sexta-feira, 20 de setembro de 2013

A minoria dos visionários

«- A nossa entrada (na CEE) vai provocar gravíssimos retrocessos no país, a Europa não é solidária com ninguém, explorar-nos-á miseravelmente como grande agiota que nunca deixou de ser. A sua vocação é ser colonialista.

- Portugal vai entrar num tempo de subcultura, de retrocesso cultural, como toda a Europa, todo o Ocidente.

- Mais de oitenta por cento do que fazemos não serve para nada. E ainda querem que trabalhemos mais. Para quê? Além disso, a produtividade hoje não depende já do esforço humano, mas da sofisticação tecnológica.

- Os neoliberais vão tentar destruir os sistemas sociais existentes, sobretudo os dirigidos aos idosos. Só me espanta que perante esta realidade ainda haja pessoas a pôr gente neste desgraçado mundo e votos neste reaccionário centrão.

- Há a cultura, a fé, o amor, a solidariedade. Que será, porém, de Portugal quando deixar de ter dirigentes que acreditem nestes valores?

- As primeiras décadas do próximo milénio serão terríveis. Miséria, fome, corrupção, desemprego, violência, abater-se-ão aqui por muito tempo. A Comunidade Europeia vai ser um logro. O Serviço Nacional de Saúde, a maior conquista do 25 de Abril, e Estado Social e a independência nacional sofrerão gravíssimas rupturas. Abandonados, os idosos vão definhar, morrer, por falta de assistência e de comida. Espoliada, a classe média declinará, só haverá muito ricos e muito pobres. A indiferença que se observa ante, por exemplo, o desmoronar das cidades e o incêndio das florestas é uma antecipação disso, de outras derrocadas a vir.»

Frases com 30 anos por Natália Correia no novo livro de Fernando Dacosta «O Botequim da Liberdade».


Não é novo: sempre houve quem visse o futuro antes de ele acabar por acontecer. Infelizmente - para o país, para o mundo, para os clubes, para a sociedade - poucos são os que conseguem ler os sinais que, apesar de codificados, iluminam o que está para vir. Menos ainda os que, não sabendo descobrir nas acções dos seus dirigentes a óbvia realidade que os espera, conseguem ao menos ser iluminados pelos ensinamentos dos que antecipam e vêem. Quando acabam por perceber, e depois de muitos insultos por incompreensão do que alguns lhes tentam explicar e alertar, já estão enfiados na lamacenta situação que alguns souberam desde muito antes vir a suceder. 

Ainda não é totalmente tarde. Mas apressem-se a abrir esse cerebelo, que o abismo está mesmo quase-quase a chegar.

13 comentários:

enchidos da beira alta disse...

Ó Ricardo, não vale a pena...

Esqueces-te que agora temos um estádio , um centro de estágios, um museu, uma barragem, uma ponte, um canal televisivo, um porta-aviões, um comboio, um abre-latas, etc, etc, etc... É muita obra, pá!

Pires disse...

excelente texto e análise da actual situação financeira do nosso S.L.B. após relatório de contas.

P.S. quem te avisa teu amigo é.

esta expressão nunca teve tanto ênfase como nos dias de hoje

saudações.

João Oliveira disse...

Ó RIcardo. Já todos sabemos que és o iluminado. Os outros são todos burros. Esta direcção tresanda incompetência. Deviamos ter conseguido os direitos televisivos da liga inglesa de borla e não deviamos ter investido um centimo na BenficaTV. O museu também foi um desperdicio de dinheiro. Para além disso tivemos apenas perto de 150 milhões de proveitos. Uma autêntica miséria...

José Moreira disse...

João Oliveira

Se com 150 milhões de proveitos, num ano em que se vendeu Javi e Witsel, conseguimos aumentar o passivo, diga-me você o que vai acontecer num ano em que não se vende ninguém? Espere lá, se calhar os "proveitos" vão diminuir... Tendo LVF dito, na entrevista à Benficatv em agosto, que se não vendessemos teriamos que nos endividar (ainda) mais, o que acontecerá ao passivo? Espere lá, se calhar aumenta... Ora, diminuindo os proveitos e aumentando o passivo o que acontece? o que? Ahhhh... se calhar aumentam os capitais próprios... NEGATIVOS! Será a falencia? ah, se calhar não.

Anónimo disse...

José Moreira, pergunto-lhe: quanto investiu o Benfica nesta temporada?
O Benfica, não os fundos. Sabe-me responder?

Ricardo disse...

João Oliveira, você nem sequer está na secção dos "cegos". Está lá mais ao fundo. Não chore muito quando perceber a merda que anda a apoiar. Isto se tiver vergonha na cara.

José Moreira disse...

Desde já deduzo que o Anónimo me saiba dizer...

A area financeira não é algo que domine, para saber tal coisa teria de cruzar dados e só deus sabe quando conseguiria obter uma resposta precisa. Alias, não é por acaso que não vê aqui nenhum post meu sobre este RC. No etanto, ainda sei "ler" os numeros que lá estão plasmados e juntar-lhes as declarações de Vieira ainda no mês passado.

Não obstante, se o Anónimo mo souber dizer, acredite, ficar-lhe-ia grato. cumprimentos

Anónimo disse...

Caro Ricardo,

O mais preocupante é a vulnerabilidade que a dívida provoca. Os activos estão subavaliados, a falência não é expectável.

O clube venderá ou não jogadores em Janeiro quando tiver percebido os três cenários:

1. Em que ponto está na Europa?
2. Em que ponto está com a BTV?
3. Ganhou aos corruptos na Luz e aproximou-se?

Uma empresa que gera 150M de proveitos não é ruinosa, a gestão de custos tenderá a adaptar-se.

Isto pode ruir, se a banca fecha a torneira e aqui reside a principal dificuldade de surgirem alternativas credíveis a Vieira. O clube está montado sob uma imensa dívida à banca, com relações e ligações obscuras, um novo rosto tem dificuldade em impor-se. Mais que os estatutos, o escudo de Vieira é este: a banca, sobretudo o BES.

Abraço
Pedro B.

Anónimo disse...

E o fim do mundo é já amanhã! Qualquer não cego vê isso.

jmdeviveirosf disse...

CONTINUEM A VOTAR NOS MESMOS DO COSTUME... CARNEIROS, OVELHAS, CEGOS, FANÁTICOS, VAZIOS, INSENSÍVEIS, FRACOS, PSEUDOINTELIGENTES... ETC ETC E TAL... VIVA A ESTA PORCA PSEUDODEMOCRACIA QUE SÓ ALIMENTAS SEUS GORDOS LEITÕES CAPITALISTAS DISFARÇADOS DE NEOLIBERALISTAS... VIVA A ESTA QUALIDADE DE VIDA!!!

Unknown disse...

http://guachosvermelhos.blogspot.pt/2013/09/benfica-sad-quase-contas-201213.html?showComment=1379759962267#c221593314329926546

"Não há razão para alarme"

luis disse...

Bom post,...ainda dizem que as mulheres...

Visão, falta de visão, ambições, o poder, sistemas que assegurem a liderança... a grande falta de Humanismo, a progressiva perda dos valores, esmagados por um "rolo compressor".
Grande oportunidade esta do escriba, aqui desenhando atmosferas que nos envolvem.
Muitos nunca ouviram falar da Natália, pela importância dos seus pensamentos... felizmente pelo sentimento de discutir o Nosso Benfica , encontro neste espaço "aquelas coisas" da Liberdade, assuntos ricos para boas reflexões... coisitas de cidadania... despertar consciências.

Guilherme disse...

premonições valem o que valem, o rei das premonições Nostradamus também previu que no segundo milénio o mundo entraria em catástrofe. Mas depende sempre da perspectiva, entre os amigos do Oriente, são cada vez mais aqueles felizes, por exemplo.
Mas em particular - o que seria de Portugal se não fosse a entrada na CEE? é possível comparar o nível médio de educação dos cidadãos, todas as infra-estruturas e serviços existentes antes e depois da entrada na CEE? quais seriam as alternativas então? uma pequena Albânia do orgulhosamente sós?, ou o sonho spinolista da Commonwealth imperial que nunca teve quaisquer possibilidade de existir?
Não foi a CEE/UE que tramou os portugueses, apesar do benefício estrutural dado aos países do norte pelo câmbio do euro ou as políticas da pac etc: foi antes a incompetência da classe política portuguesa em aproveitar um sem fim de fundos comunitários e as oportunidades de um mercado aberto e único.
E quando é que Portugal teve alguns governantes dignos de nome com "humanismo"? O Benfica já os teve, mas portugal? Sá Carneiro não durou muito. Guterres? Jorge Sampaio? Muito humanitários mas quando a resultados: péssimos, tipo o Vilarinho.

Uma coisa é certa, falasse a Natália do Benfica estaria certa, especialmente quando ao segundo milénio, quanto à falta de humanismo dos dirigentes, ou noutra perspectiva quanto à incapacidade de tirar proveito das potencialidades financeiras do mercado único, leia-se Champions...