sábado, 1 de dezembro de 2012

Bons e maus sinais no campo das contas ...


A quebra de proveitos operacionais era algo de esperado devido às condicionantes da época:

- Menos jogos na Champions (não houve 3.ª pré-eliminatória nem play-off e ainda por cima começámos fora na fase de grupos) - menos receitas de bilheteira, menos receitas de transmissões televisivas e menos prémios da UEFA
- Aumento do IVA na bilheteira, sem que o preço final dos bilhetes assim o reflectisse - implica uma quebra de 13,8% na receita líquida para a mesma receita bruta
- O aumento do preço nos Red Pass, para reflectir o aumento do IVA, implicou uma quebra significativa na procura - 18,2% - Alô DSO, boa decisão hã ?

Adicionalmente, a Benfica SAD alterou a política de contabilização de prémios da UEFA, ou seja, em vez contabilizar no momento do acesso a totalidade do prémio associado a disputar a fase de grupos (o Porto optou por contabilizar este prémio pela totalidade no 4.º trimestre do exercício anterior, limitando-se a contabilizar neste trimestre a diferença resultante do aumento deste prémio), decidiu contabilizar em função dos jogos disputados, isto é, a cada jogo contabiliza 1/6 do prémio. Esta opção desvia para o 2.º trimestre a maioria do prémio o que faz com que exista uma menor variabilidade nas receitas (no 1.º trimestre há proveitos com vendas e no 2.º a maioria dos prémios da UEFA).

Em resumo a Benfica SAD teve uma quebra de 9,3 Milhões de Euros nos Proveitos Operacionais que seria apenas de 2,7 Milhões de euros se se tivesse mantido a mesma política de registo de prémios da UEFA. No entanto, convém ressalvar que a quebra de bilheteira de 2,3 Milhões (se é verdade que houve menos 3 jogos na Champions, recebemos o Braga na 1.ª jornada e estiveram mais de 50 mil espectadores presentes) é um sinal negativo, mas mais preocupante que isso, apesar dos 3 jogos da Champions terem trazido mais de 150.000 espectadores ao Estádio no 2.º trimestre, a verdade é que no campeonato nacional as assistências estão em quebra acentuada. Além da bilheteira, há quebras sensíveis nos Cativos (18,2% - obrigado DSO) e nos alugueres de espaço (17,6%), a natural queda nas quotizações devido ao efeito do aumento do IVA (12,1%) e das transmissões televisivas (22,6%).

Perante estas quebras, o mais sensato seria efectuar uma natural contenção de despesas e a verdade é que os Custos Operacionais mostram uma diminuição de 2,3 Milhões de euros. Grande parte deste valor, 1,5 milhões de euros dizem respeito à diminuição de custos com o pessoal, o que representa 11,8% ao contrário do Porto que aumentou os seus custos com o pessoal em 25%. Apesar desta descida nos custos com o pessoal, o número de atletas sob contrato aumentou para 84, um número inconcebível, o que aponta para a descida do salário médio, em especial devido às saídas de Javi, Saviola, Witsel e Capdevilla.

As renovações com os elementos que têm contratos mais baixos e menores cláusulas de rescisão, André Almeida e os 4 juniores, implicarão uma ligeira subida destes valores e embora esta subida seja pouco relevante, quando se tratarem de atletas de maior nomeada, Cardozo, Bruno César, Matic, etc. essa subida será bem mais relevante. Assinala-se ainda uma queda de mais de 600 mil euros nos fornecimentos e serviços de terceiros.

Como consequência da descida dos Proveitos Operacionais, o Benfica acabou por apresentar um Resultado Operacional excluindo Operações com Passes de Jogadores negativo em quase 2 milhões de euros, ao contrário dos mais de 5 milhões de euros de resultado positivo da época transacta.

A compensação para este pior desempenho operacional veio das alienações de passes de jogadores. Efectivamente o Benfica efectuou vendas no valor de 63,6 milhões de euros (Witsel, Javi, Emerson, Yartey e Capdevilla) que originaram uma mais-valia de 30,4 milhões de euros.

Quais as justificações para tamanho diferencial ? Muitas, nomeadamente o elevado valor que custou a saída de Saviola, as elevadas comissões suportadas na alienação de Javi e Witsel, o facto de o BSF deter 20% do passe de Javi Garcia (corresponde a 4 milhões de euros), as imparidades suportadas nas saídas de Shaffer, Emerson e Capdevilla, o valor registado no balanço dos passes do Witsel (mais de 6 milhões de euros) e do Javi (mais de 3 milhões de euros).

Neste ponto surge a minha grande crítica face à falta de transparência da Benfica SAD, quando comparada com a Porto SAD. Enquanto nas contas do Porto se podem perceber todos os valores, as comissões, luvas, etc, no caso do Benfica os valores são apresentados em bloco e não havendo sequer a discriminação da rubrica dos Outros Credores, ninguém de boa-fé, sem informações privilegiadas, poderá especificar os valores individuais ao contrário do rival.

Independentemente das críticas, e focando-nos no essencial, o Resultado Operacional do Benfica foi de 28,6 milhões de euros. Ora este resultado, do qual resulta um  EBITDA superior a 30 milhões de euros, permitiu efectuar uma redução significativa no passivo bancário que desceu dos 272,8 milhões de euros que existiam a 30 Junho, para os 254,8   ou seja uma diminuição de 18 milhões de euros. Aqui é necessário relembrar que o sr. DSO disse em campanha que o passivo bancário era de 235 milhões de euros para contrariar as afirmações do Dr. Rangel (este nunca falou de passivo bancário, mas de passivo total).

A verdade é que o passivo bancário da Benfica SAD era de 272,8 milhões de euros a 30 de Junho e de 254,8 milhões de euros a 30 de Setembro. Como é que qualquer sócio podia fazer uma campanha informada se estes números não eram conhecidos à data das eleições e a única coisa que o Sr. DSO soube vir dizer é que o passivo bancário era de 235 milhões de euros ? Acha bem Sr. DSO, você, que não pertence ao Benfica (por acaso já é sócio ?) vir atirar números para a campanha, que ninguém, a não ser que trabalhasse na SAD, tinha acesso, e como tal nunca poderiam ser contraditados mesmo que fossem incorrectos, pois os conhecidos eram os do 3.º trimestre de 2011/2012 ? Acha que é uma atitude de pessoa honrada e séria ? Já agora, quer isto dizer que nas primeiras 3 semanas de Outubro, além dos 18 milhões entretanto abatidos, ainda abateram mais 19 a 20 milhões de euros ?

Apesar deste abate significativo, em especial de 10 milhões do Factoring da Investec, relativa à transferência do David Luiz, cuja taxa de juro era superior a 10%, os resultados financeiros mostraram uma descida em relação ao mesmo período da época passada de cerca de 600 mil euros, o que não impediu que o Resultado Líquido crescesse quase 9 milhões de euros em relação ao mesmo período da época passada para 24 milhões de euros.

Estes resultados se por um lado nos deixam optimistas, pois a folga conseguida com as vendas Javi e Witsel criaram as condições para o abate do passivo oneroso, a verdade é que os sinais que vão surgindo quanto à quebra de assistências são muito preocupantes. A campanha na Liga dos Campeões também tem ficado abaixo das expectativas e é necessário que o Benfica consiga um bom resultado em Camp Nou (ou esperar que os russos do Spartak que, já não têm quaisquer objectivos, façam o nosso trabalho) para que os valores anuais, e não apenas os semestrais, relativos aos prémios da UEFA não mostrem quebras muito significativas. Para quem quiser criticar esse juízo, lembrem-se que exceptuando os jogos contra o Manchester United o Benfica somou 10 pontos na época passada, enquanto este ano apenas 7 nos jogos extra-Barcelona.

Adicionalmente, o Benfica tem 2 empréstimos obrigacionistas a vencerem-se entre Dezembro e Abril no valor de 90 milhões de euros que provavelmente deverão ser renovados, pelo menos em parte substancial, a taxas superiores às actuais. O Benfica beneficia de taxas na ordem dos 6%, enquanto o Porto irá emitir um empréstimo obrigacionista a 8,25%, o que é um indicador do aumento que nos espera.

A grande questão que assolará as cabeças dos nossos leitores é se será necessário vender jogadores em Janeiro. Pessoalmente penso que não, porém, a aparecer uma boa proposta para um jogador não-nuclear para o Jorge Jesus, não duvido que o Benfica aceite senão conseguir manter-se na Liga dos Campeões. Em minha opinião, e não tenho qualquer informação nesse sentido, aqueles que são os candidatos à saída serão: Kardec, Gaitán, Nolito, Aimar e Carlos Martins. Obviamente que os valores a obter pelos passes não são parecidos, nem os motivos para a saída os mesmos, mas dos 4 últimos acho que pelo menos um deles acompanhará o Kardec. 
  

14 comentários:

Ricardo disse...

A diminuição nos custos operacionais é um bom indício. Espera-se que o próximo trimestre mantenha esta tendência, mesmo com alguns aumentos e renovações. Só baixando, mesmo que paulatinamente, nos custos podemos equilibrar as contas. Isto, claro, em sintonia com o aumento de proveitos, os quais caíram a pique pelas razões que já exploraste.

De todas, a que me custa mais - porque é preocupante nos dois sentidos, financeira e clubísticamente -, é a quebra cada vez mais evidente nas assistências. O que podia ser uma força extraordinária em termos de apoio, mobilização e fonte de receitas é um estado de latÊncia, em que no último jogo desaguou em 20 e poucos mil adeptos. Isto é culpa dos adeptos e da Direcção, que não soube nem sabe construir plataformas que chamem mais gente ao estádio. E não me venham com a crise, que, apesar de ser uma razão, não justifica este estado de coisas.

O problema de termos a dirigir-nos gente que não percebe nem é apaixonada por futebol é este: vêem números, não percebem que se puderem meter 50.000 com bilhetes a 10 euros é melhor do que meterem 10.000 com bilhetes a 50 euros. Vêem números e vêem mal. A questão do Red Pass é claramente a estratégia de um homem, DSO, que não entende o mínimo de cultura clubística. E com isso paga também a cultura financeira, que devia ser a sua.

Sobre as mentiras de DSO sobre o passivo bancário, já nada me espanta. Desde que chegou ao Benfica que mente consecutivamente sobre números, realidades e estratégias. É o típico gestor que acha que ninguém vai ligar nenhuma às contas e sente que pode dizer as mentiras que quiser, para dourar o mau trabalho que tem feito.

De positivo talvez o indício que parece aparecer de que no Benfica as pessoas perceberam que devem ser rigorosos e contidos. Se calhar estou a ser demasiadamente optimista, mas parece-me que começa a haver uma política diferente, mais inteligente e apertada. O problema é se confundem contenção com maus resultados desportivos e desculpabilização para os mesmos. Um clube como o Benfica, na situação em que se encontra, deve procurar ter ao seu dispor uma organização de detecção de talentos e prospecção internacional e nacional que lhe permita comprar bem e barato. Mas para isso é preciso estratégia e organização. Não é difícil gastar menos e melhor.

Sobre as vendas, sinceramente acho que vão vender já em Janeiro. Se não por uma necessidade de momento, para anteciparem maus resultados de futuro, decorrentes do provável afastamento da Champions (esperemos que não).

Gaitán é o elemento perfeito para sair: rende uns milhões, não desestabiliza os objectivos para a época e garante que outros nucleares não saem. Kardec, se derem alguma coisa por ele, também.

Rui disse...

Obrigado pela análise ponderada e detalhada, BCool. Excelente serviço prestados aos Benfiquistas.

Anónimo disse...

Atenção que a descida dos custos com o pessoal explica-se somente com o prémio de qualificação de 1,5 milhões que não foi pago ao plantel este ano, uma vez que o Benfica se apurou directamente ao contrario da época transacta. O volume de salários mantém-se sendo assim.

Bicadas disse...

Olá B Cool,

Não posso estar de acordo com a contundência que empregas para apreciar a decisão de DSO relativamente aos cativos. Vamos por partes: posso entender o raciocínio do Ricardo no que respeita à não criação de condições mais apelativas para uma maior afluência aos jogos - isto é uma questão, digamos, de política e que até sou capaz de estar de acordo com a necessidade de chamar mais gente. Outra coisa bem diferente é a tradução da decisão em receita. Muito honestamente eu não sou capaz de estimar qual teria sido a melhor decisão relativamente ao tratamento do aumento do IVA: para as assistências seria bom o Benfica ter incorporado, pelo menos, uma parte do aumento, para a receita é uma questão muito mais complexa. Dizer que se os preços fossem mais baixos viria muito mais gente e que assim a receita seria superior, peço desculpa mas é pouco mais do que atirar para o ar - o que posso admitir é que, com preços mais baixos, viria mais gente, como ficava a receita, aí já não é imediato, daí que não aprecie a contundência, estando, no entanto, disposto a admitir que se errou, assim isso me seja demonstrado - evidente até este momento é que a receita caiu 100.000 €, quanto cairia (sim, estou convencido que cairia sempre) com outra decisão...

Quanto às disparidades manifestas entre o discurso de DSO relativamente ao passivo bancário e o seu valor de registo, poderá ser uma aldrabice, mas também poderá ser uma questão de perspectiva financeira - não sei. Vocês não gostam do homem acham que ele aldrabou, eu gosto, acho que... talvez.

No que concordo em absoluto contigo é no que respeita à transparência das contas. É uma embrulhada. Nalguns casos é necessária muita ginástica para chegar a valores minimamente aproximados, noutros casos, nem com ginástica. Nestes casos o que me parece mais grave é o do Ola (já depois do caso Nelson Oliveira), em que a referência que encontrei é a da dívida ao Twente, sendo pública uma alegada alienação a um fundo estrangeiro da maioria dos direitos económicos - isto para mim é um golpe inadmissível na credibilidade das contas da SAD. Por outro lado, também cabe referir neste aspecto, a sustentação dos valores de registo das vendas de Javi e Witsel - houve comissões avultadas nas vendas, mesmo não se tendo chegado à dimensão que se andou por aí a apregoar.

Por fim, é difícil de engolir, com o nível de vendas que tivemos este ano, não se programar uma redução mais substancial do valor dos empréstimos obrigacionistas. Aguardo pelo publicitar das condições que serão obtidas.

O meu obrigado pelo trabalho e pela análise publicada.

Cumprimentos

Unknown disse...

@Bicadas,

A grande questão para mim é a falta de visão estratégica do DSO ou de quem decidiu com a sua concordância. A receita iria cair de qualquer forma. Para mim o fundamental era manter a ligação entre quem investe no início de época todas as épocas e o clube. Porque depois de se perderem muitos Red Pass, quem garante que se recuperem ?

Os donos de restaurantes perante a subida do IVA o que fizeram ? Internalizaram-na, pois sabiam que a procura iria cair de qualquer forma, mas pelo menos assim não a faziam cair mais. Quem se habitua a levar comida de casa e vê a poupança obtida depois não volta tão cedo ao restaurante a menos que tenha um substancial aumento de rendimento.

Mas mais grave que isso, a política de borlas que já é uma tradição no Benfica leva a que quem compra Red Passes ou Packs Champions vá pensar 2 vezes nas próximas épocas ao ver o que o Benfica faz a quem investe. Já agora, será que vão compensar os detentores de Red Pass relativamente às baixas de preço actuais ou simplesmente os vão ignorar ?

Como consequência, a equipa líder do campeonato, recebe o Beira-Mar num Sábado à noite e qual é a assistência ? 24.000. É aceitável este número ?

A descida do número de Red Passes leva a que o estádio esteja mais vazio e um estádio vazio afasta as pessoas, vê os exemplos de Itália ou da Alemanha.

A questão estratégia era pelo menos manter a fidelização, senão mesmo procurar formas de reforçá-la, mesmo que isso transitoriamente provocasse quedas eventualmente maiores nas receitas. Quando o país começar a recuperar é muito diferente partir de uma base de 10 ou 15 mil em vez de partir de uma base de 30 ou 35 mil. E isto é uma questão de gestão estratégica.

Quanto ao Ola, se vires no R&C de Junho de 2012, o valor que lá está é 10,15 Milhões de euros. Se foi ou não alienado parte do passe, não sei pois nada foi comunicado nem vem mencionado no R&C.

Com muita ginástica eu cheguei a uns números muito interessantes, mas não os posso confirmar a 100% e portanto não os divulgo, mas seria importante que os sócios percebessem certas coisas e não falo só dos passes vendidos.

Eu não digo que o DSO é aldrabão, nada disso. Digo que ele não deveria ter-se pronunciado, ainda por cima relativamente a números que os outros candidatos não podiam verificar, visto só terem acesso aos números a 31 de Março. O R&C completo de Junho só saíu depois das eleições.

É possível que a 20 de Outubro o passivo bancário estivesse nos 235 milhões de euros, havia um empréstimo a vencer-se em Outubro de 32 Milhões de euros e portanto é possível que isso tenha acontecido, pois deverá ter sido contratado outro qualquer instrumento que ronde os 10 a 15 milhões de euros para se chegar aos 235.

Quanto às comissões pagas não as podemos saber, pois a conta de outros credores não é discriminada e apenas temos a informação que entre as comissões pagas e a imparidade do Capdevilla somam-se 7,6 milhões de euros. Salvo erro o Capdevilla tinha ainda 1 ano de contrato, tendo em conta que terá custado 2,5 milhões (valor que julgo ter custado, mas que pode ter sido só 1,25 milhões), e metade já estaria abatida, que cobraram 500 mil euros ao Espanhol, teriam tido uma perda de 750.000 euros (ou 125.000), o que daria 6,850 milhões de euros de comissões (ou 7,475).

Não tenho a certeza destes valores e não conseguiremos confirmá-los.
E sim, são estas dúvidas (incluindo essa alegada alienação do Ola), esta falta de transparência, que me leva a pensar que a gestão está mais interessada na compra e venda de jogadores do que na obtenção de títulos.

Unknown disse...

@Ricardo,

É isso, na minha óptica o importante era fidelizar os espectadores em especial os detentores de Red Pass, pois esses assegurariam sempre um grande lastro que atrairia aqueles que não o têm. As políticas desenhadas para atrair famílias e sócios e adeptos que moram longe deveriam ter sido efectuadas no início da época. Mas o que se fez ? Afastaram-se os detentores de Red Pass com um absurdo aumento de 15 pontos percentuais.

Não pode ser depois da floresta queimada que vamos fazer prevenção ou colocar gente a vigiar o aparecimento de incêndios. É preciso prever, é para isso que se paga aos grandes gestores, e sim, o DSO é pago no Benfica como um grande gestor.

Como disse ao Bicadas, não digo que ele tenha mentido, apenas acho que não deveria ter libertado números que não podiam ser verificados ou contraditados, a menos que se reunisse com todos os candidatos e os deixasse verificar as contas.

Quanto à venda de jogadores, acho que dependerá do apuramento ou não para a próxima fase da Liga dos Campeões, da obrigatoriedade imposta pela banca para a redução do passivo bancário, ou alternativamente para o aumento sensível dos custos de financiamento, 2 pontos percentuais anualmente em 90 milhões implica 1,8 milhões de euros anuais de custos financeiros adicionais.

Shadows disse...

Bcool, grande trabalho.

A questão da política de bilheteira sempre foi algo que não percebi desde que a 'nova Luz' foi inaugurada.
Tivemos aí uma oportunidade de galvanização dos adeptos e sócios para ter um estádio sempre cheio.

O caminho escolhido pela direcção nunca foi esse.
Semear a preços convidativos para depois corrigir quando a procura fosse superior à oferta. E todos sabemos que o Benfica tem potencial para isso!

Concordo com os pontos de vista que expuseste.
Abraço.

BENFICAHEXACAMPEÃO disse...

Gaitan, Nolito e Kardec de certeza... e no entanto depois ficamos com um John a 20% tão a ver?
Arbaço.

Unknown disse...

B Cool, muito bom. Eu que normalmente nem gosto muito de ler sobre estes assuntos, desta vez consegui ler até ao fim, pois achei o post muito bem organizado e simples de perceber.

No entanto acho que as quebras de receita iriam ocorrer com ou sem IVA, com ou sem borlas. Mas concordo contigo numa coisa, é preciso delinear uma estratégia no inicio da época relativamente às bilheteiras, e segui-la religiosamente, diminuindo as borlas por exemplo.

Mais uma vez, obrigado.

M. Silva disse...

Grande artigo.
Falta de visão estratégica gritante da nossa direcção. Típico de quem só vê o curto-prazo (ou de quem tem outros interesses):

hortar disse...

A critica efectuada ao valor real dos empréstimos obtidos e a consequente dedução que DSO mentiu na campanha eleitoral em relação ao tema é injusta.
Passo a explicar.
O total de empréstimos obtidos é de 251.1M€ e não de 254,8M€ como o texto refere (75,517 a médio/longo prazo + 175.639 a curto prazo), há no entanto uma parcela a ser descontada referente a 15,7M€ relativos a desconto de crédito que embora surja na rubrica de empréstimos (em termos de passivo) tem a contrapartida no lado do activo na rubrica de clientes. Quer isto dizer que : "que serão anulados, quer no activo, quer no passivo, no momento em que o Real Madrid proceder ao pagamento das verbas directamente às entidades financeiras." RC página 11.
Ora 251,1M€ - 15,7M€ = 235.4M€ precisamente o valor que DSO referiu na altura da campanha eleitoral como sendo o total dos empréstimos obtidos pelo universo Benfica.

Unknown disse...

@hortar
Em momento algum foi dito que DSO mentiu. além disso, independentemente de os passivos serem relativos a descontos, não perdem a sua categoria de passivos, pois como bem saberá, os devedores podem não cumprir, pelo que ninguém deixa de contar os passivos, sejam as entidades bancárias, seja que faz a contabilização, pelo que referir esse valor mais não é que um artifício e aí sim, se pode considerar uma mentira.

Unknown disse...

(cont.) no dia em que os valores forem liquidados, então deixam de ser passivos bancários.

hortar disse...

Tens toda a razão B Cool, não deixam de ser passivos bancários, no entanto ao terem a sua contrapartida directa em conta de clientes passam a estar "indexados" a esse mesmo cliente. É certo que em termos teóricos há sempre o perigo de os devedores não pagarem, digo teórico porque se fosse real teriam sido constituídas provisões para o efeito, mas penso que a entidade em causa possui credibilidade para assegurar o não incumprimento.
As contas como referi batem certo. O meu objectivo foi acima de tudo clarificar uma dúvida que o seu texto levantou.