terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Há 40 anos, Vasco tentava contratar Eusébio



«Borges Coutinho pilotou aviões da RAF (Royal Air Force, dos Aliados) na Segunda Guerra Mundial mas não foi ao ar quando o Vasco da Gama apareceu em Lisboa para oferecer um megacontrato a Eusébio - 500 contos (2500 euros) por três meses, entre Fevereiro e Maio de 1970.

O Pantera Negra ganhava 1300 contos (6500 euros) por 12 meses no Benfica e ficou encantado com o convite. Até vestiu a camisola do Vasco da Gama, mas o Benfica, que renovara o contrato com Eusébio em Setembro de 1969, disse "não" aos intentos dos cariocas. Eusébio, está bom de ver, era inegociável. E por isso ficou na Luz, onde se sagrou melhor marcador da 1.a divisão nacional pela sexta vez na carreira, desta vez com 20 golos em 22 jogos.

A história da cobiça brasileira pelo ouro português começou em Janeiro de 1970 e concretizou-se faz hoje 40 anos, quando o presidente do Vasco aterrou em Portugal, com o dinheiro na mala e o contrato pronto a assinar.

O amor do Vasco - clube dos portugueses no Rio de Janeiro - por Eusébio nascera no mês anterior, quando Otto Glória desembarcou na cidade maravilhosa, despedido pelo Benfica (depois de uma derrota com a CUF, para o campeonato, no Jamor) e já com trabalho assegurado na selecção brasileira, como adjunto de João Saldanha, o jornalista-seleccionador nacional, que trabalhava com vista ao Mundial-70, no México.

No aeroporto do Galeão, Otto desabafou aos jornalistas: "O super-Benfica está acabado. Aliás, o futebol luso estagnou. Já não é o mesmo de há anos. Parou no tempo." Mas havia uma excepção: Eusébio. "Esse não está acabado. Nem por sombras. Ele tem força e futebol para mais alguns anos. É um jogador extraordinário, um fora de série, não apenas para Portugal como para o Brasil."

E se ele fosse para o Vasco, perguntou alguém. "Aí, até eu próprio daria 50 contos [250 euros] do meu bolso para ajudar Agartino a trazer o fenomenal Eusébio para o Vasco."

Agartino Gomes, presidente do Vasco da Gama e português de gema (embora o nome indique tudo menos isso), quis comprovar essa teoria e voou para Lisboa com essa missão, mas esbarrou no "não" do Benfica.

De mãos a abanar, Agartino regressou ao Brasil sem o seu craque. E de mãos a abanar continua um vendedor brasileiro anónimo que pôs na internet uma camisola do Vasco, autografada por Eusébio, a troco de 51 mil euros. O facto de ser uma camisola única e do Vasco campeão carioca motiva essa exorbitância, que ainda ninguém pagou, desde 2005. Houve até alguém que sugeriu com piada: "Por 51 mil euros, comprava o Eusébio e vestia-o de verde-e-branco."»

2 comentários:

Anónimo disse...

Ficava-te bem dizer que este texto não é da tua autoria, assim passas por plagiador.

Ricardo disse...

Sim, porque colocar aspas não chega. Tu por parvo passas de certeza.