sábado, 6 de julho de 2013

A entrevista



Antes de “divagar” sobre a entrevista do nosso treinador à nossa tv, gostaria de, em nome próprio (José Moreira), pedir desculpas pelo atraso do escrito, e por uma eventual sensação de tema “requentado”, mas o tempo disponível só agora me permite emitir uma opinião séria e completa sobre o assunto.

Começando pelo principio subjacente à entrevista, ou seja, o órgão de comunicação e jornalista escolhidos para realizar esta mesma entrevista, parece-me ser de aplaudir a escolha do canal do clube como principal órgão de difusão de assuntos relacionados com o mesmo, sendo que a escolha de um vice-presidente para conduzir a entrevista a um assalariado seu, logo, um inferior hierárquico, me pareça errado. Não obstante, fiquei com a ideia que Jorge Eduardo Moniz soube lidar bem com a situação e não se escusou a fazer a maior parte das perguntas que se impunham, ainda que se possa achar que poderiam ter sido mais e mais incisivas, mas parece-me que a integridade da entrevista não ficou em causa. Ainda assim, gostaria ter visto perguntas sobre a saída de António Carraça, sobre a renovação do contrato, sobre o grau de influencia de Jorge Jesus nas decisões desportivas do clube ou sobre os motivos que levaram o Benfica a apostar de forma tão declarada em jogadores oriundos da Servia, porém compreendo que alguns destes assuntos pudessem ser demasiado incómodos para serem abordados numa conversa publica entre um vice-presidente e um funcionário. Dou nota ainda da forma (quase) intuitiva com que José Eduardo Moniz ia completando os pensamentos de Jorge Jesus quando este parecia estar com alguma dificuldade de expressão e a “reprimenda” para não se falar no vizinho do lado, mas sim do Benfica.

Passando à analise a Jorge Jesus, podemos dizer que a performance do treinador encarnado pode ser classificada entre o bom e o… Jorge Jesus. Isto é, respondeu e defendeu-se bem em algumas questões mas, para não variar, não faltaram as suas pitadas de narcisismo e excesso de ego.

Indo por partes, na forma, como seria expectável, Jorge Jesus esteve ao seu nível, ou seja, péssimo. Desde o facto de, numa ou noutra situação, muito naquele seu jeito “superior” e descontraído, chegou a tratar por “tu” o jornalista que é vice-presidente da sua entidade patronal, bem como muitos atropelos à língua de Camões que, como já sabemos, não constitui qualquer novidade no treinador do Benfica.

Passando ao conteúdo (já pareço o Marcelo), Jorge Jesus flutuou entre o habitual e o bom, ou não fosse uma entrevista estudada ao pormenor.

Quanto aos aspectos positivos há a destacar a forma como explicou o projecto da equipa B e as razões para a mudança de filosofia subjacente ao projecto para a nova época; assume a responsabilidade de ter uma equipa mais forte na época que se aproxima, por ser o seu 5º ano à frente da mesa; mostra-se cauteloso na abordagem à próxima edição da Liga dos Campeões, evitando possíveis sonhos desmedidos dos adeptos para uma edição cuja final se disputa no nosso estádio; demonstrou-se lucido ao explicar, ainda que de forma pouco clara, que não é expectável que o Benfica venha a ser, nos próximos anos, a base para a selecção nacional, ainda que isso não possa ser significado de não integrar portugueses nos sucessivos planteis, pois são coisas distintas; JJ foi ainda hábil ao legitimar a sua continuidade ao comando da equipa do Benfica, puxando dos “galões” com a qualidade de jogo atingida pela equipa e pelo “salto” qualitativo no ranking da UEFA; na abordagem ao “caso” Cardozo, ainda que não tenha sido excelente, saiu-se bem, demarcando-se de qualquer tomada de decisão definitiva da sua parte, entregando o jogador ao presidente por se tratar de uma questão disciplinar.

 Finalizada a analise ao que correu bem a Jesus, passemos à parte da entrevista em que Jorge Jesus foi… Jorge Jesus. O técnico do Benfica disse pertencer à elite dos treinadores, não por se achar na elite, mas porque o acham na elite como o demonstram os convites para os fóruns de treinadores organizados pela UEFA, esquecendo-se que ele é convidado, não pela eventual qualidade que tenha, mas pelo clube que treina. Dando exemplos, Vítor Pereira fez parte dessas conferencias enquanto treinador do FCP, mas uma vez fora do clube, deixará de o fazer, tal como já aconteceu com Jesualdo Ferreira, por exemplo; afirmou não contar com Oblak, pela questão do numero de vagas para estrangeiros para inscrição na UEFA, mas sobretudo por ser um jogador demasiado jovem para a posição de guarda-redes de um clube como o Benfica, isto é, ficamos assim a saber que, fosse Jorge Jesus o treinador de Casillas, jamais este havia assumido a titularidade da baliza do Real Madrid com 18 anos de idade ou jamais conheceríamos De Gea, muito menos no Man. Utd ou até Rui Patrício no Sporting, são opiniões; Na mesma frase, o nosso treinador faz questão de dizer que a melhor equipa é a que ganha, sendo que, por isso mesmo, o nosso rival é, ao momento, melhor que o Benfica que, no entanto, está próximo da hegemonia, apesar do tricampeonato do FCP, lá está, são ideias; Quando instado a apontar uma causa para as sucessivas perdas de objectivos no final da época passada, Jorge Jesus foge incessantemente à questão, acabando mesmo por não responder, isto é, acabando por não assumir qualquer responsabilidade, apesar de, já na fase final da entrevista, dizer que os insucessos de uma equipa são da responsabilidade do seu treinador… desde que o treinador não seja ele, claro; Jesus foi ainda lesto a admitir alguns momentos menos bons de Artur, dizendo que são erros que ele não pode controlar, mas assumindo méritos de quem se apresentou em bom plano como Matic, ou seja, os erros são dos jogadores, a evolução é do treinador, mais uma vez, nada de novo.

Em suma, foi uma entrevista que excedeu as piores expectativas, mas não chegou para as melhores expectativas, sendo surpreendente, pela abordagem de alguns temas, mas previsível pelas respostas de Jesus demonstrando ter-se preparado para a entrevista e que esta foi cuidadosamente estudada.

4 comentários:

VC disse...

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É só palhaçada.
VC

Anónimo disse...

neste blog é um constante deita abaixo, e nem se olha para o grande trabalho que tem sido feito.

o nosso grande Presidente empenhou-se a fundo no Paintball e já ganhamos 4 títulos internacionais de Paintball e niguém fala nestes títulos internacionais, porquê?

1 SPL Millennium European Paintball Series (2009)
1 World Cup of Toulouse (2008)
1 European Masters Cup of Bitburg (2008)
1 Campaign Cup of London (2009)

Pires disse...

temos um treinador que recebe aquilo que não vale e tenta justificar aquilo que recebe.

Miguel A. disse...

A entrevista já nasceu torta, e portanto nunca poderia endireitar-se. Não existiu o grau de imparcialidade necessário para o Jesus ser confrontado com perguntas que se impunham.

No mais, o mesmo: Jesus vaidoso e arrogante, Jesus que deixa a entender que não apostará nos jovens do Benfica porque são jovens (há um sérvio chegado agora ao Benfica que tem a mesma idade de jogadores juniores do Benfica), e portanto vai potenciar apenas jogadores estrangeiros; Jesus que se acha o supra-sumo do futebol por lhe endereçarem convites para fóruns; Jesus que falha, há três anos consecutivos, nos momentos das decisões, mas que acha bom o Benfica chegar aos momentos das decisões e não ganhar; Jesus que continuará a dar de mão beijada a titularidade da baliza a Artur, só porque sim, e porque o Oblak é jovem, ou estrangeiro, ou as duas coisas.

Com todo este arrazoado de disparates, incongruências e da habitual bazófia (já não me espanta, tal o complexo de superioridade que o Jesus insiste em demonstrar, apesar de estar há três anos consecutivos sem ganhar nada), retiram-se três conclusões imediatas:

1) O Benfica será, no futuro, pela mão de Jesus, um clube que "potencia" jogadores; títulos? Esqueçam.
2) Esta temporada será igual às três últimas.
3) O Benfica vai continuar a pagar um ordenado principesco a um treinador que não ganha nada.

Abraço e parabéns pelo post.