Comunicação
Esta é uma área crucial que, em meu entender, tem sido explorada de forma deficiente. A Comunicação não deve ser um corpo estanque que apenas serve para uns comunicados pueris – normalmente apontando a alvos exteriores -, misturando desinformação com novelas mexicanas que nada favorecem à compreensão e conhecimento dos benfiquistas dos problemas/acções do clube.
A Comunicação deve servir, primeiro, para informar os adeptos, com o detalhe possível (algo mais interno deverá ser anunciado e discutido em Assembleias Gerais), de todas as acções e áreas estruturais do Benfica e, segundo, quando os alvos são extrínsecos, apontar, de forma inteligente aos visados. O Benfica não deve, na minha opinião, reagir a tudo o que mexe com Comunicados imberbes. Deve, antes, se decide apontar incongruências de arbitragem, responder a discursos de rivais ou refutar informação duvidosa por parte da Comunicação Social, planear e escolher criteriosamente a forma como o faz.
Um exemplo claro é a quantidade de Comunicados, muitas vezes dizendo quase nada, que o Clube tem lançado nos últimos tempos. Defendo, como resposta, quando o Benfica acha que o assunto merece uma acção, não tanto a opção de Comunicados no site oficial, mas a convocação de conferências de imprensa em que, através de um discurso firme, sólido, inteligente, por vezes irónico quando o assunto merece esse tratamento, defende o seu ponto de vista e põe a nu o que pretende refutar.
No caso das arbitragens, não basta colocar vice-presidentes em figuras ridículas nos programas semanais ou comunicar no site que o clube se sente “lesado”; exige-se muito mais: uma análise detalhada dos erros, comparando-os com situações similares que foram ajuizados de forma completamente diferente – tanto no próprio jogo, em favor do adversário, como em jogos dos rivais -, com recurso a imagens.
Este procedimento terá muito maior visibilidade, chegará a muito mais gente, pressionará os árbitros a uma maior justeza nas apreciações (não se pretende que nos favoreçam; pretende-se apenas que nos não prejudiquem) e ditará as leis que avisarão os demais que o Benfica está atento e pronto a revelar as diferenças de tratamento entre clubes.
Não sou um apologista do discurso vitimizador; durante anos defendi que não devíamos abordar tanto este tema mas após a época vergonhosa a que todos assistimos, este assunto não pode ser tratado com leviandade, antes com acções assertivas que defendam o clube das jogadas podres de bastidores deste nosso futebolzinho podre e corrupto. Se possível, com elevação e ironia pontualmente, para que a mensagem passe sem que tenhamos de cair num discurso chato, de coitadinhos, que nos não interessa nem é essa a nossa génese.
Aos adeptos, a informação tem de ser clara. Basta de comunicados que, em vez de informar, confundem ainda mais. São vários os exemplos de vendas de jogadores cujas cláusulas não entendemos. Não que sejamos burros, mas porque a informação geralmente vem em códigos. Isto não é informar, é desinformar, raiando muitas vezes o desrespeito, porque assente num discurso que é claramente voltado para o não entendimento claro das particularidades dos negócios.
Os adeptos e particularmente os sócios merecem saber em que moldes são feitas as vendas e compras, com que valores, que cláusulas têm, com que percentagem exacta fica o clube. Afastá-los dessas informações será sempre afastar o clube daquela que é a sua origem: de todos, um. E não mais do que isso: de todos, um.
No aspecto comunicacional ainda há muito a melhorar. Na Benfica TV, que tem melhorado mas que persiste ainda como braço armado da Direcção, o que é, do ponto de vista informativo e da opinião, um atentado claro à verdadeira democraticidade e pluralidade de vozes. Não defendo um canal de televisão em que constantemente se criticam as acções da estrutura (isso seria contraproducente), mas uma grelha de programação que equilibrasse bem a informação propriamente dita com espaços em que benfiquistas de todos os quadrantes pudessem dar as suas opiniões, preferencialmente gente anónima, que não tem nada a dever aos órgãos de soberania e que muitas vezes é esquecida ou calada.
Noutro espectro informativo, o Site oficial terá de ser reformulado e evoluído. O que existe é pobre, pouco funcional, nada interactivo e parco para um clube desta dimensão. Entendo que as vitórias devem ser empolgadas em detrimento das derrotas mas não consigo compreender que, muitas vezes, resultados menos bons sejam relegados para o total esquecimento ou que as crónicas sobre os jogos sejam de um alheamento da realidade e clubite aguda que mais valerá ler os jornais desportivos do que passar os olhos por textos absurdos de tão facciosos. Isto serve também para os comentários aos jogos na Benfica TV, em que, se se exige benfiquismo, não se pede um completo alheamento ao jogo e uma forma tão enviesada de ver lances e decisões arbitrais.
Há muito a melhorar mas também há que manter o que tem qualidade: programas como “Vitórias e Património”, as excelentes pesquisas de Alberto Miguéns (que acho que já não está na Benfica TV), os “Em Linha”, os jogos de todas as camadas jovens e modalidades e outros são inegáveis mais-valias para a divulgação e expansão do Benfica. Que outros se juntem à grelha de programação para que a Benfica TV seja, de facto, um canal de grande qualidade e benfiquismo.
Como projecto futuro, penso que a ideia de uma rádio do Benfica faria todo o sentido. Obviamente alicerçado num orçamento possível e numa plataforma que o tornasse viável. Seria mais uma estaca de Benfica para todo o Mundo.
À Comunicação tem de exigir-se também um ponto fundamental: a relação íntima com todas as outras áreas, a informação específica e detalhada de tudo o que se vai fazendo em todas as outras sub-estruturas. Como escrevi no post anterior, especialmente na área da “Gestão Financeira”, que é crucial para que os benfiquistas entendam de que forma estão a ser geridos os bens do clube.
Para Vice-Presidente, tenho vários nomes, tal como para Director de Comunicação, Director da Benfica TV, Responsável pelo Site e equipa em geral. Dou, portanto, alguns, sem que se esqueça que a premissa passa por perfis antes de nomes:
Ricardo Araújo Pereira, Ricardo Palacín, João Gobern, Carlos Daniel, José Eduardo Moniz, Pedro Ribeiro, Pedro Ferreira