terça-feira, 12 de julho de 2016

O meu 11 deste Europeu

Treinador: Joachim Low - Não, não foi campeão Europeu, mas é o treinador da equipa que apresentou as melhores e mais trabalhadas ideias colectivas.  

Guarda-redes: Rui Patrício – Até ao jogo da final, confesso, a minha escolha ia para o melhor de todos – Manuel Neuer, mas depois daquela exibição é absolutamente impossível não reconhecer a importância do guarda-redes leonino na conquista deste Euro2016.

Lateral Direito: Florenzi – Ainda que enquadrado numa organização defensiva que contemplava 3 centrais e, por isso, a gozar de maior liberdade que um lateral “convencional”, não houve outro que se apresentasse em melhor plano. Forte no momento ofensivo e de transição, tem na sua cultura táctica um forte aliado na hora de defender sem comprometer.

Centrais: Hummels e Bonucci – Esta dupla junta aqueles que são, para mim, os melhores centrais do mundo na actualidade. 
O Alemão junta a uma capacidade defensiva fantástica, potenciada pela brilhante leitura de jogo que tem, uma capacidade para construir assustadora para um central. Fá-lo com  a qualidade dos grandes, com a inteligência dos melhores e com a mestria dos insuperáveis. Quanto a mim, a queda da selecção Alemã perante uma ultra defensiva França passou muito pela sua ausência e pela forma como constrói. 
Quanto ao central Italiano, falamos do melhor que a escola transalpina fez na última década. Fantástico nos momentos defensivos e, ainda que longe de Hummels (como quase todos os outros), demonstra muito boa capacidade para ajudar na primeira fase de construção da sua equipa, seja em passe curto ou longo, demonstrando uma certeza no passe incrível.

Lateral Esquerdo: Raphael Guerreiro – A concorrência interna era, sejamos justos, fraca, pelo que a titularidade não foi surpresa. Não obstante, a qualidade com que assumiu o lugar foi deveras impressionante. Visto como um lateral de grande capacidade ofensiva, foi nos momentos defensivos que mais me impressionou. Raramente “vai à queima”, sabendo fazer a contenção à espera de ajuda, sendo ainda muito capaz na cobertura do espaço central. O Dortmund tem em Guerreiro um belo reforço.

Médio-defensivo: Nagy – Confesso que ainda não percebi muito bem se é esta a sua melhor posição, mas como mais à frente a qualidade abunda, achei que coloca-lo aqui seria premiar uma das melhores revelações deste Euro. Excelente capacidade para sair a jogar, seja em apoio ou em rotura, seja de frente para o jogo, seja a receber de costas. Nunca se dá à marcação e não espera pelo jogo. (Como é lógico, e como seria de esperar perante a minha escolha, adoraria que se concretizaase o que se tem escrito sobre o interesse do Benfica no seu concurso).

Médios-centro: Kroos e Iniesta – O primeiro encaixa naquele velhíssimo cliché do “falso lento”.      De facto não prima pela velocidade de deslocamento, mas a velocidade das suas sinapses é assombrosa. Nem sempre arrisca como se poderia pedir, mas entre o risco de um passe falhado e  entregar seguro, são muito mais as vezes que compensa a sua calma. 
Por seu lado, Iniesta é... futebol. O “pequeno” Espanhol sabe tudo sobre o jogo. Sabe mais que os outros, sabe primeiro que todos. É, sem duvida nenhuma, dos jogadores mais apaixonantes que tive a oportunidade de ver jogar. A carreira da sua selecção não foi brilhante, mas Iniesta não sabe ser outra coisa.  

Extremo-esquerdo: Payet – Apareceu neste Europeu num nível que ainda não se lhe tinha visto, apesar de o seu talento ser indicador de que o poderia ter feito mais cedo na sua carreira. Técnica e decisão são os nomes do meio de Payet. Apesar de partir de um flanco, é em zonas interiores, bem no meio da organização defensiva adversária, que se sente bem e onde é simplesmente mortífero. Que este desempenho o transporte, finalmente, para o patamar que o seu talento merece.

Extremo-direito: Griezman – Tal como Payet, sofre com uma equipa que não prima pela criatividade colectiva no momento ofensivo, mas a sua qualidade técnica e velocidade de execução são de tal forma gigantes que, às vezes, nos esquecemos da vulgaridade colectiva Francesa. Fez uma final assombrosa e só uma exibição perfeita de Patrício lhe retirou a glória que tanto procurou.

Avançado: Ronaldo – O jogo frente à Hungria marcou a sua fase final. Desde esse jogo, inclusive, vimos Ronaldo capaz de confiar nos colegas, capaz de entender que nem só ele sabe finalizar, que nem só ele tem de remar contra tudo e contra todos. Um Ronaldo mais próximo do colectivo, terá sempre o colectivo mais próximo de si. E a suas lágrimas no momento da lesão, foram, garantidamente, as minhas. Sim, chorei com Ronaldo. É estupidamente injusto que se passem anos e anos a trabalhar para chegar ali e em menos de nada (quase) tudo acaba. É o meu avançado deste Euro, não tanto pelo que jogou, mas por tudo o que soube representar para os seus companheiros e para o seu país, porque “se perdermos, que se F**A!”.

Para o banco de suplentes levava apenas dois jogadores:
1 – Éder: É grande e era capaz de ajudar nos treinos de livres do Ronaldo – para formar barreira, como é lógico. E como o 11 até é engraçadito, era capaz de precisar dele na final.
2 – Will Grigg: O Suplente de todos os suplentes. Ele, a sua fantástica turma de seguidores e a aquele seu delicioso cântico, seriam a cereja no topo de um bolo fantástico que seria este 11.

Agora é vossa vez, venham de lá as vossas escolhas.

5 comentários:

Anónimo disse...

Treinador do Euro para mim é o Fernando Santos de forma indiscutível. Não se pode comparar a qualidade e as alternativas que os seleccionadores alemão, francês e espanhol têm com as que estão disponíveis em Portugal. São 10 milhões vs 40/60 ou 80 milhões de população.
Ainda por cima ter de lidar com a seca de pontas de lança em Portugal, ir "descobrir" o Fonte, levar o Renato em vez do Pizzi, levar o Eder... Incrível a quantidade de decisões corretas que foram tomadas pelo nosso seleccionador.

jorgen80 disse...

Ramsey, Bale, William Carvalho, Pepe estariam no meu onze.

M. disse...

Esses centrais são muito bons. O Hummels é, para mim, um dos melhores centrais de sempre. Mas não se pode escrever a história deste Euro sem o Pepe. Impressionante a sua importância. Na fase a eliminar foi o melhor em campo em todos os jogos. Todos.
Abraço

José Moreira disse...

Há uma serie de comentários de um "anónimo" que, pelos vistos, apaguei em vez de publicar. Peço imensa desculpa pelo sucedido, até porque gostei de os ler. Se poderes enviar de novo, agradecia. Abraço

Anónimo disse...

GR: Sommer (SUI)
DD: Saevarsson (ISL)
DE: Srna (CRO)
DC: Williams (WAL) / Fonte (POR)
MC: Bjarnasson (ISL) / Ramsey (WAL)
MD: Sissoko (FRA)
ME: Bale (WAL)
AC: Nani (POR)
PL: Sigthórsson (ISL)

TR: Coleman (WAL)

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