Não há povo como o argentino, no que é a sua relação com o futebol. Há um amor genuíno, uma ligação de sangue entre povo e bola que não é repetível noutro qualquer lado do planeta.
Lembro-me de há um ano ter visto um dos maravilhosos filmes de Juan Jose Campanella, "El secreto de sus ojos", em que o realizador argentino nos dá em plano-sequência a cena mais brilhante que alguma vez o cinema fez sobre futebol. São minutos seguidos de Ricardo Darín (o protagonista) e um amigo no meio dos hinchas do Racing Avellaneda. Fica um cheirinho:
E ontem, na despedida de Martín Palermo, mais um episódio único entre adeptos e jogadores com este desporto que nos apaixona. Palermo pediu, Palermo recebeu: a baliza onde se fartou de marcar golos!
Esqueçam. Não há ninguém que ame tanto esta bola, que a trate como ela merece, que a respeite, que a comente, que a abrilhante como os argentinos o fazem. As bolas têm todas no coração o símbolo da Argentina.
2 comentários:
Muito bem, Ricardo, um pontapé na depressão, é disso que precisamos, mentes afiadas, as facas à mão, prontas a serem utilizadas contra os inimigos, mesmo que a defenestração não seja de desprezar, veja-se o fim, nada heróico, do “castelhano” Miguel Vasconcelos, escondido dentro de um armário. Ignoro se o móvel, mais o seu ocupante acidental, foi janela fora. Sei as consequências de uma dinastia de Bragança, cheia de tarados, bastardos e doidos mais ou varridos. A começar pela insâne loucura da duquesa, futura rainha, que terá feiro esta proclamação extraordinária: “Vale mais ser rainha por uma hora que duquesa toda a vida!”. E com isto obrigou o seu amaricado marido a parecer, pelo menos, um homem. A ironia da vida: o sexo trocado, o acidente cósmico. Apenas uma nota de cautela: é sabido que a “ jabulani” foi concebida para ser infiel aos que a amam a bola, sejam argentinos, brasileiros, nós ou…ou…A justificação terá sido, a necessidade do golo, há aqui qualquer coisa de falso, mais falso que a batota fora do campo. Se o jogo perde sentido ético, estamos a falar de um futebol que nada tem a ver com os princípios fundadores do jogo.
PS. Os Mavs, de Dallas, venceram a NBA. Não gosto dos texanos, excepto pelo invulgar talento para contar estórias e anedotas. Que o “infant terrible” da NBA, Mark Cuban tenha, finalmente, dado a provar o veneno da irreverência aos dinossauros da NBA, é uma boa notícia para o desporto. Que tenha sido um alemão, um europeu, a comandar a “proletária” formação de Dallas, foi um gratificante bónus.
Não tenho uma opinião tão marcadamente crítica quanto tu em relação à Jabulani mas compreendo o teu desabafo. Há, de facto, qualquer coisa de falso. É a evolução, dizem eles...
Quanto à final da NBA, este ano não vi muito, só dois jogos. Um deles uma recuperação notável dos Mavericks no último período. Obra da equipa, claro, mas especialmente de um alemão que fez uma época tremenda. O Nowitski excedeu-se e continuou o legado euorpeu em terras americanas. A NBA mudou muito nos últimos anos. Felizmente.
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