segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Rui Costa ao sabor da maré



Ao longo dos anos, e já vão sendo muitos, demasiados mesmo, Luís Filipe Vieira tem-nos habituado a uma liderança errática ao leme do Benfica. Essa mesma errância revela-nos um líder fraco e eleitoralista, alguém que procura liderar sem ideias concretas e firmes e que se limita a navegar ao sabor da maré que vai julgando ser a ambição dos adeptos. Alguém que não toma decisões por convicção, antes por audição. Alguém que não se guia pelo que pensa, talvez por não saber pensar um clube, antes por aquilo que acha pensarem os sócios, os seus eleitores. Ou seja, Luís Filipe Vieira não é um líder, apenas uma caricatura de político, não na melhor essência do termo, antes na concepção portuguesa do cargo.


É disso exemplo a renovação de Jorge Jesus, numa primeira fase, quando Vieira achou ser esse o desejo dos adeptos, renovou com o treinador, depois, quando percebeu que talvez a multidão não quisesse um treinador perdedor e estivessem fartos de ver à frente dos destinos da equipa um chauvinista, apressou-se em vir a público explicar que havia dado todas as condições a JJ e que se este não vencesse a culpa não era sua, como se não tivesse sido ele o obreiro da sua principesca renovação, deixando ainda claro que esta seria a época do “sim ou sopas” do treinador, esquecendo-se que lhe havia renovado o contrato por 2 anos (!!!), não fazendo por isso sentido que esta é que seja a época do tudo ou nada, pois se resultar em nada terá de lhe rescindir o contrato para, mais uma vez, agradar ao “povo” e, também mais uma vez, salvar a sua pele.


Ainda assim, o exemplo mais evidente desta forma de liderar dá pelo nome de Rui Costa. O antigo nº 10 do Benfica, ídolo incontestado e incontestável entre os adeptos, tem sido utilizado por Vieira ao sabor dos ventos que vão soprando. Ora a equipa vai ganhando e entusiasmando e diz-se que Rui Costa estará a fazer o seu trabalho no refugio do seu gabinete e longe das aparições públicas, ora o barco estremece e lá vem Vieira puxar por Rui Costa e passar a imagem de que o problema está no facto de Rui Costa não estar próximo da equipa e junto da imprensa, nem que para isso tenha de colocar em causa toda a orgânica da fantástica estrutura que o presidente diz ter e diz ser exemplo para toda a Europa.


O último destes exemplos tem vindo a desenrolar-se nas últimas semanas. Primeiro diz-se que Rui Costa é o chefe do departamento de scouting do clube (o tal trabalho de gabinete e longe da “fama”) e que apenas reporta ao presidente, depois, quando vêm à tona todos os erros cometidos desde a final da taça, lá aparece Rui Costa a falar à imprensa (o tal show off), apontando erros de arbitragem e respondendo a rivais e, no último capitulo conhecido, assistindo à conferencia de imprensa de Jorge Jesus no final do jogo com o Estoril.


Fica a pergunta, não é este o trabalho de um presidente ou, no limite, de um director desportivo? A resposta é simples: Sim. No entanto, no tal jogo eleitoralista, Vieira coloca Rui Costa acima do director desportivo que havia sido escolhido e até de si próprio.


De aprendiz de presidente a proscrito na época do titulo, de futuro salvador do clube a desparecido em combate, de chefe do scouting a declarações e comportamentos de director desportivo, Rui Costa tem sido “pau para toda obra”, dependendo do que se vai achando necessário.


Não sei se Rui Costa não se apercebe do propósito do presidente ou se por outro lado pretende que assim seja, porém, em qualquer dos casos, entristece-me que o Benfica, pela mão do seu presidente, ou Rui Costa não saibam resguardar um dos maiores patrimónios vivos do clube e se prestem a este tipo de papéis tão estéreis quanto ridículos.


6 comentários:

ECONOMISTA disse...

ÉPA!!
Evoluiste!
Agora voltaste para o R.Costa!
Uma perguntinha inocente,o teu compincha já devolveu o relógio?

Pimento disse...

Economista deixa o bófia pah... Quanto ao texto o Rui Costa terá sempre de passar um período de nojo do clube pois está sujo por tudo que deixou fazer

José Moreira disse...

Caro "coiso"

lamento informa-lo, mas o relógio do seu idolo, foi devolvido na hora! Podia ser muita coisa, mas só consegue ser triste... e muito!

luis disse...

Marés vivas!!
Vagas de milhões!!
Discursos aos trambolhões!!

Deixo aqui uma sugestão, a ancora ter uma tarja de incentivo sempre presente. Tem que ser a massa humana para puxar a consciência, com a força do Povo fazer emergir a esperança desportiva. Tem que ser com tempo, reflectindo o Benfica... o 33º tem evitado que apareça alguém credível. Tem sugado... que é tudo fora de tempo. Se não for a ancora, poderá ser outro Benfiquista com passado,presente e futuro... discutir outro caminho e longe de mim sentir que o 33º não apoia porque só ele é sério. Todos somos poucos. Agora que o 33º já esgotou o tempo desportivamente, disso não tenho duvidas, basta olhar para a nossa centenária História, sublinho como o seara,centenária.

Vivas ao B T T

VC disse...

Fico perplexo com alguns comentários. Eu já algures tinha lido sobre a questão do relógio. Continuo a desconhecer a questão e sinceramente tão pouco me interessa. É uma questão pessoal e deve tratar-se assim mesmo: pessoalmente. O que me deixa perplexo são os palermas que trazem para este local de discussão questões pessoais. Basta ter dois neurónios para perceber à primeira que a coisa não tem qualquer significado. Eu creio que a história será verdadeira. Mas por outro lado nada me garante que o seja e nesse caso o Sr. ECONOMISTA, provavelmente Dr., poderá estar a mentir. Apetece-me roubar a ideia ao Nilton e criar um rumor: ECONOMISTA paga o que deves. Sr. Economista acha que isto tem piada? Eu acho que não, apenas serve para ver o ridículo em que está a cair.

vamos a coisas sérias: Bom texto JMoreira, bela ideia, bem agarrada.
Eu até acho que o Rui Costa, por quem tenho uma especial consideração, um patinho. Continuo a afirmar a minha tese: quem manda no Benfica (desportivamente falando) é o JJ.
1 Abraço

Anónimo disse...

http://portistasanonimos.blogspot.pt/2013/10/uma-liga-profissional-muito-pouco.html

O que aqui foi escrito é verdade?