quarta-feira, 24 de julho de 2013

A lavagem para além da cerebral

A análise completa sobre os investimentos do Benfica nas dezenas de jogadores que acabaram dispensados, emprestados ou a rodar na equipa B (sem qualquer intenção de os trabalhar para a equipa principal e tapando lugar aos nossos jovens e a outros jovens de valor) ficará para mais tarde, quando o mercado fechar. Por ora, centremo-nos apenas em 4 casos que, diz a imprensa, estão a ser meticulosamente tratados pelo grande Presidente Vieira: Carlos Martins, Sidnei, Luisinho e Franco Jara.

Carlos Martins custou ao clube 2,5 milhões de euros.
Sidnei custou ao clube 7 milhões de euros.
Luisinho custou ao clube 1 milhão de euros.
Franco Jara custou ao clube 5 milhões de euros.

4 jogadores - entre dezenas e dezenas de outros que por aí andam aos caídos e que, mesmo comprados a preços baixos, todos juntos perfazem mais umas dezenas de milhões de euros -, apenas e só estes 4 jogadores que, reforço, neste momento não interessam ao clube, custaram ao Benfica 15,5 milhões de euros. Mas não custaram só 15,5 milhões de euros. Custaram ordenados, prémios, custaram espaço no plantel para outros jogadores. 

E foram apostas claras? Carlos Martins foi até 2010, depois foi emprestado e voltou a época passada para um contrato de... 4 anos - um ano depois, foi dispensado ("agora, se quiserem despachar-me, paguem", diz o Carlitos).

Sidnei ainda teve uma época em que apostaram nele, depois foi sendo relegado para segundo plano, depois emprestado e agora aos caídos na equipa B. Este rapaz só custou ao Benfica 7 milhões de euros, coisa pouca.

Luisinho nunca foi aposta para Jorge Jesus. Aliás, após uma boa exibição, ouviu logo do Mestre que havia jogadores para a Liga e outros para a Champions. É que nós tínhamos lá um gajo muita bom e este ano ainda temos um melhor - isto depois de termos tido um cepo chamado Emerson uma época inteira a titular. De laterais-esquerdos percebe o nosso Mister! 

Franco Jara, mais uma escolha pessoalíssima de Jesus após visionamentos televisivos de madrugada do campeonato argentino. Jogou uma época aos soluços, na segunda foi despachado pelo treinador que lhe augurava um futuro risonho e obrigou o clube a pagar 5 milhões de euros por ele. Uma ninharia.

4 casos. Apenas 4 casos. Podemos fazer o mesmo exercício para muitos outros jogadores, que descobriremos não só o exemplo do que é gestão danosa como ficaremos boquiabertos com o valor total de custo dos que agora não interessam ao clube. Só aqui, nestes 4 casos, estão enterrados 15, 5 milhões de euros. 

É preciso dizer mais alguma coisa sobre a competência desta gente? E acham que, quem anda há 13 anos no clube a cometer estas e outras façanhas, algum dia vai aprender? Ou este tipo de estratégia visa outras mais-valias que não a puramente desportiva? O dinheiro rola a grande velocidade no entra-e-sai do Benfica. Os títulos são mais do que muitos - falo dos títulos de investimento, claro. Os outros só dão chatices e até "nem deviam ter acontecido". 




9 comentários:

Eduardo disse...

porque não juntar mais alguns nomes?
Ramires, David Luis, Di Maria, Javi Garcia, Coentrão Witsel

Frank disse...

Eduardo, desses jogadores David Luis, Di Maria e o próprio Coentrão já eram do Benfica. Pode-se dizer que JJ os potenciou e eu concordo. Tem seguramente esse mérito, não lho tiro. Mas paralelamente tem os deméritos, nesse mesmo domínio, assinalados no post, a que se poderia juntar: Michel, Kardec, André Luis, Fernandez, Rodrigo Mora, Hugo Vieira, Emerson, etc, etc, etc. Agora vêm Farina e mais uma carrada. Continua-se a contratar camiões de jogadores. Isso é altamente preocupante.

V disse...

Eduardo tambem se pode falar de Emerson, Roberto, Cap, Michel, Djaló, H. Vieira, Fernandes, Meneses, Kardec, Mora, Éder Luís, Airton, Weldon, Nuno Coelho, Fábio Faria, Júlio César, Cornejo, Alípio, Shaffer, Peixoto, Balboa e mais nuns quantos que ninguem conhece porque acho que nem para assinar o contrato vieram cá e aqueles que nem para a equipa B mostram qualidade!

Depois tem piada que nem o Nolito, nem o Rosa ou o Oliveira ou Urreta servem mas já estão prontos para esbanjar € no Pizzi esse Figo em potencia!

Já agora esses nomes fora o Witsel nenhum veio no reinado de JJ e mesmo esse não foi devido ao olho de falcão do mestre.

A imbecil renovaçao do Carlos MArtins por quatro anos aos 30 quando qualquer um conhece os seus crónicos problemas físicos acho que diz tudo, o laxismo e incompetencia impera.

aalto disse...

este post vai dar muita àgua pela barba, e é um tema que me interessa muito, pelo que peço antecipadamente perão pela extensão deste comentário...mas tem que ser

1. sobre o tamanho do plantel(éis)
Vejo muitas vezes criticar este entreposto de jogadores em que se tornou o SLB, em extremos que também não me parecem razoáveis. No actual futebol-industria (NA MINHA MODESTA OPINIÃO) não é de todo descabido que o SLB (um clube de topo da 2ª divisão das ligas europeias), tenha um quadro de jogadores profissionais extenso. Creio até, que é uma opção correcta, se as aquisições estiverem bem escoradas num prospecção competente, que referencie os jogadores certos, nos mercados possíveis e no timing exacto (quando já provaram que são algo mais, e ainda não explodiram de evidencia).
Este trabalho é cada vez mais complicado, pois mesmo os clubes da 1ª divisão europeia já tem um scouting de base muito forte, basta verem o que aconteceu depois do último mundial sub-20.
Existem mesmo em ligas fortes, casos de clubes que mantém um quadro vasto de jogadores, e que adoptam esta politíca. O exemplo mais famoso desta "escola" é a Udinese. Ou seja, quem defende que oquadro do SLB deviam ser 40 jogadores, com base únicamente na eficiência para a 1ª equipa...creio que está longe da realidade que pode/deve ser a do SLB.

2. Nem 8...nem 80!
Do que eu enumerei antes, a um quadro de 120 jogadores profissionais vai uma...LOUCURA! A dimensão do número pode e deve ser função de vários factores considerados:
- massa salarial bruta (óbvio)
- percentagem de jogadores nacionais e formados no clube (identidade)
- representação posicional (considerando o modelo táctico inclusivé)
- planeamento das entradas/saídas (mais-valias potenciais)

3. são jogadores...não são caixotes de mercadoria!
O caso Oblak, é bem revelador do que é um quadro de jogadores mal gerido. O esloveno é o caso paradigmático de uma aquisição bem feita, contratado na fase em que já era alguma coisa sem ser ainda tudo, não foi barato para a sua idade, mas era de facto uma promessa que se confirmou.
No entanto como não existe uma linkagem entre a idade/progressão/chegada à 1ª equipe, o jogador percebeu que ia ter uma vida miserável de empréstimo em empréstimo...até não se sabe bem o quê. O treinador declara Urbi et Orbi que o jagador não tem maturidade para o SLB...e o jogador fez-lhe a vontade.
Moral da história, não é só tê-los e fazê-los; ou se tem um "flow" entre prospecção, formação, empréstimos e rentabilidade desportiva na 1ª equipe, ou tudo isto é uma nuvem de nada.

Poderia continuar este post esmiuçando os casos enumerados pelo Ricardo, ou rebater o comentário do Eduardo dizendo o óbvio, não é por fazeres bem em 5 que te autoriza 50 falhanços...mas no que toda a gente tem que estar de acordo, é que este SLB é uma paveia de jogadores sem sentido nenhum, do qual se reflecte a 1ª equipe, e mesmo a equipe B, que na última época não havia jornada nenhuma em que não jogasse com 2/3 jogadores adaptados...no minímo!

Enfim...

Frank disse...

Isto para já não falar dos casos de Miguel Vitor ou Miguel Rosa (ou ainda Roberto) que são gritantes.

Frank disse...

O Balboa foi uma aposta do Quique Flores.

Anónimo disse...

É extraordinário vocês saberem que o Witsel não foi escolhido pelo JJ mas o Jara sim. Onde se recolhem estas informações? Também gostava de saber quais são os clubes ou treinadores que nunca fazem contratações falhadas. E já agora era giro comentarem a seguinte coincidência: nas 10 vendas mais caras de sempre no futebol português, 4 são do Benfica. Todas feitas no tempo de JJ. Um desses jogadores, vendido por 30 milhões, tinha sido devolvido dois anos antes por um clube espanhol e estava no Rio Ave.

Jorge Borges disse...

A política desportiva de LFV é simplesmente miserável. Contrata, renova, empresta e/ou dispensa. É opção, deixa de ser. Entra na estrutura sai da estrutura.
Não há qualquer estabilidade.
Dizem que LFV e JJ dialogam muito, mas a imagem que passa é que parece que não.
É o JJ que decide? então o presidente já o devia ter chamado à responsabilidade por pedir jogadores e depois não contar com eles.
Se é o presidente que decide as contratações então a consonância com o treinador parece não existir.

E o Carraça? esteve 2 anos no Benfica, saiu.
Dois anos depois voltou a entrar, para estar 2 anos e sair de novo. O tipo faz "comissões" no Benfica?

O pior de tudo é que não se pode/consegue confrontar o presidente com estas coisas...

V disse...

@aalto, bom post, acho que qualquer um que se dê ao trabalho de pensar minimamente partilha de uma opinião semelhante. Quanto ao nº de jogadores penso que com contrato de equipa A 40 é o limite dentro da racionalidade e sustentabilidade, junte-se a isto mais 30 jogadores para a equipa B/futuro com contratos mais baixos e dá 70 o que já da opções com fartura desde que exista equilibrio nas contratações, mais do que isto é exagero e um indicador nada positivo.

Anónimo entre contratações e salários o dinheiro dessas vendas nem a metade desse valor deve chegar. Também não percebo como essas vendas podem servir de desculpa para se esbanjar dinheiro á toa anulando assim um retorno positivo e deixar o clube na necessidade de todos os anos ter que relizar 40 milhoes em vendas. Estou para ver acontecer um crash no mercado se é o Vieira que vai adiantar o dinheiro.

@Frank, o Balboa uma aposta do Quique? LOL, foi sim uma maneira de ele sacar mais algum, é triste mas é este o futebol e o SLB que temos nos dias de hoje ):