O Benfica finaliza a pré-época com estrondo… Em todos
os aspectos.
Em 8 jogos particulares realizados somamos 6 derrotas
e duas vitórias… frente a Estoril e Sion; Num dos torneios de pré-temporada
mais prestigiantes e com maior visibilidade da actualidade, patrocinado pelo
nosso novo parceiro estratégico e com quem se deseja uma maior parceria,
somamos por derrotas os dois jogos realizados e contamos com 2 golos marcados e
8 sofridos; De um 11 campeão sobram as cinzas; Por duas ocasiões neste período o
treinador não se coibiu de criticar a política desportiva do clube em público
com epílogo na frase: “Não penso perder mais ninguém, se não também vou eu”.
Como aqui escrevi aquando da primeira crítica, Jorge
Jesus nunca foi de se queixar em público dos jogadores que lhe foram colocados
à disposição depois das saídas de elementos importantes, se o faz desta vez é
porque a coisa vai azeda. Se o faz por duas vezes e com a clareza desta última,
então é porque não está azeda, está a seguir.
Não será difícil imaginar qual o ambiente reinante
entre a estrutura técnica e directiva para que Jorge Jesus sinta necessidade de
fazer este ultimato público à direcção. Para aqui chegar, já muita água correu
debaixo da ponte nos bastidores do nosso clube e, neste momento, perder o
treinador seria dar um valente tiro (o segundo, depois de tantas saídas e tão
fracas entradas) na cabeça no que à época diz respeito.
Facilmente se compreende a frustração de Jorge Jesus
em todo este processo. De um dia para o outro, perde uma equipa campeã para ter
um conjunto de jogadores composto por algumas promessas, mas não mais que isso,
e alguns pequenos grandes desastres.
Não obstante, o treinador do Benfica também não pode
lavar as mãos por completo desta situação, já que teima em abusar de Luís
Filipe (o jogo de hoje é absolutamente paradigmático sobre a sua qualidade),
insiste em Jara que trabalha bem no golo de hoje, saca um bom remate à trave,
mas que insiste em demonstrar a fraca qualidade técnica e de decisão em três
lances que poderiam dar golo: Num, quando seria fácil receber e explodir para a
baliza, toca a bola para trás, perdendo-se todo o contra-ataque e nos restantes
dois, quando se exigia uma finalização pronta, decide por um toque de calcanhar
num e numa recepção desastrosa noutro. Fosse este exemplo único nesta
pré-temporada, mas pelo contrário, Jara tem-no feito de forma recorrente em
todos os jogos em que teve oportunidades, mas não há meio de sair da equipa, ao
mesmo tempo que Bernardo Silva ou Nélson Oliveira não têm espaço nem tempo para
mostrarem o que valem. Jorge Jesus tem ainda de assumir a responsabilidade na
contratação de Eliseu, jogador que ele próprio já referiu publicamente, ser o
seu “fetiche” de há muitos anos a esta parte para o Benfica, mas que chega ao
clube numa forma física absolutamente deplorável para um profissional de
futebol.
O Benfica é ainda caso único na Europa quando faz 4
jogos em 5 dias, e aqui não sei nem saberei de quem é a responsabilidade pelo
planeamento, mas não tem qualquer nexo submeter uma equipa em construção a 360
minutos de competição em 120 horas. Se
verificarmos, em situações em que há jogos em dias sucessivos, o habitual é
reduzir-se o tempo de jogo, assim aconteceu este ano na Alemanha num torneio de
pré-época com 2 jogos em 2 dias consecutivos, mas de apenas 60 minutos de
duração em cada partida e assim acontece em Itália, também num torneio similar,
com jogos de apenas 45 minutos cada.
Não sei se esta carga física beneficia ou não a
condição física dos jogadores no médio/longo prazo, talvez sim. Não podemos é
utilizar o cansaço como desculpa, pois o planeamento deve ser feito tendo em
conta os riscos que pode envolver.
Em todo o caso, ainda nada se perdeu, ainda há tempo
para se emendar a mão, mas esse tempo é cada vez mais escasso.
P.S. Jorge Jesus, o Benfica procura um guarda-redes? Mas
ainda há um ano, Artur era o titular indiscutível do Benfica, porque Oblak
ainda não estava preparado, ou não? Que se passou neste período?
2 comentários:
Boa noite, não tenho lido jornais nem acompanhado a equipa, mas assim de repente, Amorim, Gaitan, Fejsa e Salvio ainda estão e são para continuar? Sim? Então falta é banco e mais um ponta de lança.
E um número 10, mas da formação parece que não vem nada.
Que estão, estão, se são para continuar, não sei.
Esse "falta é banco" pode parecer um pormenor, mas talvez não seja. 11 não ganha campeonatos. Dou um exemplo fácil: Na época passada Salvio lesionou-se gravemente num joelho ainda no inicio de época e quem tinhamos para substituir? Apenas e tão só Markovic ;)
Quanto ao 10, não concordo porque JJ não utiliza um jogador dessas caracteristicas. E se utilizasse havia Bernardo Silva.
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