segunda-feira, 15 de julho de 2013

Carrega, Somague!

2003-06-06

«132,5 milhões de euros para novo estádio
BENFICA VAI PEDIR AUMENTO DE AVAL

Manuel Vilarinho vai pedir hoje aos sócios, na Assembleia Geral marcada para as 20 horas no Fórum Lisboa (antigo Cinema Roma), a aprovação de uma proposta que autoriza a Direcção a "prestar garantias ou realizar outras operações de crédito" "até ao montante de 132,5 milhões de euros" (26,5 milhões de contos) com vista à construção do novo estádio.

A Direcção pretende alterar a deliberação da AG de 28 de Setembro de 2001, na qual os sócios autorizaram que fossem contraídos créditos bancários até ao valor de 45 milhões de euros (9 milhões de contos), que era então o valor em falta para o novo recinto, uma vez que o restante financiamento estava assegurado. 




A alteração desta alínea está a provocar reacções muito fortes por parte dos sócios, que falam mesmo no pedido de passagem de um "cheque em branco". Manuel Vilarinho, contudo, recusa polémicas e garante que o que está em causa é bastante explícito. Trata-se unicamente, segundo o presidente do Benfica, do aumento das garantias dadas ao banco para que seja definitivamente assinado o projecto de financiamento do novo estádio. Aumento esse que o banco pede face à derrapagem de cerca de dois milhões de contos (dez milhões de euros) - de 24,5 para 26,5 milhões -, relativos ao recheio do recinto (cadeiras, azulejos, louças sanitárias, etc), não contemplado no projecto inicial. 

Vilarinho explica mesmo que as garantias apresentadas pelo Benfica continuam a ser as mesmas, existindo apenas um aumento do prazo de hipoteca (mais anos). Segundo o líder encarnado, o mutuário do negócio é já a Benfica Estádio, mas quem apresenta as garantias é o clube, daí a necessidade de autorização dos sócios. Essas garantias passariam do tal valor inicial de 9 milhões de contos, para cerca de 11 milhões.

O banco até poderá nunca fazer uso destas garantias, desde que o Benfica cumpra as suas obrigações dentro do prazo, o que poderá não ser difícil, se, conforme é convicção de Manuel Vilarinho, a venda de lugares na nova Luz correr bem.

Só que estes valores não estão bem explícitos no documento, que apenas fala em dois valores: os 9 milhões de contos (45 milhões de euros) que constam na deliberação da AG de 28 de Setembro de 2001, a que aprovou o novo estádio, e a mudança para 132,5 milhões de euros na nova versão, que Vilarinho garante tratar-se do montante total dos custos da nova Luz.

Com a polémica instalada, Vilarinho não levanta o véu sobre o tabu da sua recandidatura e diz que tudo pode acontecer.» (AQUI)


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2003-06-07


«Financiamento do Benfica
DIRECÇÃO GARANTE AVAL

 Os sócios do Benfica, reunidos ontem em Assembleia Geral Extraordinária (AG) no Fórum Lisboa (antigo cinema Roma), aprovaram, por esmagadora maioria, a proposta da Direcção que permitirá fechar o projecto de financiamento do novo estádio da Luz.

A Direcção pediu aos sócios autorização para efectuar empréstimos bancários até ao valor de 132,5 milhões de euros (26,5 milhões de contos), um aumento substancial em relação ao aval de 45 milhões de euros (nove milhões de contos) que os sócios haviam dado em Setembro de 2001. 

A Direcção explicou que este aumento foi uma exigência do sindicato bancário para salvaguardar atrasos nos pagamentos e que poderá nunca vir a ser activado na sua totalidade.» (AQUI)


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2003-06-06


«Cem milhões em 15 anos
CONTRATO BANCÁRIO SUBMETIDO À AG

A Direcção do Benfica apresenta esta noite em Assembleia Geral Extraordinária o contrato bancário tendente à construção do novo estádio. O "project finance" dos encarnados contempla um empréstimo na ordem dos cem milhões de euros (sensivelmente 20 milhões de contos) a amortizar num período de 15 anos, conforme confidenciou ao nosso jornal fonte do clube da Luz.




A construção do novo estádio do Benfica está estimada em 134 milhões de euros (cerca de 26,8 milhões de contos). Destes, 22,6 milhões resultam da comparticipação estatal constante do contrato programa já assinado com o Governo.

O Benfica beneficia igualmente de uma verba na ordem dos 10 milhões de euros como resultado da atribuição à Câmara Municipal de Lisboa de uma parcela de terreno para construção de um posto de combustível. A estes números acresce ainda uma verba resultante da venda dos terrenos onde se situa o velho estádio à Somague, empresa responsável pela construção do novo recinto.

Em traços gerais é este o cenário que os responsáveis do clube da águia explicitarão os associados na reunião magna a ter lugar pelas 20 horas no auditório do Cinema Roma.

A eventual aprovação das propostas a apresentar aos sócios permitirá aos responsáveis benfiquistas fechar o "project finance" que poderá assegurar a viabilidade das obras em curso.» (AQUI)


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2003-06-08


«Garantias fazem brilhar nova Luz
ALMOFADA DE 72 MILHÕES DE EUROS

A Direcção do Benfica conseguiu assegurar a conclusão do novo Estádio da Luz com a aprovação do aumento das garantias de financiamento aprovadas na Assembleia Geral da passada sexta-feira.

Dos 45 milhões aprovados em 28 de Setembro de 2001, os responsáveis pediram aos sócios a autorização para um eventual endividamento de 132,5 milhões de euros, quase o triplo da verba inicial. Uma das razões adiantadas por Manuel Vilarinho foi o aumento de custos do novo estádio devido aos acabamentos do recinto. Os 45 milhões inicialmente orçamentados passaram para 60 milhões com os melhoramentos efectuados. Contudo, para os chegar aos 132,5 milhões que a Direcção está autorizada a atingir sobram ainda 72,5 milhões, uma verba que dava para o construção de um novo recinto desportivo.

Na reunião magna o vice-presidente Tinoco de Faria justificou que a quantia pedida servirá unicamente para segurar o clube encarnado contra qualquer percalço, e só será utilizado para adiantar ao empreiteiro verbas prometidas ao Benfica, mas sem um prazo definido de entrada. Do Instituto Nacional do Desporto os encarnados têm a receber 14 milhões de euros; das finanças são aguardados mais 17 milhões referente ao reembolso do IVA; finalmente foram ainda salvaguardados 37 milhões destinados a "Fundos Próprios". Somando as parcelas destes três pontos atinge-se os 68 milhões que, adicionados aos 60 milhões da construção da nova Luz, perfazem 128 milhões. Com um tecto de 132,5 milhões os responsáveis do clube encarnado ainda ficam com uma garantia de 4,5 milhões para colmatarem qualquer derrapagem no custo das obras.

"o negócio possível". Em relação ao acordo com a Shell, Manuel Vilarinho reconheceu que não foi "o melhor negócio", mas lembrou que era prioritário pagar os impostos em atraso referentes a 2000. Recorde-se que, no mínimo, os cofres do Benfica vão beneficiar de 500 mil euros, apesar de hipotecarem uma receita até 2017.

Milhões davam para Zidane 

Mesmo com a certeza que o "excedente" de 72 milhões de euros não será aplicado na aquisição de jogadores, a verba ainda permite sonhar com os melhores futebolistas do mundo.

Em 2001 o Real Madrid adquiriu Zidane à Juventus por 70 milhões de euros, uma transferência "louca" que dificilmente se repetirá no presente defeso devido à recessão que afecta o mundo do futebol. Só graças a essa crise e à baixa dos preços dos passes é que os 72 milhões chegariam para comprar um Zidane e para lhe garantir os salários.

Mais barato seria Figo, que em 2000 saiu do Barcelona para Madrid por 50 milhões. E ao alcance estaria Ronaldinho Gaúcho, avaliado neste momento em "apenas" 13 milhões de euros.» (AQUI)

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2004-12-21





“Não me peçam mais porque não posso fazer mais”, afirmou ontem Luís Filipe Vieira, no meio de uma extensa entrevista à RTP (África e Internacional), onde abordou os mais diversos temas da actualidade benfiquista e do futebol nacional.

(...)
Amortizados 100 milhões no estádio

“Não há dinheiro mas há imaginação, credibilidade. O novo estádio custou 165 milhões de euros e já pagámos mais de 100 milhões”, anunciou o presidente das águias, que se queixou várias vezes do que herdou do passado. “O Benfica ganhou uma volta a Portugal e ainda hoje está a pagar isso, mais de um milhão de euros”, referiu, como exemplo. Vieira afirmou ainda que “existiram ‘off-shores’ na Luz, no tempo de Vale e Azevedo”, altura em que “o clube esteve três anos sem pagar ao fisco”. “Em dois meses, depois, pagámos nós 20 milhões de euros”, garantiu.» (AQUI)

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2005-04-29


(...) Estádio da Luz ficou mais caro

Domingos Soares Oliveira, administrador da SAD responsável pela área financeira, revelou ontem que o novo estádio custou 162 milhões de euros, sensivelmente mais 25 milhões do que o previsto. Com o novo recinto, os encarnados aumentaram substancialmente os proveitos e ganharam mais 3 mil sócios, contabilizando nesta fase um número de associados pagantes na ordem dos 95 mil.» (AQUI)

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2005-06-08


«(...) Passivo a descer

Vieira também destacou a importância do centro de estágio. “É aqui que pensamos ter mais 100 anos gloriosos, é aqui que vamos fazer a nova geração do Benfica”, sublinhou, recordando os “problemas financeiros” que afectaram a construção da infra-estrutura.

Apesar dos avultados investimentos feitos no estádio (162 milhões de euros) e centro de estágio (15 milhões de euros, acrescidos de impostos), Vieira assegurou: “O passivo está controlado e a baixar.” (...)» (AQUI)

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2005-08-01


«À Somague - Revela 'Jornal de Negócios'
Benfica hipoteca jogadores

 O Benfica 'hipotecou' cinco jogadores do seu plantel principal - Petit, dos Santos, Fyssas, Geovanni e Carlitos à empresa de construção Somague. Os passes dos referidos atletas servem de garantia para o pagamento da dívida relativa à construção do novo Estádio da Luz.

O passe de Petit, ou os 50% do mesmo detidos pela Benfica SAD, é um dos cinco 'hipotecados' à Somague

A construção do novo Estádio da Luz custou 162 milhões de euros e o Benfica ainda têm em dívida cerca de 64 milhões de euros. "Tudo o resto está pago", assegurou Domingos Soares de Oliveira, administrador da Benfica SAD, ao 'Jornal de Negócios'. 

No passado dia 14 de Janeiro, segundo revela o 'Jornal de Negócios' na sua edição desta segunda-feira, a direcção do Benfica assinou um contrato com a Somague, estipulando o pagamento em 59 prestações de uma tranche de 19,3 milhões de euros. A garantia dada pelos 'encarnados' sobre este contrato foram os passes de Petit (os 50% detidos pela Benfica SAD), dos Santos, Fyssas, Geovanni e Carlitos. 

Ao abrigo do referido contrato, a Somague pode accionar a cláusula de garantia se o Benfica falhar uma prestação, passando então a deter os direitos sobre os passes dos atletas dados como garantia. O contrato estipula ainda que o Benfica fica obrigado a dar como garantia o passe de outro jogador caso um dos cinco dados como garantia sejam vendidos. E estipula que terá de ser um passe de valor semelhante ao do jogador eventualmente vendido.

Em caso de incumprimento do contrato por parte da Benfica Estádio, a Somague passa também a deter garantias sobre os direitos pagos pela Olivedesportos pela transmissão televisiva de jogos do Benfica nas épocas de 2011/2012 e 2012/2013, equivalentes a 7,5 milhões de euros/ano.

Ainda no âmbito do referido contrato, a Somague tem outras garantias complementares a título de penhora, como as rendas de 100 mil euros mensais pagas pela Benfica SAD à Benfica Estádio pela utilização do Estádio da Luz; as rendas de 270 mil euros/ano de dois camarotes em específico e de todos os restantes em geral e ainda as receitas dos bilhetes de época, neste caso tendo como referência os valores obtidos nessa venda em 2003/2004, que ascendem a 2,640 milhões de euros/ano.» (AQUI)

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2006-01-23




Manuel Vilarinho em entrevista ao "A Bola":

«Deixou o Benfica cinco dias depois da inauguração do estádio e teve oportunidade de fazer o 
discurso e elogiar as pessoas que trabalharam no projecto, inclusivamente o actual presidente, que 
teve intervenção decisiva em toda aquela obra.
- Hoje em dia tudo aquilo me parece um milagre.
- Milagre pelo gigantismo, pela dificuldade?
- Não é o gigantismo que me impressiona, o que coloca um pouco os pêlos arrepiados é o facto de o Benfica ter avançado para a obra na situação económico-financeira em que se encontrava na altura e o resultado ter sido um sucesso.
- Obra também erguida em pouco tempo.
- Em pouco tempo e sem derrapar, até pelo que me parece o custo ficou abaixo do orçamentado. 
Pouco, mas ficou!»

[o custo da obra do Estádio da Luz foi anunciado em Assembleia Geral de Sócios em meados de 
2001 como sendo de 23 milhões de contos; depois de concluída a obra foi anunciado pelo próprio 
Benfica e por todos os jornais como tendo atingido os 32 milhões de contos]

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2003-11-09


Texto de Diogo Vaz Guedes, Presidente da Somague (até 2007):

«O Euro milagre
O CONVIDADO

E eis senão quando dei por mim a começar a escrever, pela primeira vez na minha vida, para um jornal desportivo. Porquê? - perguntava eu, este convite a alguém que no seu dia nada tem a ver com o desporto excepto o de ser um amante incondicional de todas as modalidades desportivas, praticante irregular de algumas delas e sportinguista convicto desde tenra idade.

Tentei então imaginar o que esta condição de colunista por um dia significava para mim, lembrei-me do meu pai José Vaz Guedes, hoquista internacional, capitão da selecção nacional e várias vezes campeão do Mundo e da Europa, e Prémio "Stromp" do Sporting. Continuei o esforço e revi uma família de desportistas e ainda hoje, alguns deles militantes activos no acompanhamento do desporto nacional e preocupados, no contexto do futebol, com a gestão dos principais clubes portugueses e seus sucessivos défices de exploração, sempre à procura de apoio do Estado para suportar, por vezes, meros problemas de gestão.

Lembrei-me então subitamente do profundo envolvimento da Somague na construção dos Estádios para o Euro'2004 e de quão minuciosamente, perspectivando a oportunidade, havíamos preparado a nossa empresa, através de uma parceria com os holandeses credenciados na FIFA, Ballast Nedam, para a construção dos estádios do futuro.

Fiquei satisfeito, revivendo estes últimos cinco anos, por verificar que o nosso esforço de ir à procura de soluções para os nossos clientes tinha dado frutos: Estádio da Luz, Estádio do Dragão, Estádio do Bessa, Estádio de Leiria, Estádio Loulé-Faro eram infraestruturas que tinham assinatura Somague, sozinhos ou acompanhados em consórcio. Tínhamos conseguido fazer bem o trabalho de casa.

Mais gratificado fiquei ao verificar que na inauguração do primeiro deles, a Somague foi brindada com um tributo do qual não recordamos paralelo ao longo dos nossos 56 anos de história, por um dono de obra que, pelo prestígio que tem em Portugal e no Mundo - o Benfica - nos deixa a todos muito orgulhosos.

Mas tenho a certeza que, não fora o profissionalismo, a motivação, a ambição e o espírito de grupo que se vive na nossa empresa não teria sido possível cumprir, como o foi no Estádio da Luz e dentro de dias no Estádio do Dragão, o contrato PMG (preço máximo garantido) com os dois clubes.

E está aqui a verdadeira inovação e, se quisermos, a regeneração da imagem das empresas de construção sérias em Portugal: é possível cumprir preço e prazo com qualidade se nos couber a responsabilidade de controlar o projecto!

Continuei a minha cruzada e tentei reavivar a minha memória recente e verifiquei que, apesar das críticas sucessivas a construtores e futebol, na recente inauguração do Estádio da Luz estavam presentes quase todas as grandes personalidades portuguesas: Cardeal Patriarca, Presidente da República, primeiro-ministro, ministro Adjunto, ministro das Obras Públicas e presidente da Câmara Municipal de Lisboa.

Afinal, parece que a cerimónia era mesmo importante e que o futebol e a construção, quando tratados de forma séria e responsável, são igualmente motivo de orgulho nacional.

E já agora, deixem-me dizer-vos que sou dos que penso que, provavelmente, teria até sido evitável construir dez estádios para o Euro'2004. Mas, perdoem-me a franqueza, a partir do momento em que essa foi a decisão tomada, à Somague competia garantir, com profissionalismo, a maior quota de mercado possível.

Nunca tive, ao longo da minha vida profissional, uma vivência tão rica e ao mesmo tempo tão difícil como aquela que passei nestes últimos dois ou três anos, com os conhecidos problemas políticos e de financiamento das grandes infraestruturas desportivas nas quais sempre acreditamos, apostando pela positiva nas pessoas, na confiança, na amizade, na cumplicidade e na nossa capacidade de, com bom senso, ultrapassarmos os vários problemas que foram surgindo.

Hoje é fácil cantar vitória e valorizar as capacidades dos portugueses, mas outros sabem e recordar-se-ão que foram muito poucos os que acreditaram que era realmente possível. É este pequeno detalhe que valoriza a ambição, a coragem, o trabalho e a conquista.

Viva Portugal!» (AQUI)

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2002-08-23



«Provocado recentemente, Luís Filipe Vieira gabou-se de ter apenas a quarta classe. Tem, no entanto, fama de bom gestor. Ela advém-lhe do facto de, em pouco mais de uma década, o seu nome surgir ligado, enquanto sócio ou administrador, a um infindável número de empresas, genericamente ligadas aos ramos da construção civil, transportes e camionagem, e acessórios para automóveis, essencialmente, pneus. 

É um autêntico “self-made man”. Hoje, que é assessor e conselheiro do actual presidente da SAD do Benfica, Manuel Vilarinho, é também o mais que provável próximo presidente encarnado.

A entrada de Filipe Vieira na Luz ficou garantida antes mesmo das eleições que levaram Vilarinho à presidência no confronto directo com o ex-líder, Vale e Azevedo. Vieira surgiu então como alegado candidato, papel ao qual renunciou para apoiar Vilarinho, já com a promessa de que entraria para a administração da SAD encarnada. Tal não aconteceu da forma directa, como estaria perspectivado, porque alguém se esqueceu que a lei que regula as sociedades anónimas desportivas não o permitia: Luís Filipe Vieira havia deixado de ser presidente da SAD do Alverca para se mudar para a Luz, e o texto legal obriga a um hiato de um ano para que um administrador de uma SAD de um clube assuma funções numa outra.

Mas a espera de Luís Filipe Vieira tem sido bem recompensada. Assumida a ambição de suceder a Vilarinho – “Caso este não se recandidate”, diz –, a questão que se coloca para a anunciada “passagem de testemunho” é apenas a de saber: quando?! Tudo indica que a substituição de Vilarinho por Vieira acontecerá antes da data oficial, tendo por base de sustentação um factor importantíssimo: a conclusão das obras do futuro Estádio da Luz e a necessidade do respectivo pagamento ser feita a tempo e horas. Mas o próximo acto eleitoral na Luz está agendado apenas para Outubro de 2003...

A verdade é que parecem não restar dúvidas quanto ao facto de o caminho estar a ser devidamente preparado. E com a total conivência do próprio actual líder benfiquista, o qual vem alegando “um certo desgaste”, assumindo mesmo que, se soubesse o que sabia hoje, não teria concorrido às eleições contra Vale e Azevedo. Mais recentemente uma grande parte das acções da SAD do clube que estavam na posse do presidente foi mesmo vendida. 

Depois de ter entrado “em rota de colisão” com alguns dos mais importantes elementos que acompanharam Vilarinho na sua campanha, levando homens como Luís Nazaré, João Carvalho, Mário Negrão, Lopo de Carvalho, Silva Gomes (apelidados por si como “tecnocratas”) e mesmo Vítor Santos (o famoso “Bibi”, tido como amigo íntimo de Vieiria e um dos principais financiadores do clube benfiquista) a abandonarem Vilarinho e o Benfica, Luís Filipe Vieira tem sabido rodear-se de importantes apoios, possuindo, ainda por cima, ao que consta, verbas avultadas que permitirão saldar grande parte das dívidas do clube.

Os apoios passam pelas suas ligações à construção civil, no caso particular à Somague, a empresa que gere a construção do futuro estádio da Luz, ou ao ramo imobiliário, onde o Banco Espírito Santo (BES), principal financiador do citado projecto, tem óbvios interesses numa parceria com uma construtora como a já enunciada.

Por outro lado, Vieira cimentou a amizade com o “empresário FIFA” José Veiga, aquele que possui um dos melhores “portfolios” do futebol mundial e que mais jogadores tem colocado no clube encarnado nas últimas épocas. Há, aliás, quem insista em como, apesar de o ter “descartado” esta época, Vieira tem Mário Jardel “guardado” como “trunfo” para jogar talvez ainda antes de a época chegar a meio, o mais tardar na próxima, caso a burocracia eleitoral “arraste” o processo até lá.

(...)


O “Luís Cabeçudo” do Bairro das Furnas, como era conhecido em criança, ou o “Descarado das Furnas”, alcunha de adolescente, atingiu a maturidade gabando-se de já ter amealhado um bom pecúlio, que aumentou substancialmente depois de ter aceite a proposta do dono de uma gasolineira da Póvoa de Santo Adrião para tomar conta dela. “Só como sócio-gerente”, contrapôs. Foi a sua “rampa de lançamento”: com muito trabalho, tendo por lema “amigos, amigos, negócios à parte”, e tido como um patrão duro, em meados da década de 80 Vieira tinha já parte do seu “império” construído, tendo, pelo meio, casado com Vanda.

Tem dois filhos deste casamento, Tiago (de 25 anos) e Sara (16). Reside na Costa da Caparica e a sua fortuna pessoal está avaliada em mais de 15 milhões de euros (três milhões de contos). O seu objectivo enquanto homem de finanças é vender ou alienar todas as participações para, depois, as reunir numa única empresa, que poderá passar, quem sabe, pela própria SAD benfiquista.»  (AQUI)


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2003 




«Contactado pelo jornal, o presidente do Conselho de Administração da Somague, Diogo Vaz Guedes, confirmou que «o investimento no Benfica é uma questão em aberto» e deixa implícito que qualquer investimento passará pelo afastamento – informal ou institucional – de Manuel Vilarinho da presidência do clube.», A BOLA


13 comentários:

Pedro disse...

"O novo estádio custou 165 milhões de euros e já pagámos mais de 100 milhões" - 2004

Em 2004 faltava pagar menos que 65 milhões de euros do novo estádio, segundo palavras do Grande Líder. Em 2013 o passivo roça os 500 milhões sendo a construção do novo estádio uma das maiores justificações para isso.

65 milhões...em 500 milhões...hum...

Anónimo disse...

Este gajo é mesmo doente. Anda a desenterrar cadáveres com que intenção?
É para encontrar algo para criticar? Não encontra razões suficientes na actualidade?

Anónimo disse...

Apoiem.

Bandarilheiro Mor disse...

É caso para dizer: Quem não sabe História... pratica os mesmos erros com frequência.

Bandarilheiro Mor disse...

Anónimo das 15:43, por vezes desenterram-se cadáveres para obter a verdade. Sabia?

Tiago disse...

O Cadavér nem tá enterrado! A questão é que o mesmo tá ao ar livre e cheira muito muito mal. Tivesse ele enterrado e ninguém notava.

PP disse...

Perdoem-me o português, mas a verdade é só esta:

"A MERDA VEM SEMPRE AO DE CIMA"

Anónimo disse...

Depois de ler o longo texto tenho uma pergunta a fazer. Aonde querem chegar e o que querem provar?

Fiquei a saber que foi a Somague que construiu o estádio o qual é um de orgulho para todos os benfiquistas. Há mais?

Anónimo disse...

Continua o bom trabalho Ricardo, mas quanto a mim um dia destes vais morrer agarrado a um teclado, pode ser que me engane...

Kostag disse...

das melhores compilações que vi sobre o passado recente do Benfica, alegra-me saber que ainda existem Benfiquistas inteligentes e por esse facto estarem preocupados com a actualidade e desmascarar de uma vez por todas o homem que temos ao leme do nosso Benfica, está aqui tudo, é tão recente que será necessário publicar tudo isto, relembrar que ele não fez o estádio, ele não salvou o Benfica, ele é um logro, ele é um Flop desportivo e um coveiro financeiro para o Benfica, mas ele não, vejam que em 2004 ou 5 dizia-se a sua fortuna de 15 milhões de euros.... em 10 anos mias que multiplicou por 50 ou mais .... só agora o BES lhe emprestou 500 MILHÕES DE EUROS para construir 2 condominios em Lisboa e um hotel em Fortaleza em que o seu sócio é também o seu amigo e presidente do Braga António Salvador ....que garantias pode ter dado ao BES para um empréstimo desta envergadura????

rui disse...

Eu nem me dei ao trabalho de ler isto porque nao preciso,eu nao percebo nada destes negocios,eu sou meio analfabeto,um labrego autentico...mas ate eu tenho 2 olhos na cara.

E estes 2 olhos que tenho na cara nos ultimos anos viu o porto levantar mais tacas europeias do que nos presencas no jamor,viu o porto festejar no nosso estadio o mesmo numero de campeonatos que nos...viu tantas desgracas que nem vale a pena mencionalas a todas.

Alem disso estes responsaveis do Benfica sao uns totos,uns patos bravos.Nunca defendem os benfiquistas com inteligencia,como deve ser dos ataques que sofremos sistematicamente.Isto pra mim e razao suficiente.

Agora tambem tenho bom coracao,eu posso perdoar muita coisa,mas nao posso perdoar tudo,a minha paciencia chegou ao limite e por isso que me desculpem mas eu ja nao consigo apoiar esta pouca vergonha.Sintome triste,tenho saudades dos tempos em que amamava e defendia tudo no Benfica com unhas e dentes mas tambem sei reconhecer quando fui derrotado,e estas personagens que la andam deviam saber reconhecer a mesma coisa.

Anónimo disse...

O Kostag é um conhecido portista que anda por blogues benfiquistas a espalhar o evangelho porquista. Não admira que goste tanto deste.

Anónimo disse...

Isto é só a ponta do iceberg em relação a Lfv. O milagreiro que vai escavando o buraco cada vez mais. Ele sabe que não vai ser a pagar as dividas que tem deixado..