terça-feira, 7 de junho de 2011

Os jornaleiros portugueses - 1 - Alexandre Pais

«Paulo Bento: do 4º lugar ao primeiro. Ah, pois é!


A Seleção fez ontem mais uma descolorida exibição que não entusiasmou ninguém? Lamento dizer que é verdade.

Mas seria difícil esperar melhor numa partida de final de época, com a generalidade dos nossos internacionais com mais de 50 jogos nas pernas – Cristiano Ronaldo chegou aos 59... – e a reclamar férias com urgência.

Além do CR7, João Pereira, Bruno Alves, Meireles e principalmente Nani estão já longe da sua forma habitual, tendo o razoável desempenho da Seleção ficado a dever-se mais à boa condição ainda revelada por Eduardo, Coentrão, Postiga e, em especial, Pepe e Moutinho, o dueto que se aproximou da perfeição.

Depois, claro, restam os números e o mérito que cabe a Paulo Bento, o técnico que pôs fim aos fantasmas e às manias da perseguição, que arrumou a casa e recuperou a confiança dos jogadores. O resultado é “só” o 1.º lugar no grupo, em vez do 4.º que o selecionador encontrou à chegada.

Sim, é bom recordar que, antes, empatámos (4-4) em Braga, frente à “fortíssima” equipa de Chipre. Esse é o termo de comparação porque o resto é só conversa. Ah, pois é!...» (Alex Pais, 6 de Junho, "Quinta do Careca"; "Record")


Este Alexandre Pais é das coisinhas mais nojentas que há nos jornais desportivos em Portugal. Ele não é jornalista, ele é outra coisa qualquer. Liga-se a uma ideia e depois tem de seguir com ela até ao fim, culpando uns e absolvendo outros.

Este texto, além de ser de uma pobreza franciscana, é o maior exemplo de um homem a quem não interessa a realidade; antes, os objectivos de vingança, que terá com uns, e os de bajulação, que tem com outros. É absurdo.

Se o jogo de ontem tivesse sido na era Queirós, o texto seria escrito em forma de monumental sova; como não foi, há desculpa para tudo - o final de época, a forma dos atletas, a necessidade (coitadinhos!) de férias. Não há pachorra para gente desta estirpe.

E o problema é que "Alex Pais" (certamente o nome artístico que gosta de usar quando, aos fins-de-semana, leva o órgão e um microfone para as festinhas de interior, tendo no seu alinhamento os enormes vultos da música portuguesa, desde um Graciano Saga, passando por Nelo Silva & Cristiana e só acabando num excelentíssimo Nel Monteiro, que os presentes geralmente pedem, emocionados e no final da festança, que se repita o bailarico, num bis tremendo, num tris, quadris!, a que obviamente Alex Pais não resiste e abrilhanta com um toque de sanfona), o problema, dizia, é que Alex Pais é só um entre muitos da mesma casta.

É, afinal, este o homem que, após a excelente notícia sobre a vitória de Bruno de Carvalho nas eleições, foi para o twitter auto-elogiar o jornal que dirige por ter sido uma das páginas mais brilhantes que o jornalismo alguma vez presenciou. Horas depois, confrontado com a realidade - a que os jornalistas do "Record" preferem chamar de "pormenor insignificante" -, atirou a matar a tudo o que mexia: eram os adeptos do Sporting os culpados por aquela falsa notícia (para ele, não era bem falsa; era... incompleta), eram os dirigentes, malandros, que andavam a cochichar coisas estranhas aos ouvidos uns dos outros, eram os outros órgãos de comunicação social. Toda a gente teve culpa, menos, claro, o "Record".

Afinal, era uma empreitada complexa: entre dois candidatos, enganaram-se em quem ganhou. "Pormenores", diz Alex Pais entre duas minis, quando confrontado em Amiais de Baixo com a notícia que afinal não o era.

3 comentários:

hazinheira disse...

Amiais de Baixo??? :)

Ricardo disse...

Amiais de Baixo! És de lá?

Anónimo disse...

Embora Guimarães seja nos "subúrbios" de Braga, o 4-4 foi mesmo no "Afonsinho do Condado". O seu a se dono.