sábado, 18 de junho de 2016

Abordando o Portugal - Áustria

Hoje há um jogo entre Portugal e Áustria que pode ser decisivo para ambas as equipas.

Com a Islândia aquilo não correu nada bem.

Não acho é que seja preciso uma grande revolução na equipa. Aliás, até considero que podia entrar o mesmo 11 e não era por aí que teríamos problemas.

As nossas dificuldades não se prendem com a escolha dos jogadores nem da táctica. O problema está nas movimentações e mentalidade. Falo em mentalidade porque parece-me que temos uma equipa a jogar com receio, apostando sempre no seguro. É essencial arriscar. É essencial jogar fácil sem ter medo de o fazer em zonas de maior dificuldade. É no confronto com o adversário que podemos mostrar a nossa capacidade. Não podemos andar a fugir.

Se o Fernando Santos mantiver a mesma equipa eu não tenho nada a apontar. Isso não quer dizer que eu não gostaria de ver algumas alterações por uma questão de gosto e estilo.

Primeira troca que faria era a do Pepe pelo Fonte. Esta é uma mudança que defendo já desde antes do início do Euro. O Pepe não tem sabido representar com dignidade a camisola da Selecção. O seu comportamento com a Alemanha, o seu comportamento em jogos do Real (incluindo a final da Champions) e o seu comportamento no último jogo são demonstrativos disso. Além disso, com a Islândia comprovou não estar num bom momento de forma. O Fonte é bom jogador, é um jogador correcto e está em boa forma. Pode não ser um central tão bom quanto o Pepe mas parece-me ser neste momento melhor para a Selecção do que o madrileno.

O Vieirinha era a minha escolha para a lateral direita mas confesso que não gostei nada da sua primeira parte com a Islândia. Vários cruzamentos falhados e fraco no processo defensivo. Pode ter sido só um mau jogo mas o Cédric pode ter a sua oportunidade.

A minha aposta para 6 é o Danilo. Está melhor que o William e acho-o um muito bom jogador. Aqui a minha dúvida prende-se com o estilo dos adversários. Nesta fase de grupos Portugal enfrenta equipas que nos vão dar a bola e jogar mais recuadas. Nesse contexto talvez o William fosse a melhor opção pois tem uma maior capacidade de conduzir a bola e de passe curto, principalmente de passe pelo centro.
Mesmo achando que o William nesta fase de grupos pudesse ser a melhor opção manteria a minha aposta no Danilo. O jogador precisa ganhar rotinas no sentido de estar o melhor preparado possível para as próximas etapas.

O trio de médios que se segue é onde há mais dúvidas. Temos sempre de ter em conta que estamos numa fase de grupos acessível a qual temos vencer preparando maiores voos.

Continuo a achar que o Moutinho é ainda o nosso melhor médio. Gosto muito do jogador mas reconheço que está ainda num processo de recuperação.
O mais fácil seria tirá-lo, coisa que não acho acertada. Os nossos adversários permitem-nos usar um Moutinho menos bom e fazê-lo crescer na competição. É importante termos o melhor Moutinho a partir dos Oitavos.

Tendo como dupla ofensiva o Ronaldo e o Quaresma (por substituição do Nani), a minha maior dúvida está na restante dupla de médios.
Manter o João Mário com o André Gomes? Incluir o Adrien? O Renato?

Se for para manter uma dupla de dois médios eu não mexia. Contudo considero que nesta fase Portugal deve ser mais ousado.
O nosso Rui Costa tem dito que o Nani poderia jogar mais recuado, como um dos 4 médios. Eu apoio-me neste conceito mas apostando no Rafa para o lugar do André Gomes.
Gosto muito do André e a minha posição prende-se com o facto de jogarmos contra equipas mais fechadas o que exige de nós uma maior criatividade pelo centro. Criatividade, velocidade, capacidade de condução de bola e maior aptidão para o risco.

O Nani anda lento, sem confiança e sem uma ponta de criatividade. O Rafa era o jogador ideal para trazer rasgos criativos ao nosso meio campo e para criar aproximações perigosas à área adversária, onde facilmente poderia combinar com os restantes jogadores.

Escolho o Quaresma e não o Nani pelos motivos já ditos. O Quaresma traz uma imprevisibilidade com bola que o Nani parece já não ter.
A exploração das zonas de finalização ficam mais à responsabilidade do Cristiano.

Usando 4 médios puros é imprescindível que os dois da frente venham buscar e conduzir jogo (nesta altura menos o Cristiano do que o seu parceiro de ataque). Com o Rafa mais recuado essa necessidade já não é tão expressiva.

Dito isto, gostaria pelo menos de ver o seguinte 11:

Rui Patrício, Vieirinha, Pepe, Ricardo Carvalho, Raphael Guerreiro, Danilo, Moutinho, João Mário, Rafa, Quaresma e Cristiano R.

PS: Os livres não servem para alimentar egos nem para dar show. Que os marque quem tiver maior qualidade para colocar a redonda lá no canto onde a coruja dorme.

6 comentários:

Anónimo disse...

o meu problema com o moutinho não é o que ele "é". é que na selecção é raro fazer um jogo bom. desde 2012 onde fez um bom euro, só me lembro de um bom jogo dele na selecção.

áustria? joga o jonas e mais dez.

Islander disse...

Danilo não recuperou uma única bola no último jogo, se isso é um trinco em forma....
No fundo o que sugere é uma estratégia em que a prioridade é rodar e preparar jogadores para a fase seguinte, os meus parabéns pelo optimismo, pensa da mesma maneira que o selecionado: recuperar jogadores em vez de ganhar jogos. Eu acho que a prioridade deveria ser ganhar pelo menos um jogo antes de pensar noutros voos.....

Anónimo disse...

Anónimo das 14:50,

Não posso concordar consigo. Até esta última lesão no Mónaco o Moutinho tem sido o melhor ou dos melhores com a camisola da Selecção nestes últimos 4 anos. Também o foi no apuramento para este Europeu.

Anónimo disse...

Islander,

Os ataques da Islândia foram poucos e nenhum por falha de marcação do Danilo. Não fez um bom jogo mas não por défice defensivo mas sim ofensivo.

"...temos vencer preparando maiores voos."

Como pode confirmar em momento algum em digo que a prioridade é rodar jogadores.

Nem sei como se pode considerar que eu privilegie a rotação de jogadores quando afirmo que exactamente o contrário. Quero agora aqueles que vão ser titulares mais à frente. Isto não é rodar.
Além disto toda esta conversa sobre "rodar" jogadores prende-se pelo facto de eu querer que um jogador em menor forma jogue para poder dar um melhor contributo mais à frente. Um jogador.

Fiquei a perceber que quer ganhar pelo menos um jogo mas não consegui perceber qual o 11 em que aposta nem a sua opinião sobre a Selecção.

Islander disse...

Eu comentei a opinião, não dei a minha sobre o que está mal. No fundo, o que me pareceu o comentário foi na linha do selecionador: apostar nas vacas sagradas em vez de apostar em quem realmente está melhor e será mais útil para cada jogo.
Na minha opinião o sistema que está a ser utilizado é péssimo para as características dos nossos jogadores. Apostar um 442 quando não temos emoa um único avançado de raiz e 2 alas que não são alas. não sei como isto pode funcionar, a sério. O ponto forte de Portugal sempre foram os alas extremamente talentosos que tivemos e temos pelo que ver André Gomes e João Mário ali é deprimente. Depois temos um Moutinho que só funciona bem em 433 e que sempre foi incapaz de se assumir como um verdadeiro organizador ou carregador de jogo que está em péssima forma. O que eu acho que funcionava seria um 433 com 3 "talentos" na frente e os actuais médios ou um 442 mas com verdadeiros alas como quaresma ou nani. Danilo está péssimo assim como Moutinho, teriam de sair e Renato tinha de entrar para dar velocidade e assumir o transporte de bola que neste momento é lento e previsível.
Mas o selecionador não o vai fazer de certeza, vai manter os seus queridos e não vai ter tomates para arriscar minimamente, prefere ter um meio campo "seguro" e só se for necessário meter quem realmente pega no jogo. Convém lembrar qcada vez que a Islândia subiu causou muitos calafrios.... a nossa organização defensiva está péssima....

Anónimo disse...

Islander,

Na verdade andas a comentar que não é a minha opinião de certeza. Apostar nas vacas sagradas. Não faço ideia do que é isso e no contexto do meu texto é só uma enorme falsidade. Mas se quer continuar a insistir nessa ideia esteja à vontade.

O 4-4-2 que está a ser utilizado é mesmo pelo contexto de não termos um avançado de raíz. É um 4-4-2 losango onde não existem os alas que refere.
Neste tipo de 4-4-2 pede-se que sejam os laterais a abrir mais o jogo e dá-se maior liberdade ofensiva aos 2 extremos. É um meio-campo em losango que tem não só de fortalecer o jogo interior como tem de aparecer nas zonas de finalização e como tem de fazer as coberturas à subida dos laterais.
Eu mantinha a táctica. Parece-me tarde demais para mudar e para grandes revoluções. Além disso eu até acho que este é o melhor sistema para utilizarmos.

O Danilo fez uma grande época no Porto, esteve muito bem com a Inglaterra e não foi por ele que se defendeu pior contra a Islândia. Mas isto é só a minha opinião.

Não percebo isso dos "queridos do seleccionador". Hoje em dia tenho ideia que basta um selecionador nacional não convocar os 23 que um adepto quer, não usar os 11 que um adepto quer e não fazer as 3 substituições que um adepto quer, e já se começa a falar em queridos e protegidos e vacas sagradas e até no Jorge Mendes. Sinceramente acho tudo isto uma tremenda injustiça para com o Fernando Santos.

O problema de se colocar o Nani e o Quaresma como extremos puros é o de se jogar com menos 1. O Cristiano como ponta de lança desaparece.
A aposta em 3 talentos eu concordo, principalmente nesta fase de grupos. Por isso incorporo o Rafa no meu 11.