da melhor forma. Interessa-me pouco esse tipo de novela mexicana. Até porque sempre que o oiço revela um enorme respeito e carinho pelo Benfica.

A conferência de imprensa não me parece nada disso. Vi um homem tratado abaixo de cão pelos dirigentes do clube que ele sempre representou da melhor maneira.

Lá porque gostas do Vale e Azevedo não deves desculpar tudo, Pedro.

EagleOne disse...

Bom texto, como é normal.
O JVP foi o meu ídolo de adolescência, cresci a vê-lo sozinho contra o mundo naquelas equipas reles que tínhamos nos anos 90.
Não sei se é um Deus mas é de certeza um dos melhores 10 jogadores portugueses de sempre e um dos melhores do mundo, também.
Não guardo rancores contra ele, nunca o assobiei como o Pedro. Mas entendo que nem todos estejam contentes com ele ter ido para o rival.

Pedro disse...

Ricardo,

O homem assinou com o sousa cintra e depois fugiu para Espanha onde o Jorge de Brito o foi buscar dando-lhe um valente aumento de ordenado. Não é por aí.

Como disse no post ele estava fodido com Vale e Azevedo, não com o Benfica e benfiquistas. Ainda hoje uma data de benfiquistas não suportam o Ronaldo pq teve um gesto na Luz...JVP cantou e saltou ao som do SLB ... SLB... mais q uma vez...não me lixem. Não é por ter ido para o sporting, é por ter tido as atitudes q teve.

Em relação às mentiras...um dia falamos melhor mas, basicamente, a conferência de imprensa não tinha razão de ser...

Constantino disse...

Ricardo,

tambem não encontro isso. Tem-se de encomendar à malta do Memoria Gloriosa que eles é que dominam a arte dos audiovisuais. Mas foi um jogo da Taça das Taças de 93/94 que terminou 1-0 com golo de Rui Aguas ja no finalzinho.

Ainda desses 3-6, eu como sou um tipo do contra, sempre disse e digo que o melhor momento do JVP nem foi nos 3 que marcou, foi no 5º do SLB, naquela troca de pés em frente ao sousa ou figo na quina da área e depois a trivela (áinda o pseudo inventor da trivela nao andava por cá e já o Isaias recebia passes de trivela) para o profeta meter mais uma batata. Como diria o comentador: Isaias sozinho...é o 5º...incrivel... Só um aparte: essa equipa de 93/94 com o Michel na baliza tinha limpado a casa com todos os trofeus... aquele neno não existia catano.

Jorge Soares-Emerson Thome-Bermudez.... é caso para dizer que vida de Saint era dificil naqueles tempos.

Abraço.

Diego Armés disse...

Concordo com a maior parte dos elogios ao João Pinto - e concordo, sobretudo, com a apreciação sobre a carreira dele: quanto a mim, era ele o grande prodígio da geração de ouro, não o Figo nem o Rui Costa. Mesmo nas camadas jovens, João Pinto sempre se destacou sobre todos os outros. Da mesma forma que, desde sempre, havia nele qualquer coisa de trágico, de herói romântico (a vida pessoal, a ida para o Sporting de Madrid, a chegada a um Benfica prestes a ruir, o vai não vai do verão quente, a vingança em Alvalade, o Benfica em ruínas, a saída para o Sporting de Lisboa - onde conseguiria atingir, novamente, um grande nível numa boa equipa, mas onde, mesmo assim, muitos o viam como um "infiltrado", a saída sem glória da selecção...). É, sobretudo, uma personagem marcante da década de 90 do futebol português (esse período tão negro...). Em termos de qualidade futebolística, arrisco dizer que é dos melhores jogadores que alguma vez passaram pelo Benfica. Não sei se no top 10 ou 5 ou 20 - pouco me importa isso. Mas que está na galeria dos grandes, está.

Hattori Hanzo disse...

Eu situo-me a meio-termo na opinião sobre o João Pinto ... não o coloco como ídolo, nem como traidor, apenas como profissional. Não o poderei ter em conta devido ao que ele fez no Verão quente... o gajo não deu à sola Ricardo no Verão quente porque o Jorge de Brito lhe acenou com mais que o Sousa Cintra. Se falasses em gajos como o Rui Costa ou como o Helder (que até era lagarto... neste momento já não deve ser)ainda compreendia mas sobre João Pinto é melhor não falar dessa situação. Sobre o que fez depois no Sporting eu se calhar fazia o mesmo pela forma como foi escorraçado no clube. Constantino esse lance do Marcelo (ou será Martelo) é numa meia-final da Taça contra o Leiria, num ano em que depois perdemos a final contra o Boavista por 3-2 (não era bem Boavista, era mais Nuno Gomes e Sanchez + 9 que já tinham contrato com o Benfica). Mas o gajo não era assim tão mau (apesar de tosco), acabou por passar nesse ano dos 10 golos nesse ano. Tal como Bermudez não era assim tão mau (ok... era mau noutro sentido, dava pau em tudo o que se mexia), se tem chegado numa altura em que tivéssemos uma defesa razoável tinha resultado, um pouco há imagem do Marchena uns anos mais tarde. O gajo chegou a ser capitão do Boca.

Ricardo disse...

Pedro,

o homem estava a ver que ficava sem guita ao final do mês - e depois como ficava para comprar o último modelo da Ferrari? São coisas que devemos entender e abraçar.

Foda-se, nem sequer compares o Ronaldo com o João Pinto. É que isso é um insulto ao nosso menino de ouro!

Diz as mentiras agora. Se não disseres, vou contar à tua mãe que gostas do Vale e Azevedo.

Constantino, o gajo do Memória Gloriosa anda muito preguiçoso. Até parece que custa muito andar a fazer resumos de jogos que não se encontram em lado nenhum. O lambão!

A trivela e a jogada, deliciosas. E, sim, estou contigo: com o Michel o Parma tinha sido papado - e só não foi porque, na Luz, num jogo fantástico, não conseguimos marcar um décimo do jogo que produzimos, que seria mais ou menos 6 golos. E, pronto, o Paneira também podia não se ter armado em Veloso.

Diego, sem dúvida, é tudo isso. E aquele murro na barriga do Oloraigailaialaia também foi um episódio à John Pinto. O que diria Manuel Queirós do lance?

N.T. disse...

"Até porque sempre que o oiço revela um enorme respeito e carinho pelo Benfica."

Quem viu a conferência de Imprensa no Sindicato, onde anunciou o fim da sua carreira, sabe em que momentos os seus olhos brilharam mais intensamente. Isso basta-me para perdoar tudo e mais alguma coisa.

Num Clube onde jogadores vulgares que tiveram atitudes verdadeiramente desrespeitosas para com o Benfica têm segundas oportunidades (vide caso Jorge ribeiro, vide caso Pepa) custa-me que não sejam aproveitadas as capacidades do João Vieira Pinto.

Ricardo disse...

Hanzo, acho injusto comparar o João Pinto ao Sousa e ao Pacheco. É bom lembrar que, na altura em que o gajo pensou aceitar o convite do desavergonhado Cintra, estava no Benfica há um ano. Muito diferente do Sousa, que era da formação, e do Pacheco, que já tinha uns bons anos de casa, incluindo duas finais dos Campeões Europeus.

O Bermudez era mau


Nem mais, NT.

Dj Rumbero disse...

O Marcelo com certeza nao era avançado pro Benfica mas nao nos podemos esquecer que se esse ano chegamos à final da taça foi graças a ele. Se mal nao me lembro em 2 ou 3 jogos foi ele que saiu do banco pra marcar o golito que dava passagem à seguinte fase. Qto ao golo que o tino fala lembro-me perfeitamente e até me lembro de uma reportagem à tv dias depois onde o Marcelo explicava o golo y mostrava a parte do terreno que fez a bola saltar e que quase custava o lalhanço eh eh eh...
Quanto ao JVP para mim sempre será o meu primeiro idolo do futebol desde que o vi jogar pela primeira vez no bar "acuerela do Brasil" em caracas onde asisti à final do mundial de 91. A primeira vez que o vi ao vivo foi em Espinho contra o Sporting local e às cavalitas do meu pai vi-o saltar do banco pra resolver o jogo e acho que nessa altura nao tinha nem 20 anos... O que o JVP fez pelo Benfica como jogador poucos fizeram. Ele e o Michel foram dos poucos que nos evitaram maior (sim podia ser ainda mias) sofrimentos nesses anos tao dificies.
Quanto aos centrais o pior central que vi jogar pelo Benfica é sem duvida o Jorge Soares!!! , mas que nodoa, até fico mal disposto so de pensar, o Paredao era bem melhor!!

LDP disse...

O problema do jogo com o Parma foi que na segunda mao, em Itàlia, o Kulkov sofre penalty e o àrbitro nao marca.
Os italianos nessa altura do jogo jà nao sabiam o que fazer, principalmente porque desde a meia hora que jogàvamos sem Mozer - entrada ao pé de um adversàrio no meio campo e expulsao (olà Rinaudo!)

Mas se o Paneira nao tem falhado o penalty...

Sobre o JVP sempre o vi como um idolo no Benfica num futebol onde outros da sua geraçao eram estrelas mundiais. Talvez por culpa da sua personalidade mas um jogador nao é sò aquilo que faz em campo com a bola nos pés. Por exemplo, sò Figo conseguiria ser capitao de equipa de uma naçao como a Catalunha.

Apertei-lhe a mao depois de um treino durante o seu ultimo ano de Benfica. E enquanto assinava qualquer coisa que lhe dei para a mao observei como ele era ainda mais baixo do que eu. Flashes da porrada que levava em quase todos os jogos me passaram pela cabeça e tive a certeza que, se fosse comigo, uma pensao por invalidez fisica e uma cadeira de rodas aos 30 anos seria o minimo.

Ciente das equipas de merda que o Benfica apresentava na altura, disse-lhe adeus com um "Força Joao!" ao que ele respondeu simplesmente "Obrigado."

Obrigado Joao.

Ricardo disse...

Aviso já: qualquer dia há post sobre o Paneira. Um dos génios mais subvalorizados deste e do outro mundo.

Jorge Soares, foda-se! Do que tu te foste lembrar, David...

Anónimo disse...

Genial o texto...

Abraço, Jorge D.

Constantino disse...

J. Soares foi o tipo que num dia assinou pelo SLB e no dia seguinte marcou o golo da vitoria do farense na Luz. Logo ali devia-se ter visto que daquele tipo não vinha nada de bom para o Maior do Mundo.

Porra, Paneira o "Uni-finta"... mas a gaja saia sempre bem. Se tivesse um joelho indrominado podia ter sido o Garrincha Portugues, ate porque nos comentarios que faz na sporttv à vezes parece que esta etilicamente descompensado.

Ricardo disse...

Para ser "uni-finta" assim é preciso meter muito "multi-finta" na cabeça dos adversários. No fundo, o Paneira era um cínico de anca. Um tangueiro nos dois sentidos - que é, afinal, o mesmo.

Recuso-me a falar sobre Paneira-comentador. Dá-me mais asco do que 3 horas a mamar shots que envolvem Gold Strike e Tabasco.

Unknown disse...

Falam do Jorge Soares ? Foda-se então e o Nelo, e o Escalona, e o Thomas, e o Jamir, e o Gary Charles. Houve muita merda que passou pelo Benfica, o Emerson Thomé era muito fraquinho ele que veio com o Martelo do Tirsense, mas que era muito mais fraco que o Hassan que tinha vindo do Farense. Quanto ao João Pinto a tristeza da javardice do Vale Tudo a Roubar foi tão grande que fui para o Estádio da Luz protestar contra o ladrão. Não me admirava que esse pulha dispensasse o Eusébio se fosse presidente na altura. No Euro 2000 que se seguiu foi o campeonato onde Portugal melhor jogou, talvez por ter tido o melhor treinador/seleccionador dos últimos 40 anos, o João Pinto mostrou toda a sua qualidade. Claro que depois de estar 2 anos na lagartolândia só poderia dar merda como deu na Coreia, mas foi o jogador que depois do Chalana mais me emocionou a ver jogar. Aquela grande equipa que ganhou a taça em 93, a equipa de 94 e a que ganhou a taça em 96 foram as últimas equipas que tiveram alguma qualidade, mas depois viria quem levaria o Benfica a bater no fundo

Diego Armés disse...

Epá, sobre o Paneira queria ser eu a escrevê-lo. Esse sim, o meu primeiro grande ídolo do Benfica. Aquele jogo com a Juventus, este jogo em Alvalade (óbvia e justamente ofuscado pela monstruosa exibição de João Pinto)... Não tenho outra forma de pôr as coisas: em 1990, eu queria ser como o Vítor Paneira - fugir à tropa para ir jogar à bola no Benfica.

pitons na boca disse...

Devo ser mais velho, eu. O meu primeiro grande ídolo do Benfica era um senhor que habitava num meio campo repleto de outros grandes senhores do futebol: Carlos Manuel, que jogava com Shéu ou Nunes ou Elzo, só para citar 3 nomes. O gajo que me obrigava a escolher sempre números pares para a camisola (e nem me lembro se eram o numero dele, mas naquela idade, ligava os números pares - 6 e 8 - ao Carlos Manuel). Quando foi para o sportém foi uma desilusão, mas não consigo esquecer que foi o meu grande ídolo até ~1988 - já eu levava meia década de amor incondicional ao futebol.

JVP era um fora de série que não merecia o Benfica que tínhamos na altura (ele e mais 3 ou 4 que passaram por cá nesses anos negros - assim de repente lembro-me de Poborsky, Preud'homme, o saudoso Enke ou o Vanhónhonque), mas nisto do futebol a razão poucas vezes vence e sempre preferi o Rui Costa. Talvez por terem funções diferentes em campo e por eu idolatrar a ideologia do que um verdadeiro 10 faz dentro de campo e da magia que pode transportar e passar para quem joga ao seu lado.

David disse...

O João Vieira Pinto foi enorme e podia ter sido um dos melhores de sempre.

E tu também és grande, Ricardo, e disseste tudo.

Obrigado.

JD disse...

JVP podia ter sido tudo. Tudo!

A lesão que tem no Boavista e a lesão que tem na selecção (pubalgia??) mudam-lhe a forma de jogar e aquilo que vimos, e foi muito, não é nem metade do poderia ter jogado.

Isso e ter que partilhar o relvado com Kings, Simanics, Escalonas e o caralh**.

Deviamos ter aproveitado o jgo contra a Pobreza (há 2 anos??) para o trazer de volta a casa.

Já ao Manel Fernandes foi dado o privilégio de voltar a vestir de vermelho...

Deixou sempre tudo em campo, foi torturado pelos árbitros em nosso nome, e é mandado embora daquela forma?

Foi para o Sporting e deu-lhes o titulo (foi ele, não o Jardel!!).

Se fosse comigo, talvez me tivesse vingado (para logo pedir perdão...), mas ele nem isso fez.

Como e quando o trazemos para casa?

Constantino disse...

Bom se isto é para entrar no campo do "ah o meu idolo era..." vão ter que me desculpar mas o Valdo até a beber caipirinhas em Carcavelos conseguia meter o Vata, o Magnusson e porque não dize-lo... o Mauro Airez na cara do golo. Desconfio que só não é visto pelos benfiquistas como realmente deveria ser visto porque só esteve 5 anos na equipa principal do Glorioso (ao contrario de outros Maestros da camisola 10 que estiveram... 5 anos) e especialmente porque na sua 2ª passagem tinha um penteado que só ficou atras do do Beto na lista dos penteados mais à "pescador da trafaria". Aquela permanente não lembraria nem ao rolando.

PS - quero ver quem saca primeiro de um post do paneira: o ricardo ou o diego. felizmente tenho os 2 na minha lista de links para acompanhar este dérby. Se não resolverem a coisa a bem, combina-se ja para sabado no Largo da Feira de Castro Verde um duelo até à morte de luta livre (calma com o entusiasmo rapaziada, estou-me a referir ao wrestling, não aquela luta livre em que os adversarios tentam apanhar o outro de costas e deita-lo no chão esparramando-se depois em cima dele).

Red Sniper disse...

No meio do cinzentismo generalizado e tristonho em que se transforma a blogosfera vermelha,cada vez que o Glorioso não joga, valha-nos a excelência dos posts do " Ontem vi-te no Estádio ".
Saravá Ricardo,é meu privilégio ler os teus posts!

P.S. Sim o JVP, era um jogador de uma outra galáxia ...

Ricardo disse...

Diego, escreve tu, então.

Pitons, o Carlos Manuel vi-o jogar mas já numa fase descendente.

Obrigado, David.

Concordo, JD. Podia dar muito ao Benfica. Esteve numa fase em que muita coisa (positiva e negativa) aconteceu no clube. Perder esse património é estúpido.

Constantino, a minha camisola era a do Valdo, com os números cosidos à mão pelo meu Pai. Havia vários ídolos.

Castro Verde é muita longe. Arranja lá outro local para duelo.

Obrigado, redsniper.


Duas notas: estava aqui a ver o programa sobre o 4-4 em Leverkusen e, de facto, a alma desta equipa, a qualidade eram de outro mundo. O problema era mesmo o Neno. O Benfica sofria golos em catadupa dentro da pequena-área. Com um guarda-redes decente, teríamos ganho a Taça das Taças. E com uma Direcção decente, na época seguinte seríamos sérios candidatos à Champions.

A outra vai para o vídeo sobre o 6-3. Reparem bem no segundo golo do Benfica. Quando o João Pinto recebe, ouvem-se os lagartos todos contentes (estavam a ganhar 2-1 na altura): "e quem não salta é lampião...". Depois o John vai por ali, desfaz a defesa toda e marca um golão.

Não tem sorte nenhuma, estes gajos.

Ah mais uma coisa: Gamarra sobre o Sporting:

"- Quando estava no Inter de Milão, falou-se de que vinha para o Sporting.
- Não passou de uma conversa entre representantes.

Mas gostaria de ter vindo?
- Era praticamente impossível, estava bem, metade da minha carreira foi feita na Europa e nunca joguei em equipas fracas."

Ups.

Constantino disse...

Ricardo,

Toda essa eliminatoria com os gajos da bayer foi feita de alma. Não esquecer que na Luz empatamos 1-1 com golo do Isaias no último minuto num lance em que se ganharam, bem à vontade e sem exagero, uns 27 ressaltos.

Edson Arantes do Nascimento disse...

JVP é trademark.

Uma vez escrevi isto acerca do menino.

http://calciorosso.blogspot.com/2008/08/8-joo-pinto-cap.html#links

E concordo com tudo o que está aqui, no texto à 3-6 e nos comentários à 4-4 - o dia em que eu dormi com a camisola vermelha vestida enquanto um linguado grelhado ficou na mesa, frio e desenxabido mas sem dois terços das espinhas... Foi impossível acabar de jantar.

Diego Armés disse...

Odeio quando me põem as coisas assim... :( Sinto-me pressionado, agora.

Salvo erro, o Carlos Manuel era o 8; o 6 era do Shéu. Mas posso estar a confundir. De qualquer modo, a mudança para o Sporting fez com que a minha memória reduzisse Carlos Manuel àquele gajo que, primeiro, foi jogar para o Sporting, depois marcava cantos directos no Estoril Praia (sempre com a bola fora do quarto de círculo).

O 3-6 é daqueles jogos gloriosos; o 4-4 acho que foi o melhor jogo que vi na vida. Foi, de certeza, o que mais me fez vibrar até hoje.

Unknown disse...

Já pouca gente se deve lembrar dos 5-0 aos lagartos depois do infame 7-1. Apesar desses gloriosos jogos, penso que os momentos mais emocionantes foram o 1-0 ao marselha quando julgámos ser capaz de vingar o falhanço do veloso. Mais recentemente o empate no Bessa e a conquista do título tantos anos depois, ainda para mais vista ao vivo, bem como uma viagem louca e o delírio até às 4 da matina, ou aquela inesquecível jornada em anfield e aquele miserável aeroporto cheio de benfiquistas a gritar depois da meia-noite são as minhas melhores memórias, embora tanto o 6-3 como o 4-4 tenham sido grandes jogos, mas falam nesse e esquecem-se do 3-1 em casa do arsenal com golos do kulkov e do isaías

Ricardo disse...

Estava lá nessa noite, Constantino. Um jogo merdoso, do que me lembro. Os alemães foram lá uma vez, marcaram golo. Como? De cabeça, perto da pequena-área, claro.

O profeta ainda empatou aquilo num lance de vários ressaltos e quando várias pessoas já estavam a sair do estádio.

Um golo que foi ouro para a eliminatória.

Edson, prioridades são prioridades :)

Eh pá, pronto, escreve quando quiseres, Diego. Está bem assim?

O Carlos era o gajo que fumava um maço de tabaco por dia e, mesmo assim, era um atleta de excepção. Há merdas que eu não entendo. O Rui Costa era outro.

Bcool, goleadas ao Sporting é uma coisa normal. Não vejo nada de muito significativo nisso. Seja em casa ou em Alvalade.

Sim, a vitória em casa do Arsenal foi uma das épicas. Também nesse eliminatória tínhamos empatado em casa, por 1-1. Também estive lá. O curioso é que o Benfica dessa época tinha a certeza de que, mesmo empatando em casa, podia ir disputar a passagem a qualquer campo. Depois, 3 ou 4 anos, o Benfica passou a não ter certeza se podia disputar a eliminatória, mesmo que fosse em casa e contra uns toscos quaisquer. Obrigado, Damásio.

Rui disse...

Ricardo,

Mas que merda é esta?! Tá aqui um gajo em casa, na boa, a fazer a ronda pelos blogs do SLB, chega aqui, lê o post, começa a ter dificuldade em ler, há uma merda qualquer nos olhos, vêm os comentários, puta que pariu, há outra merda qualquer a criar um nó na garganta, outros gajos a falar de noites que vivi na Luz (a meia final com o Parma, 120,000 na Luz e o Paneira, logo ele, a falhar a merda do penalti). Fosca-se, precisei de algum tempo para recuperar.

Não está bem lembrares-nos de alguns momentos absolutamente épicos, com emoções a rodos, ainda hoje a despartar sensações incríveis. Fosca-se pá.

E o João? Merecia mais, muito mais. Se não fosse por mais nada, o Vale e Azevedo seria sempre um grande filho da puta, só por ter feito o que fez ao João. Eu respeito muito o João, não fosse esse gatuno que num momento de desespero foi eleito para um lugar onde nunca deveria ter estado, seria um grande do Benfica, incontroverso. Ainda assim, para mim é um grande. O banho de bola que demos aos lagartos naquele 6-3 que não esquecerei, depois daquele Verão desesperado, a fazê-los engolir a pulhice que nos fizeram, seria suficiente, mas ele fez muito mais do que isso.

Não sei explicar muito bem o que o Benfica me faz sentir. Mas apesar dos problemas nos olhos e na garganta, faz muito bem à alma benfiquista chegar aqui e ver uns quantos gajos que padecem do mesmo mal e escrevem sobre isso de forma que só me apetece mandá-los pró c***.

Obrigado a todos os que escreveram aqui. Por alguma razão "esquisita" foi do mais tocante que já li. E sim, o João terá sempre um lugar especial no meu coração de benfiquista. Há outros claro, mas o João também lá está!

David Gonçalves disse...

zzr falhas, e graves !!!!!!!!!!!!
2º Além do Jorge Soares, Paredão e Bermudez, também tivemos o King. dasse
3º Vitor Paneira, enorme jogador, e !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! sem ( benfiquista ) falhas

Edson Arantes do Nascimento disse...

É engraçado ver como tantos de nós compartilhámos momentos da vida no mesmo espaço, no mesmo temp(l)o...

Eu também estava na Luz com o Leverkusen e também lá fui com o Parma - onde o Benfica jogou... como vi poucas vezes.

E o Parma?, cuidado com eles. Assim de cabeça - a dizer "Sim!" à bola - lembro-me de Luca Bucci, Benarrivo, Minotti, Apolloni, Sensini-cabresto, Dino Baggio, Tomas Brolin (que eu apreciava bastante mas não me lembro se jogou, acho que sim!). A dupla atacante era de uma classe superior. Faustino Asprilla e Gianfranco Zola. Boas memórias.

O Paneira foi o melhor em campo, mesmo com aquele penalty falhado. Aliás, o Paneira acho que foi dos jogadores mais injustiçados da história recente do Benfica. Pelo menos. Recordam-se com certeza que não era, nem de perto nem de longe, uma unanimidade.

O Terceiro Anel era implacável com o rapaz. Mesmo na selecção portuguesa raramente foi titular, se calhar jogou mais vezes nessa condição quando mudou para o Vitória!

A primeira discussão da minha vida deu-se quando um amigo e grande benfiquista decidiu que o Figo seria melhor do que o meu Vitor Paneira...

Tive de lhe informar: "Meu irmão, assim estamos mal. Vai lá beber um sumol de laranja, tá bem?"

Edson Arantes do Nascimento disse...

O golo do Leverkusen na Luz foi marcado pelo Markus Happe! Do que eu me fui lembrar...

Hugo disse...

Desse jogo contra a Alemanha em que o JVP fez esse quase-golo magistral, lembro-me do público pedir a entrada do Cadete aos altos berros.
Outros tempos...

MM disse...

João Vieira Pinto, para além de uma fenomenal classe enquanto futebolista, é - adivinho - uma pessoa cheia de qualidades pessoais, também.
Dias Ferreira confidenciou nos prémios Stromp, certa vez, "Nunca em 4 anos de Sporting o João Vieira Pinto falou mal do Benfica, a pessoas do Sporting".
Traço de pessoa grande.

Benfica esse, que, relembre-se, despediu-o.

Num paralelismo que pode ser feito, comparo esse "despedimento" ao de Sir Bobby, pelo Sporting, em 1993. São marcos negativos que clubes de forma absurda deixam nas carreiras da pessoa A ou B. Pessoas essas que, certamente, não os mereciam.

Grande mensagem, grande João Vieira Pinto. É assim mesmo Ricardo, sem ressentimentos, e com justiça. Tiro-te o meu chapéu por isso, porque ser-te-ia fácil - tal como a muitos outros benfiquistas que o demonstram - "odiar" o JVP.
Educa-os Ricardo, educa-os ... pelo teu exemplo.

Hugo disse...

" o Benfica dessa época tinha a certeza de que, mesmo empatando em casa, podia ir disputar a passagem a qualquer campo. Depois, 3 ou 4 anos, o Benfica passou a não ter certeza se podia disputar a eliminatória, mesmo que fosse em casa e contra uns toscos quaisquer. Obrigado, Damásio."

Apesar de tudo, e salvaguardando as devidas proporções, a equipa que mais próxima está de conseguir recuperar essa garra e capacidade é a actual...

Esperemos para ver...

De qualquer forma, em relação ao post JVP foi, sem dúvida, o meu ídolo que só foi suplantado por Rui Costa no respeito e carinho, pelo seu benfiquismo...

Sou daqueles que acha que, com mais cabeça, sorte e acompanhamento, JVP poderia ter sido o melhor jogador português...

Unknown disse...

Talvez a generalidade das pessoas já não se lembre, mas o Rui Costa, obteve do Jorge de Brito a promessa que o seu passe seria vendido para o estrangeiro no final da época seguinte em troca de não rescindir devido aos salários em atraso, promessa essa que o mamásio viria a cumprir

DeVante disse...

Gosto muito do JVP...e, por isso, só me lembro das coisas boas e, sobretudo, das esperanças que depositava apenas nele...

Desde JVP que, felizmente, o Benfica nunca mais dependeu de um único jogador.

Como é que não se perdoa um gajo destes...caralho, o Benfica a depender de um único gajo!

DeVante disse...

Sim, o Paneira é dos mais injustiçados.

Curioso que aqui em Cabo Verde, em criança, tinha amigos que se achavam Paneiras...outra realidade!

Ricardo disse...

Emocionante comentário, Rui. É isso mesmo. Obrigado por partilhares connosco o teu benfiquismo.

David, que moca do caralho. Hoje dói-te a cabeça. É normal.

Edson, tive discussões do género. Claro que todos me acharam um imbecil - como não? O Figo, pá, o Figo!

Mas, sim, em termos puramente futebolísticos, nunca achei o Paneira inferior ao Figo. E era muito mais elegante. É que nem tem comparação. Aquela passada, aquele jeitinho de anca, vai-não-vai, não tinha igual. O Figo era tipo tractor.

Hugo, o Cadete tinha uma coisa fantástica: o cabelo.

MM, essa do Sir Bobby também foi muito estúpida. Mas, enfim, o Sousa Cintra era mesmo muito estúpido.

Bem lembrado, BCool. Mas ficou. Pronto, não se fala mais nisso.

Devante, assinalemos o momento histórico: concordamos.

Ricardo disse...

Um abraço para Cabo Verde!

Anónimo disse...

Ricardo e vocês todos, obrigado por tantas lembranças e pela massagem de benfiquismo. Querem juntar mais uma? a jogada JVP - Futre que limpou... o Sporting, em 93 (há disso no youtube, com comentários do grande Gabriel Alves).
carlos

Manuel Neves disse...

Não haverá justiça no mundo enquanto houver guerra, fome e faltar uma ode ao Paneira. O Paneira, além de um génio futebolístico, era a personificação do Benfica. Tinha um nome português, mas invulgar. Tinha uma puta de uma honestidade naquela vontade toda de ganhar que só ganhava paralelo na grandiosidade da mentira da anca dele, quando fingia que para dentro e depois com a parte fora do pé arrancava para a linha.
Ainda hoje me lembro de que antes desse 2-1 à infame Juventus e ao roubo - tão nineties - no Delle Alpi, foms à Maia ganhar 0-3 ao Salgueiros, inclusive com um golão do Kulkov (um cahpaéu sublime ao Pedro Espinha). E o Toni - o Toni do Benfica - escondeu o Paneira dos espiões italianos que vieram ver-nos. Entrou a uns minutos do fim, para defesa direito.
Para mim, esses jogos, o 2-1 à Juve, a inglória meia final com o Parma, o 4-4 em Leverkusen e o 3-6 sãoa s recordações de um Benfica que Damásio e companhia feriram de morte. O Benfica que devia ter continuado a ser e que eu, em 2009/2010, vi ao fundo do túnel. O Benfica com que sonho todos os dias e que quando me lembro dele também me arrepio e recordo como eu fui uma criança feliz quando fui para a escola a 15 de Maio de 1994, orgulhosamente vestido à Benfica.
Um abraço ao Ricardo e a todos.

Diego Armés disse...

Com todo o respeito pelo post e pelo JVP, o que mais me comove nesta caixa de comentários é constatar a admiração que existe de malta da minha geração pelo Paneira. É que também eu tive discussões dessas e tantas e tantas vezes tive que defender aquele 7 magnífico...

Ricardo disse...

Anónimo, nós é que agradecemos. A massagem de benfiquismo continua. Sempre.

M., tudo dito e bem. Vê lá se escreves qualquer coisa, que a malta sente saudades das tuas palavras. Já passou um ano. Abraço e - se permites - um beijinho.

Diego, desrespeita, mas desrespeita totalmente. Estás tão certo.

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
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