A arbitragem (imaculada) de Pedro Proença no jogo de ontem traz-nos de volta ao verdadeiro problema que hoje existe na arbitragem portuguesa: já não estamos perante as barbaridades dos anos 90, em que eram anulados golos do Benfica nas Antas por fora-de-jogo - apesar de ser um auto-golo -, em que defesas de Baía fora da área sem ninguém atrás dele davam amarelo ou víamos o pequeno José Pratas correr a maratona a fugir de 10 gajos do Porto em fúria atrás dele. Todos estes episódios - e tantos outros - deixaram de constar nos registos da modernidade. Agora é tudo mais subtil, tudo menos evidente, mas igualmente claro.
Falo dos critérios. É a falta de coerência ou a extrema congruência deles que resolve campeonatos. Um lance de falta na área do Porto não dá penálti; um lance igual na área do Benfica dá; um ligeiro toque sobre Hulk na área adversária - penálti claríssimo!; um ligeiro toque sobre Cardozo na área adversária - exagero do jogador paraguaio e cartão amarelo!; James marca golo apesar de estar em fora-de-jogo milimétrico - aceita-se a decisão!; Aimar marca golo apesar de estar em fora-de-jogo milimétrico - marca-se o fora-de-jogo, anula-se o golo e aceita-se a decisão; Álvaro Pereira faz falta para amarelo aos 5 minutos de jogo - é cedo para mostrar cartões; Emerson faz falta para amarelo aos 5 minutos de jogo - falta clara, com óbvia amostragem de cartão; a meio-campo, Fernando ceifa um jogador que pode ficar isolado e leva amarelo - podia ser vermelho mas a decisão é difícil e aceita-se; a meio-campo, Javi ceifa um jogador que pode ficar isolado e leva vermelho - não havia outra decisão a tomar!; Fucile dá uma patada maldosa num adversário e é expulso - 1 jogo de suspensão contra o Olhanense; Aimar comete falta para vermelho mas sem maldade - 2 jogos de suspensão contra Braga e Sporting.
Os critérios. São eles que definem campeonatos, época após época. Claro que o Benfica podia ser mais competente - até porque o Benfica tem sido totalmente incompetente - mas o Benfica, como os outros clubes, também tem direito a ser incompetente e vencer campeonatos. Só que, neste país, não tem. A incompetência própria paga-se caro, porque do outro lado - o das arbitragens - vai estar sempre uma muralha intransponível. E é por isso que eu defendo, primeiro, a necessidade imperiosa de sermos competentes - só assim teremos alguma hipótese - e, aliada a isso, a estratégia de "mais vale sós do que mal acompanhados". O mesmo é dizer: não apoiamos corruptos, não lhes damos apoios inequívocos, não patrocinamos este futebol merdoso e portanto, se é para nos prejudicarem, façam-no sem o nosso aval.
Os critérios. Depois dos roubos descarados dos anos 80 e 90, que desaguaram numa investigação que acabou no Apito Dourado, entrámos na nova era: o roubo pelos critérios arbitrais diferentes entre Porto e Benfica ao longo de toda a época. No fim, vence Vítor Pereira e todo o país jornalístico acha que foi muito justo. Não foi. Quase nunca é. O Porto com árbitros estrangeiros - mesmo beneficiando dos incompetentes que dirigem o nosso clube - era campeão de 3 em 3 ou 4 em 4 anos. Quando não fosse o Benfica a ganhá-los, era o Braga ou até o Sporting. E isto, que é uma evidência óbvia, ninguém diz nos meios de comunicação social. Por medo, por reverência, por lambe-botismo.
Proença fez uma imaculada arbitragem no jogo de ontem? Pois claro que fez, porque quer agradar ao dono. Tal como em Portugal faz arbitragens vergonhosas pela mesma razão: é ao dono que interessa agradar. Nisso, Proença e vários outros árbitros são coerentes.
Só Vieira é que mantém o nível de coerência no disparate ou de incoerência no discurso: em Londres o Benfica é prejudicado? Vieira insurge-se e diz que a UEFA é uma vergonha e que não nos deixaram ganhar; um mês e meio depois, em vez de estar nos pavilhões a apoiar 3 modalidades que podem ser campeãs, vai lamber o cu ao Platini, o tal que, palavras do Presidente, "vai ver, ele e a UEFA, o Benfica outra vez nas competições europeias" - talvez tivesse ido a Munique mostrar-lhe que está vivo e que não é de remorsos (toma, Platini, ganda desprezo, VIVÓ BENFICA!). O Benfica é escandalosamente roubado uma época inteira? Vieira nada diz durante a época, antes dela começar apoia os que lá estão a mandar nisto tudo e, no fim, vai para a Odivelas TV fazer um breve sumário sobre coisa nenhuma - os adeptos e sócios agradecem a escolha; podia ter sido a Rádio de Sobral de Monte Agraço - isso sim, seria desrespeito pelo adeptos.
Resta-nos Vítor Pereira, o chefe das arbitragens. Está tudo bem, houve uns erros, normais, até, somos todos humanos e tal. Fala que a opção por árbitros estrangeiros pode ser uma solução. E Vieira, que diz? Não sabemos. Pode ser que a Rádio Tágide do Tramagal consiga um furo nos próximos dias.
7 comentários:
Amigo Ricardo, os psicologos e psiquiatras existem e sao um direito. Existem para ajudar aqueles que pedem e podem. Tu tens uma psicose. E esta a ficar seria. Quero ajudar-te. Escreves TODOS OS DIAS sobre o Vieira. Ja e irracional. O que ves ja nao e real mas fruto da tua obcessao.
Pede ajuda enquanto podes.
E, no entanto, cá estás tu todos os dias não só a ler o que eu TODOS OS DIAS escrevo sobre o Vieira como a comentar TODOS OS DIAS o que eu escrevo sobre o Vieira.
Será isso uma "obcessao"? É possível. Um conselho: aprende a escrever. Quero ajudar-te.
O Vieira paga ao Rfa para defendê-lo, mas não lhe paga um professor de português?
Mais uma oportunidade para torcer por uma derrota do Benfica logo. Caso o Benfica ganhe, será mais uma oportunidade para não aceitar comentários anónimos perfeitamente normais, sem qualquer ofensa ao blogue ou ás ideias nele escritas, revelando assim a agenda do mesmo.
Anónimo, já divulgámos há muito a nossa agenda: queremos Bruno Carvalho no poder. Se estás desatento, não temos culpa.
Este post é como um batido de frutas - há quem o beba e perceba que frutas saboreia, há quem o beba e só lhe saiba a leite. Continua com o desmame, Ricardo, cumprimentos e um abraço
O professor de Língua Portuguesa do Rfa, é o Jazus.
O Vieira dá-lhe explicações de economia e gestão!
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