terça-feira, 28 de maio de 2013

Balanço 2012-13 parte 2


Continuemos o balanço da época que terminou tão negativamente no passado Domingo. Se na defesa o plantel foi mal-estruturado e as saídas no final do mercado de Verão, não foram devidamente compensadas, para Janeiro estava preparado mais um golpe nas ambições do Benfica e do próprio Jorge Jesus. Contando com dois jogadores insatisfeitos pela sua menor utilização, o Benfica alienou o passe de Bruno César e emprestou o Nolito ao Bétis de Sevilha. Podem dizer que não se tratavam de jogadores titulares e que não estavam satisfeitos e inclusivamente foi discutido a validade do investimento de quase 20 milhões de euros em dois alas no Verão (onde será que andam os tempos difíceis?) quando o já existiam soluções internamente.

Novamente faço o meu acto de contrição, o Salvio até ao final de Abril foi um jogador decisivo, com um rendimento um pouco como a equipa, um rendimento muito alto onde 3 ou 4 jogos mal conseguidos não disfarçaram a óbvia qualidade e desempenho do mesmo. O problema foi que à semelhança da equipa, o Salvio acabou física e psicologicamente no final de Abril, princípio de Maio, tendo o jogo do Fenerbahçe em Lisboa sido o estretor final. As reservas existentes, gastaram-se definitivamente e o Salvio limitou-se a passear a camisola nos jogos realizados até ao final de época.

Passou pelo fim de Salvio grande parte da responsabilidade na diminuição da eficácia do Benfica. Salvio carregou às costas a equipa durante meses, marcando golos, fazendo assistências e criando desequilíbrios que originaram golos justificando plenamente o investimento efectuado. O fim de Salvio, um pouco à semelhança da sua primeira época no Benfica, dessa vez por lesão, foi uma grande machadada nas ambições do Benfica.

Do outro lado do campo, Ola John também acabou muito antes do final da época. Vindo dum campeonato menos competitivo, Ola John acabou em Março, sendo sofríveis os jogos realizados desde aí. O talento e inteligência de jogo de John, cujo passe está envolvido em negócios pouco transparentes (a Benfica SAD diz ter 50% do passe, mas não diz por quanto vendeu o remanescente, além de ter deixado que se criasse o mito que custou 8 milhões quando o preço real foi superior a 10, enquanto que um fundo parceiro do Benfica afirma ter adquirido 80% do passe), são indesmentíveis. Precisa contudo de ser lapidado para poder ser mais constante e tomar ainda melhores decisões.

Ao adquirir dois elementos para as alas no Verão, onde Gaitán também muitas vezes foi utilizado retirou espaço significativo para os dois jogadores que saíram em Janeiro. E de um excesso, o Benfica ficou com um défice, pois o incorporado Urreta nunca teve a continuidade suficiente para ser uma verdadeira alternativa para Jorge Jesus.

É este o Benfica dos últimos anos, tão depressa tem excesso de jogadores para uma posição o que causa desmotivação no plantel, visto existirem jogadores que pouco ou nenhumas oportunidades têm para jogar, como a seguir tem posições em que a carência de alternativas obriga ao lançamento de jogadores à pazada, e é à pazada pois não é feita uma integração progressiva e são lançados para jogos de dificuldade máxima para resolver problemas que manifestamente não o poderão fazer.

Gaitán, que muitas vezes foi utilizado nas alas, começou progressivamente a ser utilizado no apoio ao(s) ponta(s)-de-lança ou mesmo a jogar a 10, quer porque o Benfica abdicava de um avançado, quer porque não abdicando, Gaitán derivava para o meio, deixando o corredor esquerdo em exclusivo para o lateral. Se com 3 jogadores, seria possível fazer uma rotação interessante e não desgastar excessivamente os jogadores, com o desvio de Gaitán para meio criou-se uma mudança táctica e exigiu-se significativamente mais de quem já pouco tinha para dar. Como os dois elementos descontentes saíram em Janeiro e Urreta não foi opção, mais uma vez o plantel ficou desequilibrado.

No apoio ao ponta-de-lança ou a 10 apareceu Gaitán e os dois maiores mistérios deste Benfica. Com uma primeira metade da época cheios de pseudo-lesões, sim vou repeti-lo, pseudo-lesões, Martins e Aimar nunca foram soluções para Jorge Jesus. Depois duma rocambulesca tentativa de transferência de Aimar para o Médio Oriente, Aimar nunca foi solução para Jorge Jesus, vá-se lá saber porquê, tendo sido lançado às feras na Turquia, onde mostrou que continuava com as características intactas, mas totalmente sem ritmo competitivo. além de ser lançados nalgumas partidas no fim das mesmas. Inacreditável o que foi feito com o Moreirense e no final da Taça a um jogador querido da massa associativa e que sempre foi impecável em termos profissionais.

O Benfica  não merecia e Aimar menos ainda. E esta responsabilidade tem que ser assacada unicamente a Jorge Jesus. Martins passou por uma situação semelhante, mas coube-lhe a ele o papel de bode expiatório das frustrações dos benfiquistas por não ganharmos ao Estoril. Martins vintage, num jogo decisivo, expulsa-se em 9 minutos quando a equipa mais necessitava dele. E com essa atitude ilibou todas as responsabilidades de um treinador que o lançou sem ritmo num jogo decisivo para substituir um jogador utilizado até se ter lesionado nesse mesmo jogo. Ilibou também as responsabilidades de uma direcção que cumprindo os desejos do treinador, foi incapaz de ter a competência futebolística suficiente para perceber os desequilíbrios estruturais do plantel.

O culpado da desgraça estava encontrado - Carlos Martins. Pena que as pessoas não vejam mais além e não percebam que Martins sempre foi instável e que este era um desastre à beira de acontecer numa equipa que se mostrava incapaz de contrariar um Estoril mais forte psicológica e fisicamente e onde cabia a Martins a principal responsabilidade de pautar o jogo do Benfica. Martins não é inocente, mas se se criaram as condições para um Martins vintage, esperavam o quê, milagres ? Não há milagres.

3 comentários:

Sónia Grangeiras disse...

A sua análise é realista.

Falta, porém, atestar que para lá de todos os demais obstáculos este Benfica demonstrou uma vez mais não estar psicologicamente à altura das situações e do que está em jogo.

Quase parece que o campeonato de 2010 foi uma rifa.

Algo de essencial, remetendo para um ambiente de controlo ou de estabilidade, não liga entre a direcção e a equipa de campo.

aalto disse...

Claro que há milagres...!!!
continuar treinador do SLB depois de uma rasto de miséria destes, e com o rival a despedir um treinador que é só bi-campeão, é o quê?

MILAGRE! Não se explica há luz de nenhuma ciência ou racíocinio!

MILAGRE

SLB4EVER disse...

Isso é óbvio, quem decidiu colocar o Martins foi o iluminado logo foi o grande responsável por um desfecho previsível mas aos dois quero ver na rua e já vão tarde.

É humilhante e ridículo assitir aos choradinhos dos acólitos de JJ e depois ainda se ler notícias que afinal o JJ sempre decidiu ficar, hoje! Lindo e depois ainda se pede respeito aos arbitros e curruptos.

Com este presidente e treinador o SLB nunca será mais do que isto, um clube de basófia, vitórias morais e fanfarronice, afinal de contas o objectivo principal está conseguido, transformar o clube num entreposto comercial que enche os bolsos a uns quantos e os 83% jubilam e aplaudem, bravo!

Prevejo o seguinte, LFV vai renovar com o SEU treinador para o despedir em menos de 1 ano com uma indmnização milionária.