sábado, 31 de agosto de 2013

O jogo mais lindo de todos.





Artur
Maxi (não há outro), Luisão, Garay, Cortez (não há outro)
Matic
Salvio, Enzo, Gaitán
Markovic
Lima



Ganhem; se possível, goleiem






Em dia de dérbi, nada como chamar um bocadinho de nostalgia e os deuses do Olimpo da Luz para que recuperem um pouco da mística perdida. Para hoje, 1-0 chega, embora tenhamos todos sempre a leve esperança de que possamos ir a Alvalade golear e humilhar mais uma vez o nosso rival. É disto que é feito o futebol. 

Artur
Almeida, Luisão, Garay, Melga
Matic
Salvio, Enzo, Ola John
Markovic
Lima

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Ai vale Bujas?

É sabido que nós aqui no Ontem, do alto da nossa extrema sobranceria, achamos a generalidade da blogosfera benfiquista muito pobre - má escrita, mau pensamento, gente sem graça, sem inteligência, sem ideias, muito seguidista, apoiante do apoio da internet, pouco lúcida, quase totalmente desinteressante. 

Há, é evidente, excepções - estão todas no nosso grupo de «Eusébios", que é onde nós colocamos aqueles de que gostamos. É por isso sempre um momento de grande regozijo quando podemos descobrir um novo blogue benfiquista que apresente qualidades acima da média - inteligência, humor, conhecimento, benfiquismo, auto-crítica. 

Tínhamos jurado não fazer "trocas" e "favorzinhos" e continuamos sem fazer favorzinhos nem trocas. Divulgamos isto porque é bom e porque merece e sobretudo porque ninguém veio pedir nada, mesmo sendo o autor um amigo meu - companheiro de estádio, o malandro, que vai apoiar ao vivo e a cores e - espantem-se! - não assobia nem insulta nenhum jogador. Há cada maluco neste mundo. 

O nome é sublime, quase tão bom como Ontem vi-te no Estádio da Luz:

Jesus vs. Sporting

28/11/09 - Campeonato Nacional 

Sporting - 0 
Benfica - 0 


09/02/10 - Taça da Liga 

Sporting - 1 
Benfica - 4 


13/04/10 - Campeonato Nacional 

Benfica - 2 
Sporting - 0 


19/09/10 - Campeonato Nacional 

Benfica - 2 
Sporting - 0 


21/02/11 - Campeonato Nacional 

Sporting - 0 
Benfica - 2 


02/03/11 - Taça da Liga 

Benfica - 2 
Sporting - 1 


26/11/11 - Campeonato Nacional 

Benfica - 1 
Sporting - 0 


09/04/12 - Campeonato Nacional

Sporting - 1 
Benfica - 0 


10/12/12 - Campeonato Nacional 

Sporting - 1 
Benfica - 3 


21/04/13 - Campeonato Nacional 

Benfica - 2 
Sporting - 0


10 jogos - 8 vitórias, 1 empate, 1 derrota; 18 golos marcados; 4 golos sofridos.


Ao contrário do péssimo registo que Jorge Jesus tem contra o Porto ou do medíocre histórico com o Braga - o velho problema do mister com os jogos decisivos do Campeonato -, contra o Sporting as estatísticas dos jogos do Benfica desde que Jesus é nosso treinador, não deixam lugar a dúvidas: fabuloso. Mesmo descontando as más épocas do Sporting nos últimos anos - a última foi mesmo a pior da História do nosso rival -, há que dar mérito a uma percentagem de 80 por cento de vitórias e de apenas 10 por cento de derrotas, marcando mais do quádruplo dos golos do adversário. 

Desconheço se, no histórico entre os dois clubes, terá havido um intervalo de 4 anos com tanta superioridade de uma equipa sobre a outra, mas Jesus já marcou uma era a favor do Benfica no eterno clássico e dérbi. Que amanhã venha a 9ª vitória em 11 jogos - é só o que queremos.


O orgulho de ser do Benfica

Leiam alto este nome: SPORT LISBOA E BENFICA. Esqueçam se têm os filhos a dormir, os sogros no quarto ao lado, a mulher a ver a novela, o marido a jogar snake no telemóvel. Lancem para o mundo: SPORT LISBOA E BENFICA. Deixem a última sílaba ecoar pela sala, depois pela casa toda, sair pela chaminé, desaguar pelas janelas e portas, fugir por entre as frestas e subir até ao céu. 

SPORT LISBOA BENFICA. Gritem: SPORT LISBOA E BENFICA! SPORT LISBOA E BENFICA!!!!! Adicionem agora um lado ordinário e pessoal: FODA-SE, SOU DO SPORT LISBOA E BENFICA, CARALHO!!!! Lá vão os sons pelo mundo, quebrando raízes, moldando esquinas, avançando pelo éter. Compassado: BENFICA, BENFICA, BENFICA, BENFICA, BENFICA!, não se envergonhem, atirem o grito contra o oxigénio que ele fará o favor de ligar, pontinho por pontinho, os caminhos entre a vossa garganta e o resto do mundo. 

 Há uma luz que ilumina um ser que é do BENFICA. Olhem bem para a palavra: BENFICA. Acordem os vizinhos, os mortos, os carros, as plantas. Só dá BENFICA nesta vida.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Jogar contra o Roberto. Um sonho de criança.

O grupo não é bom nem mau, antes pelo contrário e vice-versa. Vai dar para conhecer bem Paris e Atenas, cidades que nunca pisei decentemente. A Bruxelas não vou - há um menino que está sempre a fazer xixi nas ruas. Um nojo.

Não quero deixar de dar os Parabéns ao Sporting, pelo estatuto de grande prestígio que adquiriu este ano no sorteio europeu: cabeça-de-melão.

Fernando Gomes e o apoio inequívoco, pela neo-abutre Leonor

"O presidente da Federação Portuguesa de Futebol está preocupado com a Benfica TV. Esta temporada o canal do Benfica assegurou a transmissão dos jogos do campeonato inglês e passa a transmitir todos os jogos do Benfica disputados no Estádio da Luz. Não é com a transmissão dos jogos do campeonato inglês que Fernando Gomes está apreensivo, o que se compreende. A Inglaterra é a terra do fair-play, é tudo gente séria e aprumada. 

 O problema é que tal como a Inglaterra é a terra do fair-play, Portugal é a terra da verdade desportiva, coisa completamente diferente. E o presidente da FPF não pode deixar de estar, por inerência de cargo, sempre aflito não vá a verdade desportiva descambar.

 Segundo algumas consciências, a última segunda-feira terá sido um dia mau para a verdade desportiva. Foram divulgadas as medições das audiências televisivas e soube-se que a transmissão do Benfica-Gil Vicente na Benfica TV bateu a transmissão do Vitória de Setúbal FC Porto na Sport TV. Ambos os canais funcionam por subscrição livre do público, é importante não esquecer. 

 As declarações de Fernando Gomes ao “Diário Económico” sobre a questão dos direitos televisivos foram amplamente divulgadas na net no mesmo dia. Para o presidente da FPF trata-se de “uma situação que não é normal”. E levantou uma questão premente o ex-vice-presidente do FC Porto sobre os “constrangimentos” de um “canal próprio”, reconhecendo que, ele próprio, ainda não tem “traquejo” nem “experiência” para concluir “se isso pode ter algum tipo de implicação que condicione a verdade desportiva”. 

Lá está, justamente, a nossa velha amiga verdade desportiva. Fernando Gomes, que era vice-presidente do F.C. Porto à época da investigação policial do Apito Dourado, é a figura desprevenida quem o senhor António Araújo, o da “fruta para logo à noite”, solicita bilhetes para “as três deusas” que quer levar consigo ao futebol. Tudo isto é lamentavelmente público graças ao YouTube. Com o traquejo até então adquirido, o então vice-presidente do FC Porto, actual presidente da FPF hoje preocupado com “a verdade desportiva” posta em causa pela Benfica Tv, diz simplesmente ao empresário que suba “ao 14.º andar” para tratar do assunto em causa. 

- É daquele assunto que falámos, não é? –pergunta Fernando Gomes, prudente e avisado, ao senhor Araújo das três deusas. 

- É, é – responde prontamente o senhor Araújo. 

 Ouvindo-o responder à solicitação do sr. Araújo, quase dez anos depois da gravação dessa conversa, não parece ter ficado muito preocupado com as três deusas o actual presidente da FPF. Certamente porque não viu ali nada que, tal como a Benfica TV ameaça presentemente vir a fazer, pudesse “ter algum tipo de implicação que condicione a verdade desportiva”. E com certeza que não teve implicação nenhuma. Deusas são deusas, gente bendita, e logo três… Já a Benfica TV pode vir a tornar-se num perigo público e com isso todos os cuidados são poucos não vá a verdade desportiva fenecer ou mesmo falecer. E isso seria uma grande tragédia. Como benfiquista, constato com satisfação que o actual presidente da FPF não apoia inequivocamente a Benfica TV

 As situações normais resolvem-se no 14.º andar, é verdade. Mas sendo esta uma situação anormal, falta traquejo a Fernando Gomes. Assim é que é bonito (...)»

Respeitem as maiorias, caramba!



Inacreditável o que alguns benfiquistas (sê-lo-ão, deveras?) andam a fazer ao Benfica. O Presidente Vale e Azevedo, como grande líder que sempre demonstrou ser, não merece um tratamento tão baixo por uns ressabiados que, apesar de terem perdido nas urnas, querem ditar leis e governar o clube de fora para dentro. Podem deixar de afiar facas, que o Presidente Vale chega para vós todos - ainda não aprenderam que o Benfica deixou de ser uma feira de vaidades; no clube actualmente trabalha-se de forma exemplar e competente, acabou a palhaçada. 

Para estes petardeiros oficiais - que desconhecem o valor da democracia - terem levado um banho nas eleições não lhes chegou para acalmarem as suas tendências criminosas e atentatórias da História democrática do Benfica. 63 por cento dos sócios benfiquistas escolheram o seu Presidente - acostumem-se, porque o Presidente Vale está para durar e não vai ceder aos caprichos de gente que acha que pode colocar em causa os valores essenciais do Sport Lisboa e Benfica. Doeu muito? Temos pena. Juntem-se todos os 29 por cento dos Vilarinhistas e façam um clube novo, que este já está bem liderado e pronto para remar com sucesso em direcção ao futuro. 

As calúnias inqualificáveis por parte de benfiquistas que dizem hipocritamente estar a "defender o Benfica de um aldrabão" deviam ser suficientes para que o Presidente decretasse o anulamento dos seus cartões de sócio e lhes impusesse um processo por difamação não só pessoal como ao próprio clube. Desde as críticas à gestão desportiva, passando pelas torpes acusações sobre estar o Presidente Vale a desviar dinheiros do clube em seu benefício próprio, acabando nas eternas queixas de ser o nosso líder uma pessoa incompetente para liderar o Benfica, de tudo se lê e ouve por essa blogosfera. É gente sem escrúpulos, paga pelos oposicionistas para gerar ruído. O que estes benfiquistas de pacotilha (tenho dúvidas se serão mesmo benfiquistas) não percebem (ou percebem muito bem!) é que, enquanto vão debitando ódio ao Presidente Vale, prejudicam enormemente o clube. Mais valia que se calassem e deixassem os nossos dirigentes trabalhar com o recato e a tranquilidade necessários a uma gestão apropriada. 

Têm críticas (infundadas) a fazer? Pois bem, apareçam nas Assembleias-Gerais (nunca por lá os vi) e esperem pelas próximas eleições. Até lá, fechem as matracas e apoiem. Sabem o que é apoiar? Não é só no estádio - esse até é o apoio menor, visto que muitos vão para lá para assobiar os nossos jogadores; é na internet, onde todos poderemos fazer textos fantásticos a apoiar o Benfica, com expressões de índole religiosa - "Eu acredito muito no Benfica!" -, de futurismo crente - "Como sou um grande benfiquista, eu acredito sempre que vamos ganhar tudo!" - de luta contra o sistema - "Força, Benfica, contra tudo e contra todos!" - ou de grande fervor benfiquista - "Carrega, Benfica, somos o melhor clube do mundo!". 

Estes textos e estas expressões ajudam não só os nossos atletas como também a equipa técnica e a própria Direcção, porque, como todos sabemos muito bem, todos os agentes do Benfica vêm ler o que escrevemos nos nossos blogues, analisando ao detalhe a percentagem de apoio que cada um de nós dá ao Benfica. Há até, no Departamento de Acompanhamentos dos sócios e adeptos, uma equipa que estuda intensamente os nossos posts e depois hierarquiza, num ficheiro lindíssimo a que já tive acesso, os vários bloggers consoante a quantidade de posts de apoio ao clube. Por exemplo, se um blogger fizer 5 textos por semana a apoiar o Benfica (usando as expressões que em cima documento; ou outras, de igual teor), entra directamente no chamado «Patamar 1 do apoio" - o verdadeiro orgulho de qualquer benfiquista que escreva sobre o clube e onde pertenço, sei-o através de gente da Direcção, há já vários meses. Pena é que sejam poucos os que podem ter o privilégio de me acompanhar na gaveta dos melhores apoiantes de internet. Pela informação que recolhi, há mais dois ou três no Patamar 1 do apoio; o resto, miseravelmente, espalha-se pelo Patamar 2 do apoio e, uma grande maioria (os tais acéfalos que dizem mal de tudo e conspurcam o bom nome do Presidente Vale), pelo Patamar -10 - que é um lugar humilhante e desprestigiante para qualquer benfiquista.

As críticas à gestão desportiva só podem partir de quem não tem a mínima noção de como se dirige um clube. A aposta é clara e só gente de má-fé pode questionar a estratégia que, apesar de ainda não ter dado frutos, revela um padrão de evolução que, nos próximos tempos, trará sucesso desportivo de forma consecutiva e hegemónica: passa por nos vermos livres dos chamados «melhores jogadores» (calões que, do alto do seu talento, pensam que podem fazer o que quiserem no Benfica), diminuindo assim despesas, e simultaneamente comprar, a baixo custo, jogadores medianos do campeonato nacional, do refugo de algumas equipas inglesas que lutam pela manutenção e outros atletas de baixa qualidade que, desesperados por não verem futuro na sua profissão, servem verdadeiramente os intentos a que nos propomos: dar-lhes alento, aproveitar a sua baixa-estima e a valorizar como um factor evidente de humildade (fundamental para o jogador render aquilo que ninguém acredita que pode render). Estes medianos atletas serão, a curto/médio prazo jogadores fabulosos que gerarão em mais-valias receitas extraordinárias que ajudarão a Direcção a recuperar financeiramente o clube. Só não vê quem não quer - ou pior: quem não quer ver, porque apoiado e sustentado por uma oposição que procura minar vergonhosamente a actual estrutura dirigente.

Outra das críticas prende-se com o suposto interesse pessoal do Presidente Vale sobre os interesses colectivos do Benfica. Isto é inqualificável! O que o Presidente Vale tem vindo a fazer - desviando dinheiro para as suas contas, para assim aliviar o Benfica de encargos que não pode, ao momento, suportar - é uma prova irrefutável de benfiquismo, sujeitando-se à possibilidade de endividamento pessoal para que o clube não sofra agruras e vergonhas. Fazer de um acto sublime e nobre do nosso grande Presidente Vale e Azevedo um caso de polícia só está mesmo ao alcance dos petardeiros acéfalos, gente que, sob o manto da "defesa do Benfica", revela ter uma sede de poder e uma falta de noção do que deve ser um verdadeiro benfiquista. 

Eu não tenho memória curta. Sei bem como estava o clube quando Damásio (esse miserável Presidente!) saiu do Benfica. Nem as pedras da calçada tínhamos. O clube para pagar a água das casas-de-banho tinha de recorrer a peculiares empréstimos junto dos maridos das empregadas de limpeza - que, claro, aproveitavam o poder de credores para as usarem vezes sem conta, e não só em dias de jogo!, conspurcando as paredes com frases ordinárias escritas não só a canetas simplórias compradas por tua e meia mas até, e isto é que devia fazer pensar as pessoas, com pedaços de fezes que eles próprios defecaram! Não raras vezes, foi o próprio Presidente Vale que teve de ir, com sacrifício pessoal e familiar, pelas madrugadas antes dos dias de jogos limpar as latrinas e os azulejos para que nós pudéssemos usufruir de um serviço de lavabos que orgulhasse todos os benfiquistas. 

Cheguei mesmo a ter uma discussão acesa, no último Benfica-Campomaiorense, com um outro sócio do clube (um Vilarinhista de fraquíssima índole) quando vi esse ordinário aos murros aos lavatórios das senhoras porque, dizia ele, não havia água nas torneiras. Pois não havia! Mas havia paredes limpas e sanitas a cheirar a WC Pato! Queriam tudo do pé para a mão, não? Tive de intervir, naturalmente. «Ó seu boçal, não vê que estamos em período de recuperação do Benfica? Se quer água, limpe as mãos em casa". O bronco, sem me dar tempo para preparar a minha posição de combate (sou perito em artes marciais, curso que tirei observando os movimentos do protagonista da série «Kung Fu»), disparou-me um excremento aos olhos e logo a seguir uma patada nas zonas baixas, deixando-me prostrado no lindo mosaico devidamente limpo pelo Presidente Vale. Não satisfeito, urinou-me em cima e chamou-me «burro que não vê a merda que está a apoiar». Isto, mais até do que a humilhação de estar inundado de detritos humanos, causou-me uma raiva tal que ainda respondi, baixinho porque sou homem de poucas histerias, que a minha memória dos tempos negros de Benfica estava bem presente, enquanto limpava um azulejo manchado com pedacitos de fezes que o ordinário tinha atirado para os meus olhos, fazendo ricochete e saindo, como granada, em direcção aos espelhos, lavatórios e chão daqueles excelentes lavabos. 

Como vêem, é assim que se defende o Benfica: se necessário for, obrigando os Vilarinhistas a exporem-se ao ridículo de terem de bater em nós ou nos atirarem para os olhos pedaços de merda. Ser um verdadeiro benfiquista é ter convicções e conhecer a História do clube. Aprendam com este pequeno exemplo que o Benfica se defende de uma única maneira: defendendo o Presidente em funções e desprezando todos os anteriores pelo péssimo serviço prestado. A recuperação que está em marcha no clube é admirável: além da política desportiva sobre a qual já discorri e expliquei aos menos atentos (penso que agora já entenderam os motivos pelos quais esta estratégia tem tudo para resultar) e sobretudo pelos avais pessoais que o Presidente Vale tem assegurado (outra estratégia que, penso eu, competentemente já analisei), o que verdadeiramente me assombra nesta Direcção, mormente no nosso líder, é a disponibilidade constante com que se entrega ao projecto. São 10 a 12 horas todos os dias no Benfica - quando não são 24 a 26, dependendo se dorme nos aposentos do Estádio ou não. Esta entrega, este comprometimento, esta solidariedade, são valores que asseguram que o Benfica está bem entregue e necessita que os opositores ranhosos se calem e passem a apoiar. O rumo é este: precisamos agora de algum tempo até consolidar este projecto.

Pelas minhas conversas com o Presidente Vale, e temos tido muitas ao longo destes anos, começaremos a ganhar - primeiro, um campeonato em cada 5 anos; depois dois ou três em quatro - daqui a 15 anos. O projecto precisa primeiro da consolidação essencial. Há aqui duas vertentes: a recuperação financeira e estrutural - depois do grau 0 em que o execrável Damásio deixou o clube, a evolução terá de ser paulatina -, que deverá estar finalizada dentro de 12 a 13 anos; e a recuperação desportiva - que, após essa mesma recuperação financeira, poderá então entrar a grande velocidade, fazendo do Benfica o maior clube do mundo, maior até que o Real Madrid. Peço, portanto, aos benfiquistas que este não é um projecto para e ou 6 anos, mas para 36, talvez 39 anos, dependendo da capacidade que tivermos ao nível de adesão de sócios, do Lar Benfica, do Cemitério Benfica e essencialmente do enorme projecto - só mesmo possível pela grande visão do Presidente Vale - o Hospício Benfica.

Este Hospício Benfica será a alavanca para a credibilidade financeira e desportiva e - ainda mais importante - para o aniquilar do sistema dos Oliveirinhas e dos corruptos do Norte. A estratégia é simples: com o fabuloso apoio inequívoco dado pelo Presidente Vale aos Presidentes das casas de putas de Reinaldo Teles, o Benfica faz passar brilhantemente a falsa ideia de que está a tentar servir-se do sistema. Na verdade, o plano é maquiavélico: desconjuntando e ludibriando os agentes corruptos desses sítios de desprezível concubinato, o Benfica conseguirá impor vice-presidentes e alguns vogais nas várias casas de meninas que o Porto tem sob controlo. Servindo bebidas, acompanhando homens casados ou fazendo danças sensuais, estes agentes - estrategicamente colocados no centro do polvo! - irão paulatinamente enlouquecendo não só as prostitutas como também os clientes (quase todos árbitros) e os próprios dirigentes azuis e brancos. 

Dentro de uma década - tudo demora o seu tempo, Roma e Pavia não se fizeram num dia - teremos uma quantidade substancial de agentes futebolísticos (quase todos corruptos) tão dementes que não saberão nem passar facturas às putas, nem arbitrar jogos, nem - muito menos - exercer influência nos órgãos de poder. Oligofrenicamente arquitectados por nós, toda esta gente dará entrada no Hospício Benfica, onde serão recebidos, acolhidos e sujeitos a torturas medievais, com o intuito de, primeiro, os prendermos definitivamente numa clausura e, segundo, conseguirmos saber as estratégias que levaram o Porto a conquistar tantos títulos de forma torpe e criminosa. Apelidar esta estratégia do Presidente Vale e Azevedo de genial parece-me, francamente, parco. Supera o genial, está para lá do genial, é toda a existência humana num projecto. E, sorte a nossa, a favor e em defesa do Benfica!

Agora que já expliquei os fundamentos essenciais do projecto desta Direcção, não peço mas EXIJO aos Vilarinhistas e outros istas acéfalos que se calem e respeitem a irredutível maioria que deu ao Presidente uns 63 por cento de legitimidade democrática. Como diz a foto em cima sobre a vitória esmagadora do nosso líder sobre o ordinário oposicionista Vilarinho, ABISSAL! Como abissal será o caminho do Benfica nas próximas 3 décadas - quiçá 4. O Benfica nunca mais será como dantes. Apoiem. Apoiem muito e tudo. Sem críticas, sem análises dos problemas, sem ideias, sem projectos, sem nada. Apoiem de forma acrítica o clube, porque é disso que ele precisa para crescer. E façam um favor a todos: respeitem as maiorias, caramba!

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Evoluir sempre, mesmo que seja Cosme Damião

No excelente texto de Alberto Miguéns sobre Cosme Damião, há um excerto particularmente interessante, e que tem uma relação perfeita com o actual momento do Benfica:

«(...) A construção do estádio das Amoreiras consumiu o "Glorioso", em termos de prioridades estratégicas e suporte financeiro, exaurindo o Clube. A capacidade competitiva da equipa de honra ressentiu-se com o Benfica incapaz de conquistar o título de campeão regional, desde 1919/20, a forma de apurar-se para a única competição nacional, o campeonato de Portugal (actual Taça de Portugal) reservada até 1926/27 aos campeões regionais. Cosme Damião justificava que o Benfica continuava a dominar nas restantes categorias (segundo ele "todas principais, porque jogam sempre para serem campeãs nos respectivos campeonatos") e que, como desde sempre (ou seja desde 1909) os futebolistas - independentemente do seu valor e experiência - que quisessem jogar no Benfica teriam de passar pelas categorias "inferiores" até ascender à equipa de honra: "O Benfica é Glorioso, não tem de andar atrás dos jogadores, eles é que devem andar atrás do Benfica!" 

 Um grupo de associados com valor firmado e "obra feita" no Clube entendeu que chegara o tempo de alterar a dinâmica do Benfica no futebol e estancar os gastos com o Estádio. A solução era criar uma lista paralela à de Cosme Damião, que queria continuar na vice-presidência, essencialmente, para definir a política desportiva para o futebol e implementá-la. Era urgente afastá-lo da organização do futebol, propondo-o para a presidência do Clube, por se pensar que Cosme Damião não queria "acompanhar o tempo", gastando muito dinheiro nas várias categorias, quando na principal o Benfica estava a ser ultrapassado não só pelos maiores clubes de Lisboa como pelos clubes médios. Impensável. Além disso, a maior figura do Benfica merecia ser presidente, ele que já fora tudo, menos presidente. 

 A eleição de Ribeiro dos Reis para a vice-presidência (e responsável pelo futebol) bem como de Ferreira Bogalho (vice-secretário) permitiu dar um novo rumo ao Clube e recolocá-lo no "trilho" da modernidade. A capacidade dos dirigentes e o apego popular depressa conseguiram guindar o clube a um novo patamar de conquistas: em 1929/30 e 1930/31 a conquista do (Bi)Campeonato de Portugal - actual Taça de Portugal - depois de 1926/27 "aberta a clubes não campeões regionais" por isso o SLB pôde participar, mesmo não sendo campeão regional; em 1932/33 o ansiado campeonato regional de Lisboa, considerada a competição "mais difícil" de jogar em Portugal (após onze temporadas consecutivas, desde 1919/20, sem o conquistar); e entre 1934/35 e 1939/40 seis temporadas de qualidade excelsa: Campeonato de Portugal (1934/35), Tricampeonato da I Liga - depois campeonato nacional da I Divisão - (1935/36, 1936/37 e 1937/38), finalista na Taça de Portugal (1938/39) e conquista da Taça de Portugal (1939/40)

 No Benfica sacrificar a competitividade no futebol em prol da construção de obras, mesmo infra-estruturas (suportadas pelas verbas desviadas do futebol) é uma estratégia de curto prazo que está (pelo menos esteve) condenada ao fracasso. Mesmo sendo Cosme Damião o autor dessa "estratégia". No Benfica, futebol é para ganhar! Por isso o Museu Benfica Cosme Damião está "cheio". E até podia ser maior. Tendo em conta as modalidades (história e conquistas) e associativismo (amor e atitudes dos Benfiquistas/ Associados). Um piso por ano. 110 pisos! E acrescentar mais um... todos os anos!»

Um clube que vive obcecado com o medo de mudança hipoteca o futuro e perde a sua génese ganhadora.


Fantástica entrada para o Parque de jogos das Amoreiras, inaugurado a 13 de Dezembro de 1925.


CSKA, Basileia e A.Viena

Nojento

O vice-Presidente do Benfica, rui gominhos da silva, disse isto:

«E se os jogadores, também eles, "assobiassem" os "sócios" de cada vez que, nos momentos em que a equipa mais precisa, se calam em vez de "puxarem" pelo ... Benfica?»

É esta a gente que nos desgoverna. Não admira, portanto, que tenhamos chegado a um ponto em que até um pote já é um troféu.

Este post não copias de certeza, porque o teu "apoio" nunca chegou ao Estádio

Apoiar é no Estádio, não é na internet

Uns retumbantes 7,25%

Por vezes dá ideia de que as últimas eleições foram extremamente concorridas e que o presidente Vieira venceu com uma esmagadora maioria do eleitorado a seu lado. Não foi esmagadora. Não foi assaz grande. Não foi particularmente volumosa. Não foi especialmente significativa. O presidente Vieira venceu com uns retumbantes 7,25% de sócios a seu lado. Repito o número: 7,25%. Número de sócios a dividir por número de votantes dá isto: 7,25%. Querem que eu repita? 7,25%. Menor que o valor do défice previsto para 2013. Pouco mais que a percentagem de portugueses que votou no CDS nas últimas legislativas. Por cada votante em Vieira que encontrarem na rua, encontrarão 5 esquizofrénicos. Acho que já perceberam a ideia.

Mas a verdade é que Vieira ganhou e assegurou a sua quarta eleição, dobrando assim o número de campeonatos ganhos e quadruplicando o número de Taças de Portugal e de Supertaças conquistadas. Se estas eleições valessem um troféu, seguramente o Museu Cosme Damião teria o dobro da riqueza que o actual presidente lhe acrescentou com os principais títulos de dez anos de mandatos. 
Mas deixemos os cenários de parte e regressemos à realidade, que é onde realmente as coisas se passam... A lista do Luís das Furnas, o homem que roubava as moedas do elefante do Jardim Zoológico (vêem como é de pequenino que se começa a roubar...) acabou com 7,25% do eleitorado do seu lado, resultado para o qual contribuíram exactamente 18.139 sócios de um universo de mais de 250.000. 

Numa eleição com apenas dois candidatos esta percentagem eleitoral é absolutamente ridícula e deveria ser o suficiente para as pessoas entenderem que o projecto era um completo disparate e que a larga maioria dos benfiquistas se riu da patética figura do senhor que foi sócio do mesmo clube de Jorge Nuno, Reinaldo, Adelino e Antero (e com os quais fez muitos e proveitosos negócios para o Alverca e para o Porto) e da trupe que o acompanhava (se já foram a uma AG, sabem as figuras que Rui Cunha faz). Mas, enfim, o senhor já pode contar aos netos que um dia foi presidente do Benfica durante mais de uma década sem ganhar praticamente nada no futebol, o que levará os netos a perguntarem se os benfiquistas da altura eram efectivamente estúpidos ou meramente, vamos lá, menos inteligentes. 

Meus caros, vamos lá elevar esses padrõezinhos de exigência. Isto não é o Alverca.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Uma imensa multidão de 3. 744 pessoas

Por vezes dá ideia de que as últimas eleições foram extremamente renhidas e que o presidente Vieira venceu com uns parcos 50,1% dos votos. Ou com uns modestos 60%. Ou até, vá lá, com uns fortes 70%. Mas na realidade não foi bem assim. O presidente Vieira venceu com 83,02%. Repito o número: 83,02%. E isto não aconteceu há quatro, três nem dois anos, aconteceu há menos de um ano.

Imaginando o cenário fictício de uma vitória eleitoral de Vieira com apenas 50,1%, seria de esperar uma oposição fortíssima e bem organizada e, por outro lado, uma direcção bastante receptiva às ideias dos derrotados. Sempre com cada um bem ciente do seu papel de vencido e de vencedor, claro.

Mas deixemos os cenários de parte e regressemos à realidade, que é onde realmente as coisas se passam... A lista de Rui Rangel acabou com 13,82%, resultado para o qual contribuíram exactamente 3. 744 sócios. Numa eleição com apenas dois candidatos esta percentagem eleitoral é absolutamente ridícula e deveria ser o suficiente para as pessoas entenderem que o projecto era um completo disparate e que a larga maioria dos benfiquistas se riu da patética figura do senhor Rangel e da trupe que o acompanhava. Mas, enfim, o senhor já pode contar aos netos que um dia foi candidato à presidência do Benfica, o que é mesmo o máximo ao qual pode almejar.

E mais, os benfiquistas mostraram, mais uma vez (são tantas que já perdi a conta), clara e inequivocamente, que querem o presidente Vieira à frente dos destinos do clube. Não adianta lançarem Rangéis, Carvalhos, Veigas ou outras figuras, que os benfiquistas continuarão a deixar bem claro que a sua vontade é ter Vieira como presidente, e felizmente que o presidente, por sua vez, aceita também ele continuar a liderar-nos.

Os 3. 744 sócios tiveram o seu momento em Outubro do ano passado. Puderam votar livremente em quem quiseram. Perderam e perderam bem. Foram esmagados, para ser mais concreto e menos simpático. Mas é vê-los a debitar verdades insofismáveis como se tivessem vencido: “deviam comprar este, deviam vender aquele, o presidente devia fazer isto, a Benfica Tv devia transmitir aquilo, deviam ser marcadas novas eleições (ahahahah, isto agora era todos os meses, não?)”. Já era tempo de alguém lhes dizer que as eleições já acabaram e que perderam. Mas com alguma ternura, para o choque não ser tão forte. É que os alheados da realidade demonstram sempre uma extraordinária relutância à mesma, temos de ser compreensivos.

E então, após o choque, depois de finalmente perceberem em que mundo vivem, por favor remetam-se à vossa insignificância e deixem trabalhar quem venceu, porque o Benfica precisa é de pessoas que trabalhem muito e divaguem pouco. A figura a que se prestam até tem alguma piada no princípio, confesso, mas agora já é confrangedora.

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1) Oblak está de volta ao plantel principal. Excelente notícia, que permitirá dar competitividade séria ao Artur, sem gastarmos mais uns euros noutro jogador que depois sairia emprestado para o Paquistão. Oblak tem a qualidade necessária para, daqui a um ano, ser titular no Benfica. Até lá que vá dando luta a Artur e fazendo uns jogos nas Taças. 

A estratégia de Oblak - que se portou mal com o clube - não resultou. Correu-lhe mal e teve de recuar. Bem a Direcção do Benfica a resolver a questão - reingressa-o, se possível dá-lhe um calduço e siga a marinha. Põe-te a pau, Artur.

2) Este ambiente de euforia sportinguista é-nos bastante favorável, historicamente. Não são raros os episódios por parte dos sportinguistas de uma cagança injustificada (no Sporting, a cagança é sempre injustificada; este ano só vêm de um 7º lugar, coisa pouca) que acaba por fazer brotar mais uma humilhação em Alvalade. O Benfica está mal, muito mal - táctica, física, moralmente. Mas o jogo com o Sporting é daqueles em que isso interessa pouco. Acredito perfeitamente num golo de Cortez no próximo fim-de-semana. 

3) No mesmo dia em que Fernando Gomes - o corrupto do Apito Dourado que o nosso Presidente apoia inequivocamente - vem dizer que a Benfica TV pode constituir-se como um perigo à ética e verdade desportivas (isto de ter amigos corruptos e apoiá-los inequivocamente é espectacular), o Benfica lança um Comunicado a pedir a demissão de benfiquista que se limitou a dar a sua opinião sobre a realidade do clube. Acho extraordinário e é só.

4) Não há limites para a mentira/demagogia/promessas não cumpridas/populismo/engano/falsidade/desrespeito pelos sócios no Benfica:

«Este é o último ano em que vamos precisar de vender jogadores» - Vieira, 23 de Agosto de 2013.

«O Benfica não está dependente da venda de jogadores para equilibrar as suas contas» - Domingos Soares Oliveira, 31 de Março de 2010.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Sobre Luisão

Há, em alguns textos que li sobre o assunto, especialmente do companheiro Coluna, uma ideia que, apesar de ser obviamente legítima e versar sobre um flagelo evidente no Estádio da Luz, me aflige enquanto benfiquista: a de que um jogador, sobretudo um capitão, pode reagir daquela forma perfeitamente injustificada porque terá sido alvo da boçalidade daqueles adeptos - e se eles existem em grande número! - que passam o tempo a assobiar, a vociferar por tudo e por nada, aos gritos histéricos. 

Isto aflige-me não porque queira defender esse tipo de adepto - pelo contrário; mesmo no anterior post verso sobre esse tormento que é o adepto que vai para o Estádio libertar as frustrações que tem em casa -, mas porque, acima de tudo, tem de estar presente uma ideia que não me parece passível de discussão: o jogador é o protagonista de todo este filme que gostamos de seguir ao longo das nossas vidas chamado futebol. O jogador é que é o alvo de todas as atenções; é que representa o nosso clube; é que é visto nas televisões de todo o mundo, semana após semana; é que ganha fortunas (e isto não é aquele argumento "eles é que o ganham", é mesmo pedir alguma responsabilização por um estilo de vida que é especial e merece ter coligados alguns deveres); é que é apoiado (ou até apupado, em maus casos); é que está no relvado a ser escrutinado; é que leva oficialmente e em representação o símbolo do Sport Lisboa e Benfica.

Na Eurosport ou noutra qualquer televisão, não vão aparecer uns 300 adeptos que assobiaram a equipa ao longo dos 90 minutos. Mas aparecerá o Luisão a chamar "filhos da puta" para os adeptos da sua equipa. Não vão aparecer 300 adeptos a chamar nomes ao Cortez ou ao Maxi ou a quem quer que seja. Mas aparecerá o Luisão de cabeça perdida de gesto de apito na boca. Não vão aparecer 300 adeptos a fazer piretes e a dizer "isto é uma vergonha" quando deviam estar a apoiar a equipa. Mas vai aparecer o Luisão a desrespeitar o manto sagrado que tem vestido.

No Benfica, de há 17/18 anos a esta parte, temos vindo a assistir a uma mudança clara dos seus princípios básicos, dos valores que o nortearam sempre, da sua génese ideológico-moral. Os anos de Vieira acentuaram esse declive e hoje vivemos tempos em que já tudo é permitido, sempre sob o manto de uma qualquer desculpa esfarrapada e conveniente. Cardozo fez mal porque empurrou Jesus, mas Luisão não fez mal quando se encostou ao árbitro alemão. Enzo Pérez não devia ter-se chateado com Jesus em Amesterdão, mas Luisão não fez mal nenhum em, na vez de ir festejar a vitória com os colegas e os adeptos, ir insultar uns quantos parvos que ali estavam a fazer figuras de parvos. 

Há qualquer coisa aqui que me entristece e acho que sei o que é: o Benfica está a deixar de ser Benfica. A generalidade das pessoas começa a defender princípios já não tendo em vista a defesa intransigente do clube, mas a defesa intransigente das pessoas que o dirigem. Se convém achar um gesto menos avisado grave, então acha-se o gesto menos avisado grave; se não convém, diz-se que é uma coisa de somenos ou até que fez todo o sentido. Repare-se nisto: há pessoas que defendem acerrimamente que faz todo o sentido um capitão - sim, capitão - do Benfica, após uma reviravolta maravilhosa, ir chamar filhos da puta a uns adeptos do clube. Interessa zero se eles são broncos, parvos, patéticos, ignorantes - se calhar são tudo, se calhar são só parte disso; interessa que são adeptos do Benfica, que estavam no Estádio do Benfica, a ver e a apoiar (ou a desapoiar, mas ainda assim presentes) o Benfica. Ora, um capitão do clube não pode - poder, pode; não deve - cometer um acto grotesco desta natureza. Não sentir isto - como, pelos vistos, muitos já não sentem - é um de tantos sinais que demonstra que o Benfica está a deixar de ser Benfica.

E isto é fundamental, é crucial, extraordinariamente importante para o resto da época? É lógico que não. Isto é crucial, importante e fundamental porque é um episódio entre vários que vão provando a curva descendente pela qual a mística benfiquista está a passar. Já nada interessa. Já nada importa. Tudo se aceita, tudo é desculpável, tudo pode acontecer, afinal vivemos "tempos de profissionalização", embora seja o profissional a cometer uma heresia sobre o que é o clube ou o que ele sempre foi.

Não, não está certo que um capitão do Benfica chame nomes aos adeptos do clube. Vamos ler outra vez a frase: não, não está certo que um capitão do Benfica chame nomes aos adeptos do clube. Parece ridícula de tão óbvia. E no entanto...


Adenda (00:42): Depois de ter colocado o post, a Marta - ex-membro do blogue - lembrou-me esse tratado de Lobo Antunes sobre o futebol e, em especial, sobre o capitão José Águas. Numa altura em que falta memória ao Benfica, acho que faz sentido colocar aqui este lindo texto:

 
"Há mais de trinta anos que não assisto a um jogo de futebol. 

Não conheço os estádios novos, vejo, às vezes, um bocadinho na televisão. Mas entre os dez e os vinte anos não falhava um jogo do Benfica. E não falhei enquanto Águas jogou. 

Claro que não era apenas Águas: era Costa Pereira, Germano, Ângelo, Simões, Eusébio, Cavém, o grande Mário Esteves Coluna que Otto Glória considerava o melhor jogador português, outros mais artistas que jogadores, como José Augusto, por exemplo, a todos estou grato pela beleza e a alegria que me deram, porém nunca admirei tanto um atleta como admirei José Águas. 

Para quê, portanto, ir ao futebol se ele já não se encontra no estádio? 

Era a elegância, a inteligência, a integridade, o talento, e ao pensar em escrever o meu desejo era ser o Águas da literatura. 

Vi Pelé, Didi, Nilton Santos, Puskas, Di Stefano, Santamaria, tantos outros génios, no tempo em que o futebol não era ainda uma indústria nem os jogadores funcionários competentes, comandados por esse horror a que chamam técnicos: era pura criação, uma actividade eufórica, uma magia cinzelada, uma nascente de prazer, uma inspiração, um entusiasmo. 

Águas foi tudo isso e, muito novo, ganhou o respeito dos colegas, dos adversários, dos jornalistas da época, que os havia de grande qualidade, Carlos Pinhão, Carlos Miranda, Aurélio Márcio, Homero Serpa, tantos outros. 

Não jogava futebol: criava futebol, respirava futebol, inventava futebol, e teria sido um privilégio para mim conhecê-lo. 

Não para falar com ele, para o ouvir. A sua beleza física invulgar distinguia-o de todos os outros, a forma de se mover em campo era única, a autoridade sobre os companheiros natural e humilde. 

Os miúdos que iam comigo à bola chamavam-lhe senhor Águas, sem sonharem que era desse modo que Simões e Eusébio o tratavam, como tratavam Coluna. 

Senhor Águas, senhor Coluna. Reconhecíamo-lo, do alto do terceiro anel, no estádio de então, onde, de tão longe, os jogadores minúsculos, pelo modo de correr, se deslocar no campo, passar, rematar, reconhecíamo-lo pelos seus golpes de cabeça, inimitáveis, pelo sentido da ocupação do espaço, pela simplificada geometria do seu futebol. 

Não tinha a garra de Ângelo ou Cavém, a força de Coluna, o gigantesco talento de Eusébio, o poder do drible de Simões, a velocidade de José Augusto: era uma espécie de rei sereno e eficaz, um aristocrata perfeito.

Até a andar os olhos ficavam presos nele, na harmonia dos gestos, no modo de ajeitar bola, e eu, criança de dez anos ou adolescente de quinze, pensava tenho de trabalhar mais esta página, ainda não chego aos calcanhares de José Águas. 

Escrever como ele jogava, com a mesma subtileza e a mesma eficácia.

Escrever como a equipa do Benfica, umas vezes à Ângelo, outras à Germano, outras à Coluna, e finalizar à Águas. Nunca deve ter ouvido falar em mim nem podia adivinhar que um garoto qualquer o tomava não apenas como mestre de futebol mas como mestre de escrita. 

Só, mais tarde, certos saxofonistas de jazz, Bird, Coltrane, Webster, Coleman, Hodges, alguns mais, tiveram, sobre o meu trabalho, influência semelhante. 

Mas Águas foi o meu primeiro e indisputado professor: escreve como ele joga, meu estúpido, aprende a escrever como ele jogava. 

Como morava em Benfica via-o, às vezes, no autocarro do clube e ficava, pasmado de admiração, a fitá-lo. 

Isto lembra-me o meu irmão Nuno chegando a casa de dedo no ar

- Toquei no Eusébio, toquei no Eusébio

como provavelmente, eu o faria, porque na infância e na adolescência o futebol era, para além de uma aprendizagem do mundo, um prazer infinito. 

A cor dos equipamentos

(o meu amigo Artur Semedo:

- Não sou um homem às riscas, sou homem de uma cor só)

a entrada em campo, o hino, tudo isto me exaltava e fazia feliz. 

E as vitórias, comemoradas em Benfica com bebedeiras eufóricas. 

Uma das minhas glórias secretas, confesso-o agora, consiste em ter visto a fotografia do meu pai no balneário do hóquei em patins do Benfica, de ele ter estado no Campeonato da Europa de 1936, em Estugarda, com vinte ou vinte e um anos, e de brincarmos com uma caixa de lata cheia de medalhas, a que o meu pai não dava importância alguma e eu considerava inestimáveis.

Há pouco, a minha mãe

- O que faço eu a isto?

exibindo-me uma espécie de troféu ou de placas num estojo, que alguns anos antes de morrer a Federação de Patinagem lhe entregou, juntamente com outras antigas glórias, e que me recordo de o meu pai, que não saía, ir receber com satisfação secreta.

Mas, claro, eu era só filho do Lobo Antunes, não era filho do Águas, e ainda sei medir as distâncias. 

Portanto, o que vou eu fazer a um campo de futebol se ele já não joga? 

Seguir os funcionários competentes de um negócio? 

Assistir ao bailado dos técnicos? 

Ver a fantasia substituída pela sofreguidão, a ambição pela avidez, o amor ao clube pela violência idiota? 

Claro que continuo a querer que o Benfica ganhe. Claro que sou, como em tudo o resto, parcial, sectário, por vezes sem bom senso algum. 

Mas há séculos que não sofro com as derrotas e, sobretudo, não choro lágrimas sinceras com elas: estou-me nas tintas. 

Contudo voltaria a trotar, radiante, para assistir à entrada em campo de Costa Pereira, Mário João, Germano, Ângelo, Cavém, Cruz, José Augusto, Eusébio, Águas, Coluna e Simões, a agradecer-lhes o facto de me terem, durante anos e anos, colorido a existência. 

E talvez no fim do jogo, postado junto ao autocarro, quando os jogadores saíssem do balneário, o senhor Águas me apertasse a mão."