quarta-feira, 21 de novembro de 2012

As 2 torres com vista para Camp Nou


Senhores do jogo, senhores desta tão merecida vitória, no regresso do Capitão ao palco da Champions, é a apresentação que faço do Benfica esta noite perante 47.000 pessoas na Luz.
Pleno das estatísticas vs resultado do jogo de hoje que, mínimo, já nos assegurou a presença na Liga Europa.
Mas nós queremos mais e o que assistimos faz-nos acreditar que, mesmo em Camp Nou, a qualificação para os oitavos da Champions é possível. A mim, pessoalmente, também me faz pensar nos pontos que deixamos de ganhar neste percurso por não termos tido uma atitude como a que vi hoje. 

O jogo começou bem, aos 7 minutos, o Benfica colocava-se na frente do marcador, pelo remate de Ola John, e deixava os adeptos com menos dificuldades respiratórias que já carregavam antes do apito inicial. 
Debaixo d´água o domínio vestia de vermelho em todas as frentes até que, à meia hora de jogo, na única oportunidade de golo criada pelos escoceses durante toda a 1ª parte, o gelo abateu-se sobre o planeta. Numa falha de toda a defesa, o Celtic empata o jogo por cabeceamento  de Samaras, completamente sozinho na pequena área. Entre uma má saída de Artur e um bloqueio à sua acção por parte de outro jogador do Celtic que o impede de chegar à bola nas melhores condições, as opiniões dividem-se.  Quanto a mim a falha é, antes desta discussão, da defesa, que não tem ninguém sequer a incomodar o Samaras na área. Depois.. parece-me mais clamorosa a má intervenção do Artur do que a acção do jogador do Celtic. 
O clube escocês finalmente consegue escrever na sua história que marcou um golo no na Catedral da Luz. Ter sido pela cabeça de um grego é mero pormenor. 

O Celtic empolgou-se com o golo durante.. 10 minutos.  10 minutos foi o tempo que o Benfica demorou a recuperar o fôlego e a voltar a pressionar como o tinha feito até sofrer o golo. 
Assim saiu para o intervalo e da mesma forma voltou, pressionante, com fulgor e vontade de ganhar esta batalha que ainda lhe permitia manter-se na guerra.  
Encostou os escoceses às cordas e fez do  enorme – em todos os sentidos – guardião escocês  uma das figuras do jogo. Não fosse ele e o resultado teria sido ainda mais condizente com as estatísticas esmagadoramente favoráveis ao Benfica. O Cardozo teria seguramente contribuído para isso. 
Mas foi um central que, aos 20m, respondendo ao cabeceamento de outro central, o “Xerife”, e da mesma forma ao golo dos escoceses – saído de um canto – que sentencia o jogo: Garay que fuzila autenticamente a resistência de Forster .
Camp Nou à vista.
 
Antes de vermos as nossas dificuldades de respiração definitivamente ultrapassadas ainda passamos por uns suspiros e solavancos pulmonares na fase final do encontro com o Celtic, que JJ procurou acalmar com a entrada de Gaitan (substituindo Lima) e Maxi (substituindo Matic) . Artur ainda viria a fazer a “sua” defesa nestes minutos finais.

É difícil para mim em jogos como o de hoje eleger uma individualidade mas o Salvio, pelo que correu, pelo futebol que “arrastou” consigo e pelo que proporcionou ( a jogada do 1º golo é dele), é o meu eleito.  O golo que tanto procurou e não encontrou não lhe retirou qualquer brilho na sua prestação.

Dia 5 de Dezembro o Benfica travará a batalha final nesta fase da "guerra". E em que palco! Não podia ser melhor pois não? Não merecemos menos que isso, façamos por respeitá-lo, "com ou sem Messi".
Assim acredito! 


3 comentários:

David Duarte disse...

Pois Marta. Bastaria esta atitude em Glasgow para muito provavelmente termos ganho e estarmos já qualificados. Mas agora não vale a pena chorar. É ganhar em Camp Nou!

DeVante disse...

Não tivemos esta atitude porque nesses jogos jogaram dois individuos, Bruno César e Rodrigo.

Miguel A. disse...

Boa crónica, Marta.

Também acho que podíamos e devíamos ter feito mais em Glasgow e Moscovo, e as coisas não seriam tão difíceis agora. Mas não são impossíveis.