quinta-feira, 2 de junho de 2016

Ainda se Lembram do Negócio das Arábias?


Muito se tem voltado a falar sobre os acordos televisivos entre os clubes e a NOS ou Meo.

Em Dezembro o presidente do Benfica afirmou que em Janeiro iria estar reunido com a NOS a renegociar o acordo acabadinho de se concretizar.

Fala-se que em algum momento de 2016 o Benfica exigiu ou ter os jogos na BTV ou então receber mais 200M.

Também muito se tem falado que os acordos terão de ser renegociados para uma validade de 3 anos (isto claro irá ter um impacto no valor que as operadoras estarão dispostas a oferecer).

Muito se tem falado que o Benfica poderá vir a impor à NOS os valores a que tem direito.

A minha pergunta é:

Andamos todos a comer gelados com a testa?

Fui o único a assistir àquele espectáculo em pleno relvado da Luz?

Fui o único a ouvir as declarações do presidente do Benfica e de todos os que o rodeiam?

Impressionante como aquele que era um negócio das Arábias para o Benfica que demonstrava como Vieira era um negociador implacável, em poucos meses se tornou para todos, dirigentes incluídos, um negócio muito mediano.

Decidam-se.
Afinal foi ou não um excelente negócio para o Benfica?


9 comentários:

sempreglorioso disse...

O Benfica vendeu os direitos televisivos à nos, por um período de três anos renováveis até ao máximo de dez. cedeu à nos a exploração da Btv por um período de dez anos. Foi o negocio que foi continuado e que todos nós vimos. O que queres saber mais? Quem ganhou o campeonato dos contratos? O Benfica é o único que tem contrato válido com a Nos. Todos os outros têm com a sportV. Nos vamos começar a receber pela nova tabela os outros ainda vão esperar pelo menos mais época.

Anónimo disse...

1. Neste momento, é impossível responder a essa questão.

2. À luz da realidade da altura e tendo sido o primeiro a fechar as negociações, era um valor (até então) histórico. Só o Benfica poderia agitar o mercado daquela maneira. O que os outros alcançaram, fizeram-no única e exclusivamente graças à bitola fixada pelo Benfica.

3. Contudo, sem a devida margem de, pelo menos, 20% para o melhor negócio que entretanto fosse realizado (independentemente da operadora), ficaríamos sempre a perder. Sempre.

4. Fica-se a ganhar (e muito) em relação à “esmola” que recebíamos há não muito tempo… mas, previsivelmente, desbaratamos quando comparadamente com a dimensão de FCP e SCP e os valores dos acordos por aqueles alcançados.

5. O que me tira o sono não são os acordos dos outros. Mas antes ficar com a sensação de que nunca na vida LFV e companhia colocou uma cláusula devidamente compensatória no acordo (na percentagem acima descrita).

6. A ser assim, mais uma vez “os astros” limpam a borrada da direcção, permitindo, dentro de 3 anos, ir novamente a negociações. Porque, à luz dos números conhecidos, os valores do Benfica não são maus: são uma merda.

RedMist

Anónimo disse...

sempreglorioso,

O que tem isso a ver com as minhas perguntas?

Anónimo disse...

RedMist,

Acho que nunca se pode andar a comparar os valores de 2016 com os valores de 2002. São realidades completamente diferentes.

Na altura pareceu-me um negócio muito mediano e fiquei com essa certeza quando vi os acordos dos rivais.

O que me faz confusão é ver tanta preocupação de dirigentes e adeptos em conseguir um acordo melhor quando em dezembro foi o festival que foi tanto no relvados como nos elogios nos mais vários meios de comunicação.

Estou muito curioso para saber o que tudo isto vai dar. Infelizmente temos uma direcção que não se preocupar com a comunicação aos sócios e por isso vamos ter de esperar muito para sabermos.

Anónimo disse...

Tendo em conta que o Benfica vendeu os direitos televisivos e ainda ficou a transmitir os jogos da equipa A no canal do clube considero um bom negócio, enquanto outros só não venderam as calças e o c* para ter mais dinheiro porque não calhou... são negócios completamente distintos!

DH

joão carlos disse...

@dh
ficou a transmitir os jogos no canal do clube mas as receitas desse canal não são nossas são da NOS porque também vendemos a eles a transmissão e distribuição do canal.

Anónimo disse...

Daniel Oliveira,

1. Se leres atentamente o que escrevo, percepcionas facilmente a ideia de que nem sequer necessito puxar a fita ao ano de 2002 para apontar os “trocos” que o Benfica sempre recebeu pelos direitos televisivos dos seus jogos. Aliás, a criação da BTV Premium parte da “promoção de verão” que claramente assumia, à altura, a melhor proposta apresentada: €20M/ano, por 5 anos.

2. À luz da depreciação a que única detentora deste monopólio remetia à longo tempo o clube, associada ao descontentamento crescente entre os benfiquistas pela forma como a Sportv tratava tudo o que com ele estivesse relacionado… deu-se a ruptura.

3. E muito bem. Uma “jogada” à Benfica. Esta, até a mim me deixou de queixo caído.

4. O problema foi depois. A direcção esticou até ao possível a ideia visionária da BTV (que mais nenhum clube no mundo adopta, na medida em que não é, de todo, a mais rentável) até ao momento do acordo com a NOS. Aquela festarola toda tem duas explicações:

5. Primeiramente, o Benfica estava com a garganta na corda: se analisares os Relatórios de Contas, manter a actual “estrutura” a funcionar custa muito dinheiro. Aquilo é um “monstro” que necessita de injecções contantes e crescentes de capital. Todas aquelas manifestações de contentamento são um sinal claro de alívio, de quem não aguentaria por muito tempo mais o bluff.

6. A tão famigerada “política de aposta nos jovens” (iniciada por SCP e à qual se juntará, agora, o FCP), é apenas mais uma manifestação de um problema maior: a falta de dinheiro. Porque, quem tem, vai buscá-los a outro sítio.

7. Subtraídos os custos associados à gestão da BTV, os rendimentos obtidos não eram tão superiores quantos os oferecidos pela Olive. A que acrescentava as oscilações que se verificam ao nível das assinaturas ao longo de todo um ano, resultando numa verba incerta quanto ao seu valor final. Este acordo foi o culminar de tudo o que a direcção sempre exigiu: €50M/ano.

8. E aqui reside o segundo motivo da festança: pensavam que tinham atingido o topo. Que depois daquilo, mais nada.

9. Mal. Porquê? Porque estagnaram numa realidade na qual a oferta apenas provinha de um lado. Com a abertura de portas à concorrência de mercado, estes €50M tornaram-se, à luz do mercado actual e de então, obsoletos.

10. Para que se perceba: nos tempos da Olive, antes de o Benfica romper as negociações, o FCP tinha uma cláusula no seu futuro acordo que previa nunca receber menos do que 80% que o Benfica. Ou seja: o clube até então mais hegemónico dos últimos 30 anos, contentava-se em apanhar com 80% do valor alcançado pelo Benfica.

11. Hoje, à luz de um mercado concorrencial, o valor que ainda há poucos anos era considerado utópico, foi em poucas semanas ultrapassado por SCP… e FCP: o mesmo que, em apenas 4 anos, passou de uma posição na qual contentar-se-ia com 80% do que o Benfica apanhasse… para ultrapassá-lo por larga margem.

12. Tudo isto numa altura na qual, além da sua inerente dimensão, o Benfica é dominador no plano desportivo nacional.

RedMist

Anónimo disse...

13. Esta direcção foi apanhada com as calças nas mãos. Com a sobranceria e obtusidade características, julgaram que nunca a concorrência chegaria sequer próximo de tais valores. Até ao dia em que o fizeram. Daí, à propaganda atabalhoada a que assistimos… um pequeno passo.

14. No Benfica, pensa-se pouco o clube e o futebol. Porque não possuem os “instrumentos” necessários, não sabem mais. Porque é mais fácil bajular do que arriscar face ao dogma instalado. E, para nosso mal, nivela-se sempre a bitola por baixo: que é o que, geralmente, acontece com quem precisa de dinheiro que não tem.

15. Os tais 20% de diferença para a concorrência que, com a devida cláusula, seriam exigíveis, são, conforme acima explico, corroborados… pela própria direcção do FCP. Facto.

16. À luz dos valores que estão em cima da mesa, façam as contas e vejam quantos milhões, ano após ano, irão ao ar graças ao… “negócio das Arábias”.

17. Quanto dinheiro que, podendo ir para os cofres da Luz, foi parar mais acima e ao lado.

18. Como, desse negócio só ao alcance dos mais iluminados que, por sorte do destino, nos calharam em sorte ao leme dos destinos do nosso clube, resultará uma vantagem financeira fundamental à concorrência por forma não apenas a diminuir distâncias… mas em ultrapassá-las.

19. Ganha-se o 35, enchem-se os media com o RV, o Renato e a águia Vitória… e a coisa é esquecida. Valha-nos um Departamento de Comunicação incansável…

20. Repara nas movimentações que já se registam em relação à recandidatura de LFV. Aquilo, além de foleiro, é deprimente. Para quê todo aquele “circo”? Estão à espera que LFV, passados 15 anos, abdique da presidência? Logo agora? Depois de blindar os estatutos? De secar a concorrência? Não tendo assegurado uma tranquila transição? E ia fazer o quê? Jogar crapô? Com tudo o que aquilo mexe? Por favor…

21. Neste capítulo, o maior erro que os benfiquistas poderão cometer é julgar que o clube precisa mais de LFV… do que o inverso: que é precisamente o que acontece.

22. Cometendo, pelo caminho, o mesmo erro nevrálgico que tantas vezes apontamos a outros: o de olharmos ao que ganhamos, ao invés do método implementado com vista a alcançá-lo. Ao caso: a avaliação da relação entre investimento (finito) aplicado vs resultados obtidos.

23. Assim como glorificando ideologias “D. Sebastianistas”, sem ou após o qual… somente o caos. A história deste clube nunca se alicerçou numa só pessoa. E se é a isso a que o Benfica está actualmente reduzido… então, e à semelhança do que se vai verificando de há algum tempo a esta parte para outros lados, o tempo haverá de colocar o clube e adeptos no respectivo lugar da cadeia alimentar.

RedMist

Anónimo disse...

RedMist,

Concordo com praticamente tudo o que diz.

Penso que só tenho assim algum tipo de discordância na comparação daquilo que o Benfica vai começar a receber da Nos e aquilo que foi oferecido há 3 anos pela Olivedesportos.

Sem grandes certezas quanto aos números, tenho ideia que a proposta da Olivedesportos tinha sido de 22,5M e isto sem os direitos de distribuição da BTV.
A proposta da NOS pelos direitos de transmissão dos nossos jogos é de 35M ano num negócio a 10 anos mas como sabemos são valores progressivos que vão começar ali entre os 25 e 30M.

Neste contexto não acho que 28M hoje sejam assim tão mais do que eram 22,5M há 3 anos.

É uma melhoria obviamente mas não uma grande diferença.

Além disso, esta proposta da NOS visa um período de 10 anos e a da Olivedesportos penso que era, ou podia ser, para um período inferior.